Liturgia Diária – 16/04/2022 – Sábado “De vigilia paschali”

Féria de 1ª Classe- Missa Própria – Estação em S. João do Latrão

(Paramentos roxos durante os ritos da Vigília; após, paramentos brancos)

O Sábado Santo para a primitiva Igreja era um dia de silêncio e recolhimento. Tal como na Sexta-feira Santa, não se celebrava o santo Sacrifício da Missa. Só ao escurecer começava-se a celebrar a Vigília da Páscoa, que muitas vezes, se prolongava até a madrugada do domingo, terminando com a Missa da Ressurreição.

No ano de 1951 o Santo Padre o Papa Pio XII consentiu que as cerimônias do Sábado fossem restituídas à sua hora primitiva, na noite que medeia entre sábado e domingo.

As cerimônias, que devem começar por volta das 22 horas, compreendem as seguintes partes: Bênção do fogo novo; Bênção do Círio pascal; Precônio pascal; as Leituras; Primeira parte das Ladainhas; Bênção da água batismal; Renovação das promessas do Batismo; Segunda parte das Ladainhas e a solene Missa da Vigília pascal.

Instrução – A Ressurreição Gloriosa – Pe. Júlio Maria de Lombaerde – clique aqui e leia


Páginas 436 a 470 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


Liturgia Diária – 15/04/2022 – Sexta-feira “In Passione et Morte Domini”

Féria de 1ª Classe- Missa Própria – Estação em S. Cruz de Jerusalém

O Ofício solene de hoje é celebrado na basílica chamada Santa Cruz em Jerusalém. Representa esta basílica a cidade de Jerusalém, e, conservando-se nela uma das principais relíquias do santo Lenho, mais particularmente relembra o lugar em que o Cristo foi crucificado. O imperador Constantino transformou o palácio de Santa Helena em igreja, agradecendo a vitoria que alcançara sobre seu adversário, “no sinal do Cristo”, em 312 .

Sexta-feira da Paixão e Morte do Senhor é o nome deste dia. Nele a Igreja não celebra o Santo Sacrifício da Missa. Em sinal de luto e para realçar mais a morte de Nosso Senhor na Cruz, ela congrega os fiéis em redor do Sumo Sacerdote que se oferece como Vítima pelos pecados do mundo. É dia de luto universal.

A solene ação litúrgica desse dia, que deve ser celebrada à tarde, das 15 horas, não, todavia, depois das 18 horas se divide em quatro partes: 1ª. as Leituras; 2ª. as Orações Solenes; 3ª. a Adoração da Cruz e 4ª. a Comunhão.

Instrução – A adoração da Cruz – Pe. Julio Maria de Lombaerde – clique aqui e leia


Páginas 407 a 435 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


Liturgia Diária – 14/04/2022 – Quinta-feira “In Coena Domini”

Féria de 1ª Classe – Missa Própria – Estação em S. João de Latrão

Feria-Quinta in Coena Domini, isto é, Quinta-feira da ceia do Senhor, eis como a Liturgia designa o dia de hoje. Este nome nos indica o grande acontecimento que a santa Igreja comemora: a instituição do Sacrifício e Sacramento da Eucaristia e do Sacramento da Ordem.

Como no domingo de Ramos, reunimo-nos em S . João de Latrão, Mãe de todas as igrejas de Roma e do Universo, a mais nobre e mais antiga basílica, catedral do supremo Pastor da Igreja. Nela se conserva e venera ainda hoje a mesa em que o divino Salvador celebrou a última Ceia. O altar de nossa igreja é uma continuação daquela venerável mesa.

A Missa é festiva, com os paramentos brancos. Canta-se o Glória, durante o qual tocam festivamente os sinos, que depois emudecem até o Glória na Missa da Vigília Pascal.

Poucas passagens há, no ano eclesiástico, tão impressionantes e comovedoras para o coração do crente, quanto esta Missa; em que se mesclam alegria imensa e profunda tristeza.

Hoje só é celebrada uma santa Missa, durante a qual todos os Sacerdotes (e todos os Cristãos assim o deveriam fazer) recebem a sua Comunhão pascal da mão do Celebrante.

O memorável decreto “Maxima redemptionis nostrae mysteria” de 16/11/1955 com que a Sagrada Congregação dos Ritos, obedecendo a um mandado do Santo Padre Pio XII, renovou toda a liturgia da Semana Santa, prescreve que essa Missa in Coena Domini seja celebrada entre as 17 e as 20 horas.

Depois do Evangelho e da Homilia, pode-se realizar a cerimônia do Lava-pés.

A Santa Comunhão só pode ser distribuída durante a Missa ou logo depois dela e deve ser dada com partículas consagradas nessa mesma Missa.

Depois dia Missa, faz-se a solene transladação do SSmo. Sacramento para um altar lateral, que tenha sido ornamentado e preparado para esse fim desse altar se fará a pública adoração da Santa Reserva até meia-noite. 

Instrução – O Sacramento do Amor – sobre a instituição da Eucaristia – Pe. Júlio Maria de Lombaerde (clique aqui e leia)


Páginas 392 a 406 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


Liturgia Diária – 13/04/2022 – Quarta-feira Santa

Féria de 1ª Classe – Missa Própria – Estação em S. Maria Maior

Não pode a Igreja olvidar nestes dias da Paixão de seu Salvador, a sua Mãe Santíssima, que tão grande parte teve na obra da Redenção. E por isso que nos reunimos no maior santuário ereto em sua honra. Maria acompanha a seu Filho e a nós, nestes dias, e sofre com Ele e conosco. Nos antigos tempos esse dia era de exame para os catecúmenos e ainda hoje se conservam as três Leituras. Jesus Cristo padece como vemos nas Leituras e nos Cânticos, mas o fim dos seus sofrimentos é a glória (Introito).


Páginas 364 a 377 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


Liturgia Diária – 12/04/2022 – Terça-feira Santa

Féria de 1ª Classe – Missa Própria – Estação em S. Prisca

Os primeiros Cristãos reuniam-se outrora provavelmente em casa de Santa Prisca, no Monte Aventino (igreja estacionai). Conforme a tradição, era o próprio S. Pedro quem presidia essas reuniões. S. Marcos, o discípulo do primeiro Papa, nos descreve a Paixão de Jesus e fala particularmente da negação de S. Pedro, que assim, humildemente, confessa a sua culpa. A Cruz de Jesus Cristo é para nós motivo de glória (Introito).


Páginas 353 a 364 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


[Fotos] Sexta-feira “in Passione et Morte Domini” e da Vigília Pascal

Compartilhamos algumas fotos da Ação Litúrgica celebrada pelo Revmo. Padre José Leles na Sexta-feira da Paixão, na Capela Nossa Senhora de Lourdes.

Créditos: Rogério Suriani

Clique aqui e acesse o álbum

Compartilhamos ainda fotos da Vigília Pascal:

Liturgia Diária- Sábado “De vigilia paschali”

Féria de 1ª Classe- Missa Própria – Estação em S. João do Latrão

(Paramentos roxos durante os ritos da Vigília; após, paramentos brancos)

O Sábado Santo para a primitiva Igreja era um dia de silêncio e recolhimento. Tal como na Sexta-feira Santa, não se celebrava o santo Sacrifício da Missa. Só ao escurecer começava-se a celebrar a Vigília da Páscoa, que muitas vezes, se prolongava até a madrugada do domingo, terminando com a Missa da Ressurreição.

No ano de 1951 o Santo Padre o Papa Pio XII consentiu que as cerimônias do Sábado fossem restituídas à sua hora primitiva, na noite que medeia entre sábado e domingo.

As cerimônias, que devem começar por volta das 22 horas, compreendem as seguintes partes: Bênção do fogo novo; Bênção do Círio pascal; Precônio pascal; as Leituras; Primeira parte das Ladainhas; Bênção da água batismal; Renovação das promessas do Batismo; Segunda parte das Ladainhas e a solene Missa da Vigília pascal.

Instrução – A Ressurreição Gloriosa – Pe. Júlio Maria de Lombaerde – clique aqui e leia


Páginas 436 a 470 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


Liturgia Diária- Sexta-feira “In Passione et Morte Domini”

Féria de 1ª Classe- Missa Própria – Estação em S. Cruz de Jerusalém

O Ofício solene de hoje é celebrado na basílica chamada Santa Cruz em Jerusalém. Representa esta basílica a cidade de Jerusalém, e, conservando-se nela uma das principais relíquias do santo Lenho, mais particularmente relembra o lugar em que o Cristo foi crucificado. O imperador Constantino transformou o palácio de Santa Helena em igreja, agradecendo a vitoria que alcançara sobre seu adversário, “no sinal do Cristo”, em 312 .

Sexta-feira da Paixão e Morte do Senhor é o nome deste dia. Nele a Igreja não celebra o Santo Sacrifício da Missa. Em sinal de luto e para realçar mais a morte de Nosso Senhor na Cruz, ela congrega os fiéis em redor do Sumo Sacerdote que se oferece como Vítima pelos pecados do mundo. É dia de luto universal.

A solene ação litúrgica desse dia, que deve ser celebrada à tarde, das 15 horas, não, todavia, depois das 18 horas se divide em quatro partes: 1ª. as Leituras; 2ª. as Orações Solenes; 3ª. a Adoração da Cruz e 4ª. a Comunhão.

Instrução – A adoração da Cruz – Pe. Julio Maria de Lombaerde – clique aqui e leia


Páginas 407 a 435 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


Liturgia Diária- Quinta-feira “In Coena Domini”

Féria de 1ª Classe- Missa Própria – Estação em S. João de Latrão

Feria-Quinta in Coena Domini, isto é, Quinta-feira da ceia do Senhor, eis como a Liturgia designa o dia de hoje. Este nome nos indica o grande acontecimento que a santa Igreja comemora: a instituição do Sacrifício e Sacramento da Eucaristia e do Sacramento da Ordem.

Como no domingo de Ramos, reunimo-nos em S . João de Latrão, Mãe de todas as igrejas de Roma e do Universo, a mais nobre e mais antiga basílica, catedral do supremo Pastor da Igreja. Nela se conserva e venera ainda hoje a mesa em que o divino Salvador celebrou a última Ceia. O altar de nossa igreja é uma continuação daquela venerável mesa.

A Missa é festiva, com os paramentos brancos. Canta-se o Glória, durante o qual tocam festivamente os sinos, que depois emudecem até o Glória na Missa da Vigília Pascal.

Poucas passagens há, no ano eclesiástico, tão impressionantes e comovedoras para o coração do crente, quanto esta Missa; em que se mesclam alegria imensa e profunda tristeza.

Hoje só é celebrada uma santa Missa, durante a qual todos os Sacerdotes (e todos os Cristãos assim o deveriam fazer) recebem a sua Comunhão pascal da mão do Celebrante.

O memorável decreto “Maxima redemptionis nostrae mysteria” de 16/11/1955 com que a Sagrada Congregação dos Ritos, obedecendo a um mandado do Santo Padre Pio XII, renovou toda a liturgia da Semana Santa, prescreve que essa Missa in Coena Domini seja celebrada entre as 17 e as 20 horas.

Depois do Evangelho e da Homilia, pode-se realizar a cerimônia do Lava-pés.

A Santa Comunhão só pode ser distribuída durante a Missa ou logo depois dela e deve ser dada com partículas consagradas nessa mesma Missa.

Depois dia Missa, faz-se a solene transladação do SSmo. Sacramento para um altar lateral, que tenha sido ornamentado e preparado para esse fim desse altar se fará a pública adoração da Santa Reserva até meia-noite. 

Instrução – O Sacramento do Amor – sobre a instituição da Eucaristia – Pe. Júlio Maria de Lombaerde (clique aqui e leia)


Páginas 392 a 406 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


Liturgia Diária- Quarta-feira Santa

Féria de 1ª Classe- Missa Própria – Estação em S. Maria Maior

Não pode a Igreja olvidar nestes dias da Paixão de seu Salvador, a sua Mãe Santíssima, que tão grande parte teve na obra da Redenção. E por isso que nos reunimos no maior santuário ereto em sua honra. Maria acompanha a seu Filho e a nós, nestes dias, e sofre com Ele e conosco. Nos antigos tempos esse dia era de exame para os catecúmenos e ainda hoje se conservam as três Leituras. Jesus Cristo padece como vemos nas Leituras e nos Cânticos, mas o fim dos seus sofrimentos é a glória (Introito).


Páginas 364 a 377 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


Liturgia Diária- Terça-feira Santa

Féria de 1ª Classe- Missa Própria – Estação em S. Prisca

Os primeiros Cristãos reuniam-se outrora provavelmente em casa de Santa Prisca, no Monte Aventino (igreja estacionai). Conforme a tradição, era o próprio S. Pedro quem presidia essas reuniões. S. Marcos, o discípulo do primeiro Papa, nos descreve a Paixão de Jesus e fala particularmente da negação de S. Pedro, que assim, humildemente, confessa a sua culpa. A Cruz de Jesus Cristo é para nós motivo de glória (Introito).


Páginas 350 a 353 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


Liturgia Diária- Segunda-feira Santa

Féria de 1ª Classe- Missa Própria – Estação em S. Praxedes

O Salvador se prepara para sua Paixão (Cânticos). Enquanto Judas se resolve a trair Jesus, Maria Madalena unge o Mestre querido “para a sepultura”. Também nós podemos seguir o exemplo de Maria, ungindo os pés do Salvador, o que, no dizer de Santo Agostinho, significa: “Cuidar dos pobres e levar uma vida santa”. A santa Padroeira da igreja estacional é outro exemplo para nós, pois, distribuiu todos os seus bens pelos pobres.


Páginas 350 a 353 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


Instrução – O Triunfo de Jesus Cristo

A festa da Ascensão propõe honrar o triunfo de Jesus, subindo ao céu, 40 dias depois da Ressurreição. Este acontecimento, sendo o penhor ida nossa própria glorificação futura, nos convida à alegria e à confiança. De fato, sendo o céu a residência do nosso Pai divino, para ali devem convergir todas as nossas aspirações. Esta festa remonta à origem Apostólica, diz Santo Agostinho, e merece ser celebrada com toda solenidade, para melhor orientar os fiéis para o céu, a pátria definitiva.


Instrução – A Ressurreição Gloriosa

A Páscoa é a mais antiga e a mais solene das festas do ano eclesiástico. A nota dominante da liturgia é uma intensa alegria e gratidão pelo benefício da Redenção que se traduz pela repetição do “Aleluia”.

A celebração da Páscoa não tem dia fixo no Calendário, mas se celebra no primeiro Domingo depois da lua cheia, de março.

Jesus Cristo morreu a 14 do mês de Nisan, mês judaico lunar, correspondente mais ou menos ao nosso 22 de março a 25 de abril.

Os meses atuais sendo solares, e pelo fato sendo mais longos, há necessariamente incompatibilidade nas datas.

Em 325 o Concílio de Niceia adotou como data da ressurreição o primeiro Domingo depois da lua cheia de março. É o que faz com que a Páscoa ocorra de 22 de março a 25 de abril.

A Páscoa é pois uma data fixa, Lunar, que difere da data fixa Solar do nosso atual calendário. 

Liturgia da Vigília Pascal (clique aqui); Liturgia do Domingo da Páscoa (clique aqui).


Instrução – As tristezas e alegrias de Maria

Maria Santíssima havia bebido, até ao fundo, o cálice da amargura, sofrendo tudo o que uma criatura humana é capaz de sofrer. Este sofrimento, entretanto, tinha a sua consolação: a certeza da ressurreição, a certeza que a primeira visita de Jesus glorioso seria a sua Mãe. É certo, a aparição de Jesus a Maria Santíssima não está mencionada no Evangelho, mas pouco importa. Sabemos que os Evangelhos não relataram todas as ações do Salvador, e sabemos, também, que eles não contêm nada de inútil. Para que assinalar um fato evidente, de que não se pode duvidar?

Além disso, a humildade da Virgem Santa não permitiu aos Evangelistas que relatassem o que era unicamente para a sua exaltação, sem ser uma base para qualquer verdade dogmática. Meditemos, um instante, para terminar na alegria, a Semana dolorosa que acabamos de percorrer, vendo:
I – O fundamento desta verdade.
II – A aparição de Jesus ressuscitado.

Liturgia Diária- Sábado “De vigilia paschali”

Féria de 1ª Classe- Missa Própria – Estação em S. João do Latrão

(Paramentos roxos durante os ritos da Vigília; após, paramentos brancos)

O Sábado Santo para a primitiva Igreja era um dia de silêncio e recolhimento. Tal como na Sexta-feira Santa, não se celebrava o santo Sacrifício da Missa. Só ao escurecer começava-se a celebrar a Vigília da Páscoa, que muitas vezes, se prolongava até a madrugada do domingo, terminando com a Missa da Ressurreição.

No ano de 1951 o Santo Padre o Papa Pio XII consentiu que as cerimônias do Sábado fossem restituídas à sua hora primitiva, na noite que medeia entre sábado e domingo.

As cerimônias, que devem começar por volta das 22 horas, compreendem as seguintes partes: Bênção do fogo novo; Bênção do Círio pascal; Precônio pascal; as Leituras; Primeira parte das Ladainhas; Bênção da água batismal; Renovação das promessas do Batismo; Segunda parte das Ladainhas e a solene Missa da Vigília pascal.

Instrução – A Ressurreição Gloriosa – Pe. Júlio Maria de Lombaerde – clique aqui e leia


Páginas 436 a 470 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


Instrução – A Adoração da Cruz

A cerimônia de hoje, em sua tocante simplicidade, é de um simbolismo profundo, que convém compreender.

Antes de prostrar-nos diante da imagem de Jesus Crucificado e beijar-lhe os pés sagrados, devemos compreender o que é a adoração.

Adorar é prestar a alguém o culto supremo, reservado a Deus, reconhecendo-o como nosso Criador e Mestre. Só podemos adorar a Deus. Adoramos a Jesus Cristo, prestando-lhe o culto, que a Igreja chama de latria (adoração), porque ele é verdadeiro Deus, como é verdadeiro homem, unindo a natureza divina e a natureza humana numa única pessoa: a pessoa do Verbo Encarnado.

A adoração, como todo ato de culto, é absoluto, quando se dirige ao próprio Filho de Deus, e relativo, quando se dirige à representação do Salvador.

Jesus Cristo deve ser adorado com um culto de latria adoração absoluto e devem ser adorados, com um culto de latria relativo, a sua imagem e a cruz sobre a qual morreu, por ter sido regada pelo seu sangue.

A este culto de adoração relativa, juntaremos o culto de nosso amor, expresso pelo beijo, que depositamos sobre seus pés.

Falemos um instante deste ato de beijar os pés de Jesus Cristo, examinando:
I – A sua significação.
II – A sua aplicação.

Liturgia do dia: clique aqui e leia.

Liturgia Diária- Sexta-feira “In Passione et Morte Domini”

Féria de 1ª Classe- Missa Própria – Estação em S. Cruz de Jerusalém

O Ofício solene de hoje é celebrado na basílica chamada Santa Cruz em Jerusalém. Representa esta basílica a cidade de Jerusalém, e, conservando-se nela uma das principais relíquias do santo Lenho, mais particularmente relembra o lugar em que o Cristo foi crucificado. O imperador Constantino transformou o palácio de Santa Helena em igreja, agradecendo a vitoria que alcançara sobre seu adversário, “no sinal do Cristo”, em 312 .

Sexta-feira da Paixão e Morte do Senhor é o nome deste dia. Nele a Igreja não celebra o Santo Sacrifício da Missa. Em sinal de luto e para realçar mais a morte de Nosso Senhor na Cruz, ela congrega os fiéis em redor do Sumo Sacerdote que se oferece como Vítima pelos pecados do mundo. É dia de luto universal.

A solene ação litúrgica desse dia, que deve ser celebrada à tarde, das 15 horas, não, todavia, depois das 18 horas se divide em quatro partes: 1ª. as Leituras; 2ª. as Orações Solenes; 3ª. a Adoração da Cruz e 4ª. a Comunhão.

Instrução – A adoração da Cruz – Pe. Julio Maria de Lombaerde – clique aqui e leia


Páginas 407 a 435 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


Instrução – O Sacramento do Amor (Quinta-feira Santa)

A ceia legal estava terminada.

De repente, Jesus tomou em suas mãos um dos pães ázimos, que havia ficado na mesa, benzeu-o, e, levantando os olhos para o céu, deu-o a seus Apóstolos, dizendo: Tomai e comei, isto é o meu corpo!

Profundo silêncio acolheu estas palavras: silêncio de admiração, sem dúvida, mas também de fé humilde e submissa, porque todos conservavam a lembrança da promessa feita à margem do lago: O pão que darei é a minha carne para vida do mundo. Minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue verdadeiramente bebida. (João VI. 5 2) .

Meditemos hoje, estas palavras divinas, no dia mesmo em que foram pronunciadas por Jesus, realizando o maior e o mais estupendo dos milagres: o da transubstanciação do pão em seu corpo, sangue, alma e divindade. Vejamos : 
     I – O fato da instituição.
     II – O amor que a inspirou.

Liturgia do dia: clique aqui e acesse.

I – O FATO DA INSTITUIÇÃO

Ninguém duvida, o Mestre acaba de realizar a grande promessa.

Entre nós, quando se dá cumprimento a um acontecimento memorável, este se anuncia com grande alarde, cerca-se de aparato, que o põe em destaque, descrevem-se-lhe com palavras elogiosas as belezas, os benefícios. Jesus não quer fazer como os homens; Ele quer agir como Deus; ora, é próprio de Deus fazer uma grande obra com poucas palavras ou ações. O que Jesus vai fazer não é nada menos do que um ato criador. Sem discursos preparatórios, sem explicações elogiosas, ele toma o pão, e o transforma em seu próprio corpo. A palavra divina realiza o que significa. No começo do mundo, Deus havia dito: Faça-se a luz! e a luz surgiu do nada!

Sobre o túmulo de Lázaro, morto e sepultado, Jesus havia dito: Lázaro, sai! e Lázaro voltou à vida.

Sobre o cadáver do jovem de Naim, Jesus havia dito: Jovem, levanta-te! e o mancebo reviveu. 

Aqui, Jesus diz simplesmente sobre o pão, que tinha nas mãos: Isto é o meu corpo! e é verdadeiramente o seu corpo adorável, real , vivo, capaz de multiplicar-se infinitamente.

Que simplicidade ! Que clareza nestas palavras! Que ausência de fraseados! Que autoridade divina!

Sente-se no tom da voz, na majestade, na ausência de palavras supérfluas, que tal frase é criadora. Disse; e isto é! Nenhuma objeção é possível. É a clareza do raio, e o espírito atemorizado nada tem a objetar, disse um dos fundadores do protestantismo, Melanchton, num momento de sinceridade.

Quando o Salvador propõe comparações, parábolas, usa de expressões tão claras que sejam compreendidas por todos. Aqui, sem nada preparar, suavizar, explicar nem antes, nem depois, ele disse simplesmente: Isto é o meu corpo! e é verdadeiramente o seu corpo adorável.

II – O AMOR QUE A INSPIROU

O mistério da presença real de Jesus Cristo é tão grande, que deslumbra o espírito humano.

Pensar que Deus vai mudar esta Hóstia em sua própria substância, que vai ficar no meio dos homens, que pretende ser o alimento das suas almas! Mas, em recompensa de que, Jesus opera tal milagre? Que é que fez o mundo para Jesus, para merecer tal recompensa?

Quando o doce Menino, o Filho de Deus, o Verbo Eterno baixou à terra, este mundo o recebeu e o hospedou do modo pior possível, num estábulo, entre dois animais; e no fim da sua vida, há-de pregá-lo vivo numa cruz, entre dois  Iadrões. Um Herodes procurou dar-lhe a morte, e outro Herodes o fará passar por louco. Uns tentaram precipitá-lo sob um montão de pedras. Ah ! Senhor, será possível, que após tais maus tratos, insultos e blasfêmias, instituas para os homens, um Sacramento tão inefável ! tão divino! Tu, Senhor, que és o pão dos anjos, tu consentirás em tornar-te o pão dos ingratos? Ah! lembra-te, Senhor, do que disseste um dia à Cananeia: Não é bom tirar o pão dos filhos e lançá-lo aos cães (Mateus XV, 26).

Como é que tua majestade e santidade podem resolver se a entrar na boca de um Judas? na alma de um Lutero? no peito de um Voltaire, nas entranhas de um Calles?

Como é possível que te sujeites a qualquer Sacerdote, por indigno que seja, baixando ao menor sinal dele, do seio de teu Pai, até as mãos impuras ? Meu Deus! que mistério insondável! E este mistério chama -se: o amor de Deus para com os homens.

* * *

Quem aprofundará este abismo ? É o infinito Sic Deus dilexit mundum!

Ouço a voz de Jesus ressoar a meus ouvidos, e murmurar, triste mas amoroso: Ah, eu o sei, muitas vezes a minha morada será um tabernáculo grosseiro.

A minha igreja será rústica, deserta Até nas grandes solenidade, muitos maus cristãos me voltarão as costas. Outros permitir-se-ão insolências e ultrajes. Heréticos e gentios me lançarão como pasto aos animais, nas ruas e nas cloacas. Outros ferirão as minhas aparências com punhais. Serei na Hóstia Santa, coberto de escárnios, esmagado aos pés, lançado ao fogo. Eu sei tudo isto! Não importa. Se os homens são ingratos, eu não deixarei de amá-los; a sua maldade não vencerá a minha misericórdia! Quis legem dat amanti?

Eu quero amar até ao fim e amar sem limites. Se houver ingratos, haverá também almas generosas, amantes, anjos da minha Eucaristia ! e o amor destes últimos será o contra-peso da ingratidão dos outros! As Catarina de Sena, as Teresa, as Madalena de Pazzi, as Rosa de Lima, as Colomba de Rieti, as Margarida Maria, as Teresinha, os Santo Tomás, os São Boaventura, os Santos Afonso de Ligório, os São João da Cruz, os Francisco de Sales, de Assis, de Xavier, os Inácio, os Domingos, os João Vianney, me farão esquecer a tibieza, a maldade e o desprezo de milhares de outros!

Por amor destas almas puras, eucarísticas, porei as minhas delícias em morar com os homens. (Sal. 8-31).

III – CONCLUSÃO

Eis o que a Igreja nos apresenta na festa da instituição da Sagrada Eucaristia: o amor infinito do Filho de Deus, condenando-se a si mesmo a ser o prisioneiro de amor, dos nossos Tabernáculos e o alimento de nossas almas.

Como prisioneiro ele quer ser visitado.

Como alimento, ele quer ser comido. No dia de hoje, aproveitemos a ocasião para fazer-lhe uma visita prolongada, em seu sepulcro, onde ele jaz vivo, amoroso, esperando a gratidão de seus filhos. E durante estes dias Santos, façamos a nossa Comunhão pascoal, recebendo este Jesus em nosso coração, como a nossa luz, nossa fôrça, a nossa consolação. Amor com amor se paga.

Sic nos amantem, quis non redamaret!


Fonte: O Evangelho das Festas Litúrgicas e dos Santos mais populares. 2ª Edição: Manhumirim: O Lutador, 1952. pp. 146-149. (saiba mais sobre a obra e as postagens)

Liturgia Diária- Quinta-feira “In Coena Domini”

Féria de 1ª Classe- Missa Própria – Estação em S. João de Latrão

Feria-Quinta in Coena Domini, isto é, Quinta-feira da ceia do Senhor, eis como a Liturgia designa o dia de hoje. Este nome nos indica o grande acontecimento que a santa Igreja comemora: a instituição do Sacrifício e Sacramento da Eucaristia e do Sacramento da Ordem.

Como no domingo de Ramos, reunimo-nos em S . João de Latrão, Mãe de todas as igrejas de Roma e do Universo, a mais nobre e mais antiga basílica, catedral do supremo Pastor da Igreja. Nela se conserva e venera ainda hoje a mesa em que o divino Salvador celebrou a última Ceia. O altar de nossa igreja é uma continuação daquela venerável mesa.

A Missa é festiva, com os paramentos brancos. Canta-se o Glória, durante o qual tocam festivamente os sinos, que depois emudecem até o Glória na Missa da Vigília Pascal.

Poucas passagens há, no ano eclesiástico, tão impressionantes e comovedoras para o coração do crente, quanto esta Missa; em que se mesclam alegria imensa e profunda tristeza.

Hoje só é celebrada uma santa Missa, durante a qual todos os Sacerdotes (e todos os Cristãos assim o deveriam fazer) recebem a sua Comunhão pascal da mão do Celebrante.

O memorável decreto “Maxima redemptionis nostrae mysteria” de 16/11/1955 com que a Sagrada Congregação dos Ritos, obedecendo a um mandado do Santo Padre Pio XII, renovou toda a liturgia da Semana Santa, prescreve que essa Missa in Coena Domini seja celebrada entre as 17 e as 20 horas.

Depois do Evangelho e da Homilia, pode-se realizar a cerimônia do Lava-pés.

A Santa Comunhão só pode ser distribuída durante a Missa ou logo depois dela e deve ser dada com partículas consagradas nessa mesma Missa.

Depois dia Missa, faz-se a solene transladação do SSmo. Sacramento para um altar lateral, que tenha sido ornamentado e preparado para esse fim desse altar se fará a pública adoração da Santa Reserva até meia-noite. 

Instrução – O Sacramento do Amor – sobre a instituição da Eucaristia – Pe. Júlio Maria de Lombaerde (clique aqui e leia)


Páginas 392 a 406 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


Liturgia Diária- Quarta-feira Santa

Féria de 1ª Classe- Missa Própria – Estação em S. Maria Maior

Não pode a Igreja olvidar nestes dias da Paixão de seu Salvador, a sua Mãe Santíssima, que tão grande parte teve na obra da Redenção. E por isso que nos reunimos no maior santuário ereto em sua honra. Maria acompanha a seu Filho e a nós, nestes dias, e sofre com Ele e conosco. Nos antigos tempos esse dia era de exame para os catecúmenos e ainda hoje se conservam as três Leituras. Jesus Cristo padece como vemos nas Leituras e nos Cânticos, mas o fim dos seus sofrimentos é a glória (Introito).


Páginas 364 a 377 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


Liturgia Diária- Terça-feira Santa

Féria de 1ª Classe- Missa Própria – Estação em S. Prisca

Os primeiros Cristãos reuniam-se outrora provavelmente em casa de Santa Prisca, no Monte Aventino (igreja estacionai). Conforme a tradição, era o próprio S. Pedro quem presidia essas reuniões. S. Marcos, o discípulo do primeiro Papa, nos descreve a Paixão de Jesus e fala particularmente da negação de S. Pedro, que assim, humildemente, confessa a sua culpa. A Cruz de Jesus Cristo é para nós motivo de glória (Introito).


Páginas 350 a 353 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


Liturgia Diária- Segunda-feira Santa

Féria de 1ª Classe- Missa Própria – Estação em S. Praxedes

O Salvador se prepara para sua Paixão (Cânticos). Enquanto Judas se resolve a trair Jesus, Maria Madalena unge o Mestre querido “para a sepultura”. Também nós podemos seguir o exemplo de Maria, ungindo os pés do Salvador, o que, no dizer de Santo Agostinho, significa: “Cuidar dos pobres e levar uma vida santa”. A santa Padroeira da igreja estacional é outro exemplo para nós, pois, distribuiu todos os seus bens pelos pobres.


Páginas 350 a 353 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


[Liturgia] A Semana Santa

Começamos a Semana Santa, durante a qual a Igreja celebra os santos Mistérios de nossa Redenção. É ela a preparação última para a Ressurreição de nosso Divino Salvador. Correspondendo à sua alta significação, distingue-se esta Semana por comoventes cerimônias e atos litúrgicos.

Cada dia é privilegiado, de sorte que nenhuma festa pode ser celebrada durante esta semana. As Orações, os Cânticos, as Leituras nos Ofícios e nas santas Missas relembram os grandes Mistérios de nossa Redenção.

Por onde acompanhar as cerimônias da Semana Santa

Tendo em vista as diversas restrições impostas pelas autoridades civis e pelas autoridades eclesiásticas, estendidas ao período magno da vida cristã, todas as celebrações só poderão ser acompanhadas através da internet.

Por esse motivo, e para auxiliar os interessados, fizemos uma lista de horários e links das que transmissões:

[Fotos] Vigília Pascal e Domingo da Ressurreição do Senhor

Compartilhamos algumas fotos da Vigília Pascal e Missa da Noite de Páscoa, bem como do Domingo da Ressurreição de Nosso Senhor, celebradas pelo Revmo. Padre José Leles. Confira:

Álbum- Vigília Pascal

Álbum- Domingo da Ressurreição

[Fotos] Sexta-feira “in Passione et Morte Domini”

Compartilhamos algumas fotos da Ação Litúrgica e Via-Sacra celebradas pelo Revmo. Padre José Leles na Sexta-feira da Paixão, na Capela Nossa Senhora de Lourdes.

Clique aqui e acesse o álbum

Liturgia Diária- Sábado “De vigilia paschali”

Féria de 1ª Classe- Missa Própria – Estação em S. João do Latrão

O Sábado Santo para a primitiva Igreja era um dia de silêncio e recolhimento. Tal como na Sexta-feira Santa, não se celebrava o santo Sacrifício da Missa. Só ao escurecer começava-se a celebrar a Vigília da Páscoa, que muitas vezes, se prolongava até a madrugada do domingo, terminando com a Missa da Ressurreição.

No ano de 1951 o Santo Padre o Papa Pio XII consentiu que as cerimônias do Sábado fossem restituídas à sua hora primitiva, na noite que medeia entre sábado e domingo.

As cerimônias, que devem começar por volta das 22 horas, compreendem as seguintes partes: Bênção do fogo novo; Bênção do Círio pascal; Precônio pascal; as Leituras; Primeira parte das Ladainhas; Bênção da água batismal; Renovação das promessas do Batismo; Segunda parte das Ladainhas e a solene Missa da Vigília pascal.


Páginas 436 a 470 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


Vigília Pascal às 22 horas na Capela Nossa Senhora de Lourdes.


[Fotos] Missa da Quinta-feira “In Coena Domini”

Compartilhamos algumas fotos da Missa da Quinta-feira Santa (In Coena Domini), celebrada pelo Revmo. Padre José Leles. Clique aqui e confira.

 

Liturgia Diária- Sexta-feira “In Passione et Morte Domini”

Féria de 1ª Classe- Missa Própria – Estação em S. Cruz de Jerusalém

O Ofício solene de hoje é celebrado na basílica chamada Santa Cruz em Jerusalém. Representa esta basílica a cidade de Jerusalém, e, conservando-se nela uma das principais relíquias do santo Lenho, mais particularmente relembra o lugar em que o Cristo foi crucificado. O imperador Constantino transformou o palácio de Santa Helena em igreja, agradecendo a vitoria que alcançara sobre seu adversário, “no sinal do Cristo”, em 312 .

Sexta-feira da Paixão e Morte do Senhor é o nome deste dia. Nele a Igreja não celebra o Santo Sacrifício da Missa. Em sinal de luto e para realçar mais a morte de Nosso Senhor na Cruz, ela congrega os fiéis em redor do Sumo Sacerdote que se oferece como Vítima pelos pecados do mundo. É dia de luto universal.

A solene ação litúrgica desse dia, que deve ser celebrada à tarde, das 15 horas, não, todavia, depois das 18 horas se divide em quatro partes: 1ª. as Leituras; 2ª. as Orações Solenes; 3ª. a Adoração da Cruz e 4ª. a Comunhão.


Páginas 407 a 435 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


Ação Litúrgica às 15 horas na Capela Nossa Senhora de Lourdes.


Liturgia Diária- Quinta-feira “In Coena Domini”

Féria de 1ª Classe- Missa Própria – Estação em S. João de Latrão

Feria-Quinta in Coena Domini, isto é, Quinta-feira da ceia do Senhor, eis como a Liturgia designa o dia de hoje. Este nome nos indica o grande acontecimento que a santa Igreja comemora: a instituição do Sacrifício e Sacramento da Eucaristia e do Sacramento da Ordem.

Como no domingo de Ramos, reunimo-nos em S . João de Latrão, Mãe de todas as igrejas de Roma e do Universo, a mais nobre e mais antiga basílica, catedral do supremo Pastor da Igreja. Nela se conserva e venera ainda hoje a mesa em que o divino Salvador celebrou a última Ceia. O altar de nossa igreja é uma continuação daquela venerável mesa.

A Missa é festiva, com os paramentos brancos. Canta-se o Glória, durante o qual tocam festivamente os sinos, que depois emudecem até o Glória na Missa da Vigília Pascal.

Poucas passagens há, no ano eclesiástico, tão impressionantes e comovedoras para o coração do crente, quanto esta Missa; em que se mesclam alegria imensa e profunda tristeza.

Hoje só é celebrada uma santa Missa, durante a qual todos os Sacerdotes (e todos os Cristãos assim o deveriam fazer) recebem a sua Comunhão pascal da mão do Celebrante.

O memorável decreto “Maxima redemptionis nostrae mysteria” de 16/11/1955 com que a Sagrada Congregação dos Ritos, obedecendo a um mandado do Santo Padre Pio XII, renovou toda a liturgia da Semana Santa, prescreve que essa Missa in Coena Domini seja celebrada entre as 17 e as 20 horas.

Depois do Evangelho e da Homilia, pode-se realizar a cerimônia do Lava-pés.

A Santa Comunhão só pode ser distribuída durante a Missa ou logo depois dela e deve ser dada com partículas consagradas nessa mesma Missa.

Depois dia Missa, faz-se a solene transladação do SSmo. Sacramento para um altar lateral, que tenha sido ornamentado e preparado para esse fim desse altar se fará a pública adoração da Santa Reserva até meia-noite.


Páginas 392 a 406 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


Missa às 19 horas na Capela Nossa Senhora de Lourdes.


Liturgia Diária- Quarta-feira Santa

Féria de 1ª Classe- Missa Própria – Estação em S. Maria Maior

Não pode a Igreja olvidar nestes dias da Paixão de seu Salvador, a sua Mãe Santíssima, que tão grande parte teve na obra da Redenção. E por isso que nos reunimos no maior santuário ereto em sua honra. Maria acompanha a seu Filho e a nós, nestes dias, e sofre com Ele e conosco. Nos antigos tempos esse dia era de exame para os catecúmenos e ainda hoje se conservam as três Leituras. Jesus Cristo padece como vemos nas Leituras e nos Cânticos, mas o fim dos seus sofrimentos é a glória (Introito).


Páginas 364 a 377 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


Missa às 19 horas na Capela Nossa Senhora de Lourdes.


[Fotos] Missa das Sete Dores de Nossa Senhora e Domingo de Ramos

Na última sexta-feira (12/04), a Irmandade do Carmo esteve presente na Festa das Sete Dores de Maria, com Missa no Rito Tradicional celebrada pelo reverendíssimo Padre José Leles, na Igreja Matriz N. Sra. da Abadia, em Tupaciguara (MG). Agradecemos ao pároco, reverendíssimo Padre Willian, ao sr. Henrique Mendes e a todos os fiéis presentes pela acolhida! Confira as fotos, clicando aqui

Já no domingo (14), iniciou-se a Semana Santa com a Missa do II Domingo da Paixão, também (e mais comumente) conhecido por Domingo de Ramos. Acesse a postagem e veja as fotos clicando aqui.


Lembramos que, embora os álbuns estejam no Facebook, podem ser livremente acessado por aqueles que ali não possuem conta.

Liturgia Diária- Terça-feira Santa

Féria de 1ª Classe- Missa Própria – Estação em S. Prisca

Os primeiros Cristãos reuniam-se outrora provavelmente em casa de Santa Prisca, no Monte Aventino (igreja estacionai). Conforme a tradição, era o próprio S. Pedro quem presidia essas reuniões. S. Marcos, o discípulo do primeiro Papa, nos descreve a Paixão de Jesus e fala particularmente da negação de S. Pedro, que assim, humildemente, confessa a sua culpa. A Cruz de Jesus Cristo é para nós motivo de glória (Introito).


Páginas 350 a 353 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


Missa às 19 horas na Capela Nossa Senhora de Lourdes.


Liturgia Diária- Segunda-feira Santa

Féria de 1ª Classe- Missa Própria – Estação em S. Praxedes

O Salvador se prepara para sua Paixão (Cânticos). Enquanto Judas se resolve a trair Jesus, Maria Madalena unge o Mestre querido “para a sepultura”. Também nós podemos seguir o exemplo de Maria, ungindo os pés do Salvador, o que, no dizer de Santo Agostinho, significa: “Cuidar dos pobres e levar uma vida santa”. A santa Padroeira da igreja estacional é outro exemplo para nós, pois, distribuiu todos os seus bens pelos pobres.


Páginas 350 a 353 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)


Missa às 18 horas na Capela Nossa Senhora de Lourdes.


[Liturgia] A Semana Santa

Começamos a Semana Santa, durante a qual a Igreja celebra os santos Mistérios de nossa Redenção. É ela a preparação última para a Ressurreição de nosso Divino Salvador. Correspondendo à sua alta significação, distingue-se esta Semana por comoventes cerimônias e atos litúrgicos.

Cada dia é privilegiado, de sorte que nenhuma festa pode ser celebrada durante esta semana. As Orações, os Cânticos, as Leituras nos Ofícios e nas santas Missas relembram os grandes Mistérios de nossa Redenção.

Programação – Semana Santa

“Começamos a Semana Santa, durante a qual a Igreja celebra os santos Mistérios de nossa Redenção. É ela a preparação última para a Ressurreição de nosso Divino Salvador. Correspondendo à sua alta significação, distingue-se esta Semana por comoventes cerimônias e atos litúrgicos. 

Cada dia é privilegiado, de sorte que nenhuma festa pode ser celebrada durante esta semana. As Orações, os Cânticos, as Leituras nos Ofícios e nas santas Missas relembram os grandes Mistérios de nossa Redenção. “

Liturgia Diária- Domingo da Ressurreição de Nosso Senhor

Domingo de 1ª Classe- Missa Própria

A Páscoa é a festa por excelência, a alegria sem sombras dos cristãos. A missa, na grande oração de ação de graças, dirá, logo às primeiras palavras do prefácio, o motivo desta incomparável alegria: Se é justo louvar a Deus a todo momento, quanto mais o é neste dia em que Cristo, nossa Páscoa, foi imolado para expiar os pecados do mundo, nos comunicando a vida pela sua morte e ressurreição. A Páscoa é a destruição do pecado, a vitória sobre a morte, a recuperação da vida divina, a promoção do nosso próprio corpo à imortalidade. Perante tantas certezas, toda tristeza deve ceder.

“Haec dis quam fecit Dominus”: Eis o dia que o Senhor fez. Durante toda a oitava, cantaremos a alegria desta solenidade sem par, que nos franqueia as portas da eternidade. Cada domingo é como que a sua lembrança, e, de domingo a domingo, ano a ano, as páscoas desta Terra conduzir-nos-ão ao dia feliz, em que Cristo há de voltar, resplandecente de glória, para nos introduzir conSigo no reino do pai. 

OBS.: “Em toda a América Latina, em virtude de especial indulto concedido pelo Santo Padre João XXIII, em 8 de agosto de 1959 (Faculdade Decenal sob n. 11), todos os fiéis podem cumprir o preceito da Santa Comunhão Pascal [3º mandamento da Igreja], desde o domingo da Setuagésima até a Festa de Nossa Senhora do Carmo (16 de julho), inclusive.” (Missal Quotidiano, D. Beda Keckeisen OSB, 1962, p. 43). 


Páginas 471 a 476 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963).


Missa Cantada às 15:30 horas na Catedral Santa Terezinha. (Não haverá Missa de manhã)


PRÓPRIO DO DIA

Introito (Salmo 138, 5-6;1-2)

Ressurgi e ainda estou convosco, aleluia: colocastes sobre mim a vossa mão, admirável se manifestou a vossa ciência, aleluia, aleluia. Sl. Vós, Senhor, me provastes e conhecestes. Vós conheceis o dia da minha morte e da minha ressurreição. Glória ao Pai. 

Coleta

Ó Deus, que pelo triunfo do vosso Filho Unigênito sobre a morte, nos abristes hoje de novo o caminho da eternidade, fazei que realizemos com a vossa ajuda os desejos que a vossa graça nos inspira. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo.

Epístola (ICor 5,7-8)


Se ressuscitamos com Cristo, a nossa vida tem necessariamente de ser outra. Os judeus só podiam comer o cordeiro pascal com pão ázimo; comamos nós também Cristo “nossa páscoa”, com o pão sem fermento duma vida sem mancha, isenta de todo o fermento de pecado.


Leitura da Epístola de São Paulo Apóstolo aos Coríntios.

Naqueles dias: Purificai-vos do velho fermento, para que sejais massa nova, porque sois pães ázimos, porquanto Cristo, nossa Páscoa, foi imolado. Celebremos, pois, a festa, não com o fermento velho nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os pães não fermentados de pureza e de verdade.

Gradual (Salmo 117, 24;1)

Este é o dia que o Senhor fez. Exultemos nele e rejubilemos nele. Glorificai o Senhor, porque Ele é bom e é eterna a sua misericórdia.

Aleluia (I Coríntios 5,7)

Aleluia, aleluia. Cristo foi imolado como nossa Páscoa.

Sequência

À Vítima pascal ofereçam
Os cristãos sacrifícios de louvor.
O Cordeiro resgatou as ovelhas:
Cristo o Inocente
Reconciliou com o Pai os pecadores.
A morte e a vida
Travaram um admirável combate:
Depois de morto,
Vive e reina o Autor da vida.
Diz-nos, Maria,
Que viste no caminho?
Vi o sepulcro de Cristo vivo
E a glória do Ressuscitado.
Vi as testemunhas dos Anjos,
Vi o sudário e a mortalha.
Ressuscitou Cristo, minha esperança:
Precederá os seus discípulos na Galileia.
Sabemos e acreditamos
Cristo ressuscitou dos mortos:
Ó Rei vitorioso,
Tende piedade de nós.
Amém. Alleluia.


Victimae paschali laudes immolent Christiani. Agnus redemit oves: Christus innocens Patri reconciliavit peccatores. Mors et vita duello conflixere mirando: dux vitae mortuus, regnat vivus. Dic nobis Maria, quid vidisti in via? Sepulcrum Christi viventis, et gloriam vidi resurgentis: Angelicos testes, sudarium, et vestes. Surrexit Christus spes mea: praecedet suos in Galilaeam. Scimus Christum surrexisse a mortuis vere: tu nobis, victor Rex, miserere. Amen. Alleluia.


Evangelho (Mc 16, 1-7)


Ao lado do túmulo vazio, um anjo anuncia às santas mulheres a Ressurreição de Jesus. É a nós que ele se dirige por intermédio da Igreja. A narrativa evangélica das aparições, que vamos ler durante esta semana, deve firmar a nossa fé, do mesmo modo que a visão de Cristo ressuscitado foi uma âncora para a fé de seus discípulos.


Sequência do Santo Evangelho segundo Marcos.

Naquele tempo: Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas para ungir Jesus. E no primeiro dia da semana, foram muito cedo ao sepulcro, mal o sol havia despontado. E diziam entre si: Quem nos há de remover a pedra da entrada do sepulcro? Levantando os olhos, elas viram removida a pedra, que era muito grande. Entrando no sepulcro, viram, sentado do lado direito, um jovem, vestido de roupas brancas, e assustaram-se. Ele lhes falou: Não tenhais medo. Buscais Jesus de Nazaré, que foi crucificado. Ele ressuscitou, já não está aqui. Eis o lugar onde o depositaram. Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vos precede na Galiléia. Lá o vereis como vos disse.

Ofertório (Salmo 75, 9-10*)

A terra estremeceu e ficou em paz, quando Cristo por sua virtude ressuscitou, aleluia.

Secreta

Dignai-Vos receber, Senhor, as preces do vosso povo e juntamente a oblação deste sacrifício, para que, santificados com estes mistérios pascais, nos conciliem, por vossa graça, remédios de vida eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Comunhão (I Coríntios 5, 7-8)

Cristo, nossa Páscoa, foi imolado, aleluia. Por isso celebramo-la com ázimos de pureza e de verdade, aleluia, aleluia, aleluia.

Pós Comunhão

Derramai sobre nós, Senhor, o espírito da vossa caridade e fazei, por vossa misericórdia, que vivam concordes aqueles que saciastes com estes mistérios pascais. Por Nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho, que convosco vive e reina em unidade do mesmo Espírito. 


PARTITURAS E ÁUDIOS

Liturgia Diária- 31/03/2018

SOLENE VIGÍLIA DA RESSURREIÇÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

A liturgia da noite pascal era, noutros tempos, das mais importantes do ano.

Durante a tarde do Sábado Santo, reunia-se a assembleia cristã na igreja de São João de Latrão, para o último escrutínio dos catecúmenos. Depois, à noite, começava a “vigília” ou “velada” pascal, que terminava ao romper da alva, com o batismo solene: submergidos ou sepultados com Cristo nas águas batismais, os neófitos nasciam para a vida da graça, à hora em que o Salvador saíra triunfante do túmulo, ao alvorecer do dia da Páscoa. Seguia-se a missa: toda a comunidade dos fiéis celebrava o sacrifício da Redenção, em ação de graças e na alegria da Ressurreição. 

No século XIII, começou a celebração da vigília pascal a ser antecipada para a manhã de sábado. Foi preciso esperar pela segunda metade do século XX para a ver reposta no seu verdadeiro lugar. Celebra-se a hora que permita começar a missa à meia-noite; mas, por motivos pastorais, podem os bispos autorizá-la desde o crepúsculo ou o pôr do Sol. A ausência de toda a função litúrgica da parte de manhã, sublinha o caráter alitúrgico deste dia inteiramente voltado ao luto, em memória da sepultura de Jesus. É somente em plena noite, à hora em que o Salvador venceu a morte que explode a alegria dos fiéis, empunhando uma vela, que se acendeu na chama do círio pascal, figura d’Aquele que é a luz do mundo. Renovando, nesse momento, as promessas do batismo, renascem todos para uma vida nova com o divino Ressuscitado. A comunhão pascal vai uni-los ainda mais intimamente ao Primogênito de entre os mortos, que os conduzirá consigo para o Pai, nesta “passagem”, cujo aniversário festivamente celebram. 


Páginas 436 a 470 (Vigília e Missa) do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963).


Vigília e Missa Cantada às 22 horas na Capela São Judas Tadeu.


LEITURAS

I Leitura (Gn 1, 1-31 e 2, 1-2)


Assim como, pairando sobre as águas do caos primordial, dele fez sair todos os seres, o Espírito de Deus fecunda as águas batismais, das quais surge a nova criação, cujo chefe é Cristo, segundo Adão, o qual, pela Redenção por Ele operada, faz de nós homens novos.


Leitura do Livro do Gênesis.

No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Deus disse: “Faça-se a luz!” E a luz foi feita. Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas. Deus chamou à luz DIA, e às trevas NOITE. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o primeiro dia. Deus disse: “Faça-se um firmamento entre as águas, e separe ele umas das outras”. Deus fez o firmamento e separou as águas que estavam debaixo do firmamento daquelas que estavam por cima. E assim se fez. Deus chamou ao firmamento CÉUS. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o segundo dia. Deus disse: “Que as águas que estão debaixo dos céus se ajuntem num mesmo lugar, e apareça o elemento árido.” E assim se fez. Deus chamou ao elemento árido TERRA, e ao ajuntamento das águas MAR. E Deus viu que isso era bom. Deus disse: “Produza a terra plantas, ervas que contenham semente e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie e o fruto contenha a sua semente.” E assim foi feito. A terra produziu plantas, ervas que contêm semente segundo a sua espécie, e árvores que produzem fruto segundo a sua espécie, contendo o fruto a sua semente. E Deus viu que isso era bom. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o terceiro dia. Deus disse: “Façam-se luzeiros no firmamento dos céus para separar o dia da noite; sirvam eles de sinais e marquem o tempo, os dias e os anos, e resplandeçam no firmamento dos céus para iluminar a terra”. E assim se fez. Deus fez os dois grandes luzeiros: o maior para presidir ao dia, e o menor para presidir à noite; e fez também as estrelas. Deus colocou-os no firmamento dos céus para que iluminassem a terra, presidissem ao dia e à noite, e separassem a luz das trevas. E Deus viu que isso era bom. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o quarto dia. Deus disse: “Pululem as águas de uma multidão de seres vivos, e voem aves sobre a terra, debaixo do firmamento dos céus.” Deus criou os monstros marinhos e toda a multidão de seres vivos que enchem as águas, segundo a sua espécie, e todas as aves segundo a sua espécie. E Deus viu que isso era bom. E Deus os abençoou: “Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, e enchei as águas do mar, e que as aves se multipliquem sobre a terra.” Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o quinto dia. Deus disse: “Produza a terra seres vivos segundo a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selvagens, segundo a sua espécie.” E assim se fez. Deus fez os animais selvagens segundo a sua espécie, os animais domésticos igualmente, e da mesma forma todos os animais, que se arrastam sobre a terra. E Deus viu que isso era bom. Então Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os répteis que se arrastem sobre a terra.” Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher. Deus os abençoou: “Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.” Deus disse: “Eis que eu vos dou toda a erva que dá semente sobre a terra, e todas as árvores frutíferas que contêm em si mesmas a sua semente, para que vos sirvam de alimento. E a todos os animais da terra, a todas as aves dos céus, a tudo o que se arrasta sobre a terra, e em que haja sopro de vida, eu dou toda erva verde por alimento.” E assim se fez. Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o sexto dia. Assim foram acabados os céus, a terra e todo seu exército. Tendo Deus terminado no sétimo dia a obra que tinha feito, descansou do seu trabalho.

II Leitura (Ex 14,24-31 e 15,1)


Libertados do cativeiro do Egito e guiados por Moisés para a Terra Prometida, o povo de Israel atravessa o Mar Vermelho, cujas águas se separam pelo sopro do Senhor. Através das águas do batismo, fecundadas pelo sopro do Espírito divino, a Igreja, novo Israel libertado da escravidão do pecado, marcha, guiada por Cristo, novo moisés, para a pátria eterna dos santos.


Leitura do Livro do Êxodo.

Naqueles dias: À vigília da manhã, o Senhor, do alto da coluna de fogo e da de nuvens, olhou para o acampamento dos egípcios e semeou o pânico no meio deles. Embaraçou-lhes as rodas dos carros de tal sorte que, só dificilmente, conseguiam avançar. Disseram então os egípcios: “Fujamos diante de Israel, porque o Senhor combate por eles contra o Egito.” O Senhor disse a Moisés: “Estende tua mão sobre o mar, e as águas voltar-se-ão sobre os egípcios, seus carros e seus cavaleiros.” Moisés estendeu a mão sobre o mar, e este, ao romper da manhã, voltou ao seu nível habitual. Os egípcios que fugiam foram de encontro a ele, e o Senhor derribou os egípcios no meio do mar. As águas voltaram e cobriram os carros, os cavaleiros e todo o exército do faraó que havia descido no mar ao encalço dos israelitas. Não ficou um sequer. Mas os israelitas tinham andado a pé enxuto no leito do mar, enquanto as águas formavam uma muralha à direita e à esquerda. Foi assim que naquele dia o Senhor livrou Israel da mão dos egípcios. E Israel viu os cadáveres dos egípcios na praia do mar. Viu Israel o grande poder que o Senhor tinha exercido contra os egípcios. Por isso, o povo temeu o Senhor e confiou nele e em seu servo Moisés. Então Moisés e os israelitas entoaram em honra do Senhor o seguinte cântico:

Cântico (Ex 15: 1-3)

Cantarei ao Senhor, porque ele manifestou sua glória. Precipitou no mar cavalos e cavaleiros. O Senhor é a minha força e o objeto do meu cântico; foi ele quem me salvou. Ele é o meu Deus – eu o celebrarei; o Deus de meu pai – eu o exaltarei. O Senhor é o herói dos combates. Senhor é o seu nome.

III Leitura (Is 4, 2-6)


A Igreja, lugar da presença divina, é a vinha escolhida do Senhor, em que cresce o “resto santo” dos batizados, lavados na água regeneradora e inscritos na vida eterna, na nova Jerusalém. 


Leitura do profeta Isaías.

Naquele tempo, aquilo que o Senhor fizer crescer será o ornamento e a glória, e o fruto da terra será o orgulho e o ornato daqueles de Israel que foram salvos. O que restar de Sião, os sobreviventes de Jerusalém, serão chamados santos, e todos os que estiverem computados entre os vivos em Jerusalém. Quando o Senhor tiver lavado a imundície das filhas de Sião, e apagado de Jerusalém as manchas de sangue pelo sopro do direito e pelo vento devastador, o Senhor virá estabelecer-se sobre todo o monte Sião e em suas assembleias: de dia como uma nuvem de fumaça, e de noite como um fogo flamejante. Porque sobre todos se estenderá a glória do Senhor, como a cobertura de uma tenda, à guisa de sombra contra o calor do dia, e de refúgio e abrigo contra a procela e a chuva.

Cântico (Is 5, 1,2,7a)

Meu amado possuía uma vinha num outeiro fértil. Ele a cavou e tirou dela as pedras; plantou-a de cepas escolhidas. Edificou-lhe uma torre no meio, e construiu aí um lagar. A vinha do Senhor dos exércitos é a casa de Israel

IV Leitura (Dt 31, 22-30)


No momento em que o povo da Aliança divina ia entrar, chefiado por Josué, na Terra Prometida, Moisés recorda-lhes os seus graves deveres. Assim a Igreja, para com o novo povo de Deus, o povo da Aliança batismal, em marcha, seguindo a Jesus, novo Josué, para a Jerusalém celeste. 


Leitura do Livro do Deuteronômio.

Naqueles dias:Nesse mesmo dia, Moisés redigiu o cântico e o ensinou aos israelitas. O Senhor deu a Josué, filho de Nun, as seguintes ordens: Mostra-te varonil e corajoso, porque tu introduzirás os israelitas na terra que lhes jurei dar; e estarei contigo. Quando Moisés acabou de escrever todo o texto dessa lei, deu aos levitas, que levavam a arca da aliança do Senhor, esta ordem: Tomai este livro da lei e colocai-o ao lado da arca da aliança do Senhor, vosso Deus, para aí servir de testemunho contra ti, porque conheço teu espírito de revolta e sei que tens a cerviz dura. Se hoje, que ainda estou vivo no meio de vós, sois rebeldes ao Senhor, quanto mais o sereis depois de minha morte. Reuni junto de mim todos os anciães de vossas tribos e vossos magistrados: dirigir-lhes-ei estas palavras e tomarei o céu e a terra como testemunhas contra eles. Pois sei que depois de minha morte vos corrompereis certamente e vos desviareis do caminho que vos tracei; sei que virão males sobre vós no decorrer dos tempos, porque fareis o mal aos olhos do Senhor, irritando-o com o vosso proceder. Então pronunciou Moisés até o fim este cântico, em presença da assembléia:

Cântico (Dt 32, 1-4)

Estai atentos, ó céus, eu vou falar. E a terra ouça as palavras de minha boca. Derrame-se como chuva a minha doutrina, espalhe-se como orvalho a minha palavra, como aguaceiro sobre os campos verdejantes, como chuvarada sobre a relva. Porque vou proclamar o nome do Senhor, dar glória ao nosso Deus! Ele é o rochedo, perfeita é a sua obra, justos, todos os seus caminhos; é Deus de lealdade, não de iniqüidade, ele é justo, ele é reto.


MISSA DA NOITE DE PÁSCOA

A Santa Igreja, depois de nos ter feito reviver a graça do batismo, convida-nos a oferecer com ela o santo sacrifício da missa. É a ação de graças dos redimidos: no mistério da celebração eucarística, oferece a Deus o sacrifício do Calvário, em que o Cordeiro pascal, imolado para salvação do mundo, nos obteve a Redenção.

Esta missa canta a alegria da Ressurreição. Entoando o “Glória in Excelsis”, tocam o órgão e os sinos, que se tinham calado desde Quinta-feira Santa. Depois da epístola, sente-se a alegria transbordar, à tríplice entoação do “Alleluia”, cantado pelo celebrante e repetido pela assembleia, seguido logo pelo entusiástico “Confitémini” e salmo “Laudáte”, em que a alegria pascal não conhece limites.


Epístola (Col 3, 1-4)


Epístola breve, mas rica de sentido: afirmação da vida nova e exortação instante à fidelidade cristã. Vivamos como ressuscitados, na radiosa esperança da glória celeste. 


Leitura da Epístola de São Apóstolo aos Colossenses.

Naqueles dias: Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então também vós aparecereis com ele na glória.

Terminada a Epístola o celebrante entoa, elevando a voz gradualmente:

ALELUIA!

ALELUIA!

ALELUIA!

O coro responde no mesmo tom do celebrante e depois continua: 

Salmo 117,1

Louvai ao Senhor, porque ele é bom; porque eterna é a sua misericórdia.

Prossegue-se com o Trato. 

Evangelho (Mt 28, 1-7)


Na aurora do dia de Páscoa, diante do túmulo vazio, um ajo resplandecente de luz anuncia às santas mulheres a Ressurreição do Senhor.


Sequência do Santo Evangelho segundo Mateus. 

Naquele Tempo: Depois do sábado, quando amanhecia o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o túmulo. E eis que houve um violento tremor de terra: um anjo do Senhor desceu do céu, rolou a pedra e sentou-se sobre ela. Resplandecia como relâmpago e suas vestes eram brancas como a neve. Vendo isto, os guardas pensaram que morreriam de pavor. Mas o anjo disse às mulheres: Não temais! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Não está aqui: ressuscitou como disse. Vinde e vede o lugar em que ele repousou. Ide depressa e dizei aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos. Ele vos precede na Galiléia. Lá o haveis de rever, eu vo-lo disse.

 

Liturgia Diária- 30/03/2018

SEXTA-FEIRA SANTA DA PAIXÃO E MORTE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

A função litúrgica, em que a Igreja celebra, à tarde, a Redenção do mundo, devia ser cara a todos os cristãos. Neste dia, o canto solene da Paixão, as grandes orações solenes, em que a Igreja pede confiadamente pela salvação dos homens, a adoração da Cruz e o canto dos impropérios são algo mais que simples ritos emocionantes; são a oração de ação de graças dos resgatados que, em comum, reconsideram diante de Deus tudo o que o mistério da Cruz para eles representa. 


Páginas 407 a 435 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963).


Vigília Eucarística às 12 horas e Ação Litúrgica às 15 horas na Capela São Judas Tadeu. Logo após Via-Sacra nas ruas do Bairro Roosevelt.


LEITURAS

I Leitura (Os 6, 1-6)


Para garantir a nossa salvação é preciso algo mais que um superficial e inconstante regresso a Deus.


Leitura do profeta Oseias.

É isto que diz o Senhor: Vinde, voltemos ao Senhor, ele feriu-nos, ele nos curará; ele causou a ferida, ele a pensará. Dar-nos-á de novo a vida em dois dias; ao terceiro dia levantar-nos-á, e viveremos em sua presença. Apliquemo-nos a conhecer o Senhor; sua vinda é certa como a da aurora; ele virá a nós como a chuva, como a chuva da primavera que irriga a terra. Que te farei, Efraim? Que te farei, Judá? Vosso amor é como a nuvem da manhã, como o orvalho que logo se dissipa. Por isso é que os castiguei pelos profetas, e os matei pelas palavras de minha boca, e meu juízo resplandece como o relâmpago, porque eu quero o amor mais que os sacrifícios, e o conhecimento de Deus mais que os holocaustos.

II Leitura (Ex 12, 1-11)


Eis a instituição da antiga páscoa. Todos os anos, celebravam os Judeus, nesta data, a sua saída do Egito e o fim da sua escravidão, imolando e comendo “o cordeiro da passagem”, memorial daquele cordeio, cujo sangue tinha preservado os seus antepassados, na passagem do anjo exterminador.


Leitura do Livro do Êxodo.

Naqueles dias: O Senhor disse a Moisés e a Aarão: “Este mês será para vós o princípio dos meses: tê-lo-eis como o primeiro mês do ano. Dizei a toda a assembléia de Israel: no décimo dia deste mês cada um de vós tome um cordeiro por família, um cordeiro por casa. Se a família for pequena demais para um cordeiro, então o tomará em comum com seu vizinho mais próximo, segundo o número das pessoas, calculando-se o que cada um pode comer. O animal será sem defeito, macho, de um ano; podereis tomar tanto um cordeiro como um cabrito. E o guardareis até o décimo quarto dia deste mês; então toda a assembléia de Israel o imolará no crepúsculo. Tomarão do seu sangue e pô-lo-ão sobre as duas ombreiras e sobre a verga da porta das casas em que o comerem. Naquela noite comerão a carne assada no fogo com pães sem fermento e ervas amargas. Nada comereis dele que seja cru, ou cozido, mas será assado no fogo completamente com a cabeça, as pernas e as entranhas. Nada deixareis dele até pela manhã; se sobrar alguma coisa, queimá-la-eis no fogo. Eis a maneira como o comereis: tereis cingidos os vossos rins, vossas sandálias nos pés e vosso cajado na mão. Comê-lo-eis apressadamente: é a Páscoa do Senhor.

Paixão segundo João. (Jo 18: 1-40; 19: 1-42)


Na narrativa de São João, enquadrada como está na celebração da Páscoa dos Judeus, a Paixão aparece-nos como um mistério de salvação, mistério cujo significado é sugerido pelo golpe de lança, que trespassou o peito de Jesus: a morte de jesus deu origem ao nascimento da Igreja, tal como a imolação do cordeiro da antiga páscoa, relativamente ao povo eleito. Jesus vai corajosamente ao encontro da Paixão, sabendo que vai coroar a sua missão. Mostra que é Rei, mas de um reino espiritual, que não é deste mundo. Domina os adversários e sabe que a sua morte vai ser o sinal do seu triunfo e da derrocada de Satanás.


Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João. 

No Getsemani. Prisão de Jesus.

Naquele Tempo: Jesus saiu com os seus discípulos para além da torrente de Cedron, onde havia um jardim, no qual entrou com os seus discípulos. Judas, o traidor, conhecia também aquele lugar, porque Jesus ia freqüentemente para lá com os seus discípulos.Tomou então Judas a coorte e os guardas de serviço dos pontífices e dos fariseus, e chegaram ali com lanternas, tochas e armas. Como Jesus soubesse tudo o que havia de lhe acontecer, adiantou-se e perguntou-lhes: A quem buscais? Responderam: A Jesus de Nazaré. Sou eu, disse-lhes. (Também Judas, o traidor, estava com eles.) Quando lhes disse Sou eu, recuaram e caíram por terra. Perguntou-lhes ele, pela segunda vez: A quem buscais? Disseram: A Jesus de Nazaré. Replicou Jesus: Já vos disse que sou eu. Se é, pois, a mim que buscais, deixai ir estes. Assim se cumpriu a palavra que disse: Dos que me deste não perdi nenhum (Jo 17,12). Simão Pedro, que tinha uma espada, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha direita. (O servo chamava-se Malco.) Mas Jesus disse a Pedro: Enfia a tua espada na bainha! Não hei de beber eu o cálice que o Pai me deu? 

Jesus conduzido a Anás e Caifás. 

Conduziram-no primeiro a Anás, por ser sogro de Caifás, que era o sumo sacerdote daquele ano. Caifás fora quem dera aos judeus o conselho: Convém que um só homem morra em lugar do povo. Simão Pedro seguia Jesus, e mais outro discípulo. Este discípulo era conhecido do sumo sacerdote e entrou com Jesus no pátio da casa do sumo sacerdote, porém Pedro ficou de fora, à porta. Mas o outro discípulo (que era conhecido do sumo sacerdote) saiu e falou à porteira, e esta deixou Pedro entrar. A porteira perguntou a Pedro: Não és acaso também tu dos discípulos desse homem? Não o sou, respondeu ele. Os servos e os guardas acenderam um fogo, porque fazia frio, e se aqueciam. Com eles estava também Pedro, de pé, aquecendo-se. O sumo sacerdote indagou de Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. Jesus respondeu-lhe: Falei publicamente ao mundo. Ensinei na sinagoga e no templo, onde se reúnem os judeus, e nada falei às ocultas. Por que me perguntas? Pergunta àqueles que ouviram o que lhes disse. Estes sabem o que ensinei. A estas palavras, um dos guardas presentes deu uma bofetada em Jesus, dizendo: É assim que respondes ao sumo sacerdote? Replicou-lhe Jesus: Se falei mal, prova-o, mas se falei bem, por que me bates? (Anás enviou-o preso ao sumo sacerdote Caifás.) Simão Pedro estava lá se aquecendo. Perguntaram-lhe: Não és porventura, também tu, dos seus discípulos? Negou-o, dizendo: Não! Disse-lhe um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha: Não te vi eu com ele no horto? Mas Pedro negou-o outra vez, e imediatamente o galo cantou.

Jesus diante de Pilatos.

Da casa de Caifás conduziram Jesus ao pretório. Era de manhã cedo. Mas os judeus não entraram no pretório, para não se contaminarem e poderem comer a Páscoa. Saiu, por isso, Pilatos para ter com eles, e perguntou: Que acusação trazeis contra este homem? Responderam-lhe: Se este não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti. Disse, então, Pilatos: Tomai-o e julgai-o vós mesmos segundo a vossa lei. Responderam-lhe os judeus: Não nos é permitido matar ninguém. Assim se cumpria a palavra com a qual Jesus indicou de que gênero de morte havia de morrer (Mt 20,19).
Pilatos entrou no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus? Jesus respondeu: Dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim? Disse Pilatos: Acaso sou eu judeu? A tua nação e os sumos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste? Respondeu Jesus: O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus súditos certamente teriam pelejado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu Reino não é deste mundo. Perguntou-lhe então Pilatos: És, portanto, rei? Respondeu Jesus: Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz. Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade?… Falando isso, saiu de novo, foi ter com os judeus e disse-lhes: Não acho nele crime algum.
Mas é costume entre vós que pela Páscoa vos solte um preso. Quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus? Então todos gritaram novamente e disseram: Não! A este não! Mas a Barrabás! (Barrabás era um salteador.)

Ultrajes e coroação de espinhos

Pilatos mandou então flagelar Jesus. Os soldados teceram de espinhos uma coroa e puseram-lha sobre a cabeça e cobriram-no com um manto de púrpura. Aproximavam-se dele e diziam: Salve, rei dos judeus! E davam-lhe bofetadas.

Jesus de novo diante de Pilatos

Pilatos saiu outra vez e disse-lhes: Eis que vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele nenhum motivo de acusação. Apareceu então Jesus, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Pilatos disse: Eis o homem!
Quando os pontífices e os guardas o viram, gritaram: Crucifica-o! Crucifica-o! Falou-lhes Pilatos: Tomai-o vós e crucificai-o, pois eu não acho nele culpa alguma. Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei, e segundo essa lei ele deve morrer, porque se declarou Filho de Deus. Estas palavras impressionaram Pilatos. Entrou novamente no pretório e perguntou a Jesus: De onde és tu? Mas Jesus não lhe respondeu. Pilatos então lhe disse: Tu não me respondes? Não sabes que tenho poder para te soltar e para te crucificar? Respondeu Jesus: Não terias poder algum sobre mim, se de cima não te fora dado. Por isso, quem me entregou a ti tem pecado maior. Desde então Pilatos procurava soltá-lo. Mas os judeus gritavam: Se o soltares, não és amigo do imperador, porque todo o que se faz rei se declara contra o imperador. Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Lajeado, em hebraico Gábata. (Era a Preparação para a Páscoa, cerca da hora sexta.) Pilatos disse aos judeus: Eis o vosso rei! Mas eles clamavam: Fora com ele! Fora com ele! Crucifica-o! Pilatos perguntou-lhes: Hei de crucificar o vosso rei? Os sumos sacerdotes responderam: Não temos outro rei senão César! Entregou-o então a eles para que fosse crucificado.

Crucifixão

Levaram então consigo Jesus. Ele próprio carregava a sua cruz para fora da cidade, em direção ao lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota. Ali o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio.
Pilatos redigiu também uma inscrição e a fixou por cima da cruz. Nela estava escrito: Jesus de Nazaré, rei dos judeus. Muitos dos judeus leram essa inscrição, porque Jesus foi crucificado perto da cidade e a inscrição era redigida em hebraico, em latim e em grego. Os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: Não escrevas: Rei dos judeus, mas sim: Este homem disse ser o rei dos judeus. Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi.

Seus vestidos deitados à sorte

Depois de os soldados crucificarem Jesus, tomaram as suas vestes e fizeram delas quatro partes, uma para cada soldado. A túnica, porém, toda tecida de alto a baixo, não tinha costura. Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas deitemos sorte sobre ela, para ver de quem será. Assim se cumpria a Escritura: Repartiram entre si as minhas vestes e deitaram sorte sobre a minha túnica (Sl 21,19). Isso fizeram os soldados.

Últimos momentos e morte de Jesus

Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa. Em seguida, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir plenamente a Escritura, disse: Tenho sede. Havia ali um vaso cheio de vinagre. Os soldados encheram de vinagre uma esponja e, fixando-a numa vara de hissopo, chegaram-lhe à boca. Havendo Jesus tomado do vinagre, disse: Tudo está consumado. Inclinou a cabeça e rendeu o espírito.

(Aqui se ajoelha por um tempo.)

Depois da morte de Jesus

Os judeus temeram que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque já era a Preparação e esse sábado era particularmente solene. Rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
Vieram os soldados e quebraram as pernas do primeiro e do outro, que com ele foram crucificados. Chegando, porém, a Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água. O que foi testemunha desse fato o atesta (e o seu testemunho é digno de fé, e ele sabe que diz a verdade), a fim de que vós creiais. Assim se cumpriu a Escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado (Ex 12,46).E diz em outra parte a Escritura: Olharão para aquele que transpassaram (Zc 12,10).

Sepultura

Depois disso, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus, mas ocultamente, por medo dos judeus, rogou a Pilatos a autorização para tirar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu. Foi, pois, e tirou o corpo de Jesus. Acompanhou-o Nicodemos (aquele que anteriormente fora de noite ter com Jesus), levando umas cem libras de uma mistura de mirra e aloés. Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no em panos com os aromas, como os judeus costumam sepultar. No lugar em que ele foi crucificado havia um jardim, e no jardim um sepulcro novo, em que ninguém ainda fora depositado.Foi ali que depositaram Jesus por causa da Preparação dos judeus e da proximidade do túmulo.

 

Liturgia Diária- 29/03/2018

MISSA COMEMORATIVA DA CEIA DO SENHOR, LAVA-PÉS OU MANDATO

Féria de 1ª Classe- Missa Própria

Precisamente no momento em que os inimigos Lhe maquinavam a morte, o Salvador institui um meio de perpetuar o seu sacrifício redentor e de imortalizar a sua presença. Em recordação da Última Ceia, celebra hoje a Igreja o santo Sacrifício, no meio de radiante alegria: ministros com paramentos de festa, canto do Glória ao som do órgão e dos sinos. 

A princípio, há uma só missa em cada Igreja. No dia de aniversário da instituição da Eucaristia, isto tem por fim recordar que h´um só sacerdócio, a quem Jesus confiou o múnus de renovar perpetuamente o seu sacrifício (epístola). Nas orações do cânon da missa, no “Communicantes” e no momento mesmo da consagração, a Igreja evoca, com emoção, a memória de Jesus, ao instituir e celebrar o sacrifício de ação de graças, na véspera da sua Paixão. 


Páginas 396 a 406 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963).


Missa Cantada às 20 horas na Capela São Judas Tadeu, com adoração do Santíssimo Sacramento após a Missa.


LEITURAS

Epístola (I Cor 11, 20-32)


A descrição que São Paulo nos faz na última Ceia apresenta-se, no contexto, enquadrada entre várias prescrições, concernentes à caridade fraterna. Não foi esse, com efeito, o mandamento novo, que Jesus legou aos seus discípulos, precisamente neste dia? E o sacrifício da missa, realização sacramental (como a Ceia), do sacrifício da Cruz, não é, ele também, fator supremo da unidade cristã?


Leitura da Epístola de São Paulo Apóstolo aos Coríntios.

Irmãos: Quando vos reunis, já não é para comer a ceia do Senhor, porquanto, mal vos pondes à mesa, cada um se apressa a tomar sua própria refeição; e enquanto uns têm fome, outros se fartam. Porventura não tendes casa onde comer e beber? Ou menosprezais a Igreja de Deus, e quereis envergonhar aqueles que nada têm? Que vos direi? Devo louvar-vos? Não! Nisto não vos louvo… Eu recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim. Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha. Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor. Que cada um se examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação. Esta é a razão por que entre vós há muitos adoentados e fracos, e muitos mortos. Se nos examinássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, sendo julgados pelo Senhor, ele nos castiga para não sermos condenados com o mundo.

Evangelho (Jo 13, 1-15)


A instituição da Eucaristia foi descrita na epístola. O evangelho transmite-nos a grande lição de caridade fraterna, de que Jesus quis deixar um exemplo inolvidável, curvando-se diante dos discípulos, para lhes lavar os pés. 


Sequência do Santo Evangelho segundo João.

Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo ao Pai, como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou. Durante a ceia, – quando o demônio já tinha lançado no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de traí-lo -, sabendo Jesus que o Pai tudo lhe dera nas mãos, e que saíra de Deus e para Deus voltava, levantou-se da mesa, depôs as suas vestes e, pegando duma toalha, cingiu-se com ela. Em seguida, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido. Chegou a Simão Pedro. Mas Pedro lhe disse: Senhor, queres lavar-me os pés!… Respondeu-lhe Jesus: O que faço não compreendes agora, mas compreendê-lo-ás em breve. Disse-lhe Pedro: Jamais me lavarás os pés!… Respondeu-lhe Jesus: Se eu não tos lavar, não terás parte comigo. Exclamou então Simão Pedro: Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça. Disse-lhe Jesus: Aquele que tomou banho não tem necessidade de lavar-se; está inteiramente puro. Ora, vós estais puros, mas nem todos!… Pois sabia quem o havia de trair; por isso, disse: Nem todos estais puros. Depois de lhes lavar os pés e tomar as suas vestes, sentou-se novamente à mesa e perguntou-lhes: Sabeis o que vos fiz? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, assim façais também vós.


PARTITURAS E ÁUDIOS

 

Liturgia Diária- 27/03/2018

TERÇA-FEIRA DA SEMANA SANTA

Féria de 1ª Classe- Missa Própria

A salvação, a vida e ressurreição dos cristãos encontram-se na cruz do Salvador, como o lembra o introito, num canto cheio de alegria, que abrirá, igualmente, a missa de Quinta-feira Santa. Nas orações, o mesmo pensamento: a celebração dos mistérios da nossa Redenção deve alcançar-nos perdão e cura, renovação da vida sobrenatural e será penhor da eternidade.

A epístola, tirada de Jeremias, anuncia a imolação do Cordeiro e sublinha a inocência de Jesus e a sua serenidade, posta em relevo igualmente na narração da Paixão segundo São Marcos.


Páginas 353 a 364 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963).


Missa às 18:30 horas na Capela São Judas Tadeu.


LEITURAS

Leitura (Jr 11, 18-20)


Pela sua serenidade no meio das conjuras, que se tramam à sua volta, Jeremias é a figura do Cordeiro inocente, que se deixa imolar, sem um queixume. 


Leitura do profeta Jeremias.

Naqueles dias: Instruído pelo Senhor, eu o desvendei. Vós me fizestes conhecer seus intentos. E eu, qual manso cordeiro conduzido à matança, ignorava as maquinações tramadas contra mim: destruamos a árvore em seu vigor. Arranquemo-la da terra dos vivos, e que seu nome caia no esquecimento. Vós sois, porém, Senhor dos exércitos, justo juiz que sondais os rins e os corações. Serei testemunha da vingança que tomarei deles e a vós confio minha causa.

Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos (Mc 14, 1-72; 15, 1-46)


A narrativa de São Marcos salienta o encarniçamento dos cabecilhas do povo judeu, que buscam a perda de Jesus e, como contraste, a serenidade do Salvador e a liberdade, com que espontaneamente vai ao encontro da morte. Acompanha a morte do Senhor uma série de prodígios, cujo sentido se revela na profissão de fé do centurião: “Verdadeiramente, este homem era Filho de Deus!”. Ao escrever o seu Evangelho, São Marcos tem particularmente em vista os pagãos, aos quais procura inculcar a fé na divindade do Salvador.


Naquele tempo, Jesus, com seus discípulos, dirigiu-se para o lugar chamado Getsêmani, e disse a seus discípulos: Sentai-vos aqui, enquanto vou orar. Levou consigo Pedro, Tiago e João; e começou a ter pavor e a angustiar-se.
Disse-lhes: A minha alma está numa tristeza mortal; ficai aqui e vigiai. Adiantando-se alguns passos, prostrou-se com a face por terra e orava que, se fosse possível, passasse dele aquela hora. Aba! (Pai!), suplicava ele. Tudo te é possível; afasta de mim este cálice! Contudo, não se faça o que eu quero, senão o que tu queres. Em seguida, foi ter com seus discípulos e achou-os dormindo. Disse a Pedro: Simão, dormes? Não pudeste vigiar uma hora! Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. Pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca. Afastou-se outra vez e orou, dizendo as mesmas palavras. Voltando, achou-os de novo dormindo, porque seus olhos estavam pesados; e não sabiam o que lhe responder. Voltando pela terceira vez, disse-lhes: Dormi e descansai. Basta! Veio a hora! O Filho do homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos e vamos! Aproxima-se o que me há de entregar.
Ainda falava, quando chegou Judas Iscariotes, um dos Doze, e com ele um bando armado de espadas e cacetes, enviado pelos sumos sacerdotes, escribas e anciãos. Ora, o traidor tinha-lhes dado o seguinte sinal: Aquele a quem eu beijar é ele. Prendei-o e levai-o com cuidado.Assim que ele se aproximou de Jesus, disse: Rabi!, e o beijou.
Lançaram-lhe as mãos e o prenderam. Um dos circunstantes tirou da espada, feriu o servo do sumo sacerdote e decepou-lhe a orelha. Mas Jesus tomou a palavra e disse-lhes: Como a um bandido, saístes com espadas e cacetes para prender-me!Entretanto, todos os dias estava convosco, ensinando no templo, e não me prendestes. Mas isso acontece para que se cumpram as Escrituras.Então todos o abandonaram e fugiram. Seguia-o um jovem coberto somente de um pano de linho; e prenderam-no. Mas, lançando ele de si o pano de linho, escapou-lhes despido.  Conduziram Jesus à casa do sumo sacerdote, onde se reuniram todos os sacerdotes, escribas e anciãos. Pedro o foi seguindo de longe até dentro do pátio. Sentou-se junto do fogo com os servos e aquecia-se. Os sumos sacerdotes e todo o conselho buscavam algum testemunho contra Jesus, para o condenar à morte, mas não o achavam.Muitos diziam falsos testemunhos contra ele, mas seus depoimentos não concordavam.Levantaram-se, então, alguns e deram esse falso testemunho contra ele: Ouvimo-lo dizer: Eu destruirei este templo, feito por mãos de homens, e em três dias edificarei outro, que não será feito por mãos de homens.Mas nem neste ponto eram coerentes os seus testemunhos. O sumo sacerdote levantou-se no meio da assembléia e perguntou a Jesus: Não respondes nada? O que é isto que dizem contra ti? Mas Jesus se calava e nada respondia. O sumo sacerdote tornou a perguntar-lhe: És tu o Cristo, o Filho de Deus bendito? Jesus respondeu: Eu o sou. E vereis o Filho do Homem sentado à direita do poder de Deus, vindo sobre as nuvens do céu. O sumo sacerdote rasgou então as suas vestes. Para que desejamos ainda testemunhas?!, exclamou ele. Ouvistes a blasfêmia! Que vos parece? E unanimemente o julgaram merecedor da morte. Alguns começaram a cuspir nele, a tapar-lhe o rosto, a dar-lhe socos e a dizer-lhe: Adivinha! Os servos igualmente davam-lhe bofetadas. Estando Pedro embaixo, no pátio, veio uma das criadas do sumo sacerdote.
Ela fixou os olhos em Pedro, que se aquecia, e disse: Também tu estavas com Jesus de Nazaré. Ele negou: Não sei, nem compreendo o que dizes. E saiu para a entrada do pátio; e o galo cantou. A criada, que o vira, começou a dizer aos circunstantes: Este faz parte do grupo deles. Mas Pedro negou outra vez. Pouco depois, os que ali estavam diziam de novo a Pedro: Certamente tu és daqueles, pois és galileu. Então ele começou a praguejar e a jurar: Não conheço esse homem de quem falais. E imediatamente cantou o galo pela segunda vez. Pedro lembrou-se da palavra que Jesus lhe havia dito: Antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarás. E, lembrando-se disso, rompeu em soluços. Logo pela manhã se reuniram os sumos sacerdotes com os anciãos, os escribas e com todo o conselho. E tendo amarrado Jesus, levaram-no e entregaram-no a Pilatos. Este lhe perguntou: És tu o rei dos judeus? Ele lhe respondeu: Sim.Os sumos sacerdotes acusavam-no de muitas coisas.Pilatos perguntou-lhe outra vez: Nada respondes? Vê de quantos delitos te acusam! Mas Jesus nada mais respondeu, de modo que Pilatos ficou admirado.
Ora, costumava ele soltar-lhes em cada festa qualquer dos presos que pedissem. Havia na prisão um, chamado Barrabás, que fora preso com seus cúmplices, o qual na sedição perpetrara um homicídio. O povo que tinha subido começou a pedir-lhe aquilo que sempre lhes costumava conceder. Pilatos respondeu-lhes: Quereis que vos solte o rei dos judeus? (Porque sabia que os sumos sacerdotes o haviam entregue por inveja.) Mas os pontífices instigaram o povo para que pedissem de preferência que lhes soltasse Barrabás. Pilatos falou-lhes outra vez: E que quereis que eu faça daquele a quem chamais o rei dos judeus? Eles tornaram a gritar: Crucifica-o! Pilatos replicou: Mas que mal fez ele? Eles clamavam mais ainda: Crucifica-o! Querendo Pilatos satisfazer o povo, soltou-lhes Barrabás e entregou Jesus, depois de açoitado, para que fosse crucificado. Os soldados conduziram-no ao interior do pátio, isto é, ao pretório, onde convocaram toda a coorte.Vestiram Jesus de púrpura, teceram uma coroa de espinhos e a colocaram na sua cabeça. E começaram a saudá-lo: Salve, rei dos judeus! Davam-lhe na cabeça com uma vara, cuspiam nele e punham-se de joelhos como para homenageá-lo. Depois de terem escarnecido dele, tiraram-lhe a púrpura, deram-lhe de novo as vestes e conduziram-no fora para o crucificar. Passava por ali certo homem de Cirene, chamado Simão, que vinha do campo, pai de Alexandre e de Rufo, e obrigaram-no a que lhe levasse a cruz. Conduziram Jesus ao lugar chamado Gólgota, que quer dizer lugar do crânio. Deram-lhe de beber vinho misturado com mirra, mas ele não o aceitou. Depois de o terem crucificado, repartiram as suas vestes, tirando a sorte sobre elas, para ver o que tocaria a cada um. Era a hora terceira quando o crucificaram. A inscrição que motivava a sua condenação dizia: O rei dos judeus. Crucificaram com ele dois bandidos: um à sua direita e outro à esquerda. [Cumpriu-se assim a passagem da Escritura que diz: Ele foi contado entre os malfeitores (Is 53,12).] Os que iam passando injuriavam-no e abanavam a cabeça, dizendo: Olá! Tu que destróis o templo e o reedificas em três dias, salva-te a ti mesmo! Desce da cruz! Desta maneira, escarneciam dele também os sumos sacerdotes e os escribas, dizendo uns para os outros: Salvou a outros e a si mesmo não pode salvar! Que o Cristo, rei de Israel, desça agora da cruz, para que vejamos e creiamos! Também os que haviam sido crucificados com ele o insultavam. Desde a hora sexta até a hora nona, houve trevas por toda a terra. E à hora nona Jesus bradou em alta voz: Elói, Elói, lammá sabactáni?, que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Ouvindo isto, alguns dos circunstantes diziam: Ele chama por Elias!
Um deles correu e ensopou uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta de uma vara, deu-lho para beber, dizendo: Deixai, vejamos se Elias vem tirá-lo. Nisto, Jesus deu um grande brado e expirou. (Aqui ajoelha-se e faz-se uma breve pausa). O véu do templo rasgou-se então de alto a baixo em duas partes. O centurião que estava diante de Jesus, ao ver que ele tinha expirado assim, disse: Este homem era realmente o Filho de Deus. Achavam-se ali também umas mulheres, observando de longe, entre as quais Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o Menor, e de José, e Salomé, que o tinham seguido e o haviam assistido, quando ele estava na Galileia; e muitas outras que haviam subido juntamente com ele a Jerusalém. Quando já era tarde – era a Preparação, isto é‚ é a véspera do sábado -, veio José de Arimatéia, ilustre membro do conselho, que também esperava o Reino de Deus; ele foi resoluto à presença de Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Pilatos admirou-se de que ele tivesse morrido tão depressa. E, chamando o centurião, perguntou se já havia muito tempo que Jesus tinha morrido. Obtida a resposta afirmativa do centurião, mandou dar-lhe o corpo. Depois de ter comprado um pano de linho, José tirou-o da cruz, envolveu-o no pano e depositou-o num sepulcro escavado na rocha, rolando uma pedra para fechar a entrada.

 

Liturgia Diária- 26/03/2017

SEGUNDA-FEIRA DA SEMANA SANTA 

Féria de 1ª Classe- Missa Própria

A Igreja convida-nos a reviver, em espírito, os últimos dias de vida do Divino Mestre, e os sentimentos que o animaram ao aproximar-se da Paixão.Isaías descreve antecipadamente a atitude do Justo sofredor, que confia a Deus a sua defesa; certo do triunfo, entrega-se aos adversários por amor de seus irmãos. O evangelho mostra-nos Jesus durante uma refeição em Betânia, seis dias antes da Páscoa. Tudo indica o próximo desenlace: o gesto de Maria evoca a sepultura, os sentimentos de Judas fazem prever o crime do traidor, a presença de Lázaro ressuscitado pressagia a ressurreição do Senhor.


Páginas 350 a 353 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963).


Missa às 18:30 horas na Capela São Judas Tadeu.


LEITURAS

Leitura (Is 50, 5-10)


Profecia impressionante da flagelação. A vários séculos de distância, Isaías descreve o Messias sofredor: consciente da sua missão, seguro do seu triunfo final, abandona-se a Deus, e aceita as presentes humilhações, para salvação dos homens. 


Leitura do profeta Isaías.

Naqueles dias, disse Isaías: O Senhor Deus abriu-me o ouvido e eu não relutei, não me esquivei. Aos que me feriam, apresentei as espáduas, e as faces àqueles que me arrancavam a barba; não desviei o rosto dos ultrajes e dos escarros. Mas o Senhor Deus vem em meu auxílio: eis por que não me senti desonrado; enrijeci meu rosto como uma pedra, convicto de não ser desapontado. Aquele que me fará justiça aí está. Quem ousará atacar-me? Vamos medir-nos! Quem será meu adversário? Que se apresente! O Senhor Deus vem em meu auxílio: quem ousaria condenar-me? Cairão em frangalhos como um manto velho; a traça os roerá. Que aqueles dentre vós que temem o Senhor ouçam a voz de seu Servo! Que aqueles que caminham no escuro, privados de luz, confiem no nome do Senhor e contem com o seu Deus!

Evangelho (Jo 12, 1-9)


“Ante sex dies paschae”. São João salienta a relação que existe entre a morte de Jesus e a celebração da Páscoa. Dentre os fatos marcantes desta semana de preparação para a Páscoa, notou esta refeição e frisou todos os pormenores, que pressagiam a morte de Jesus.


Sequência do Santo Evangelho segundo João.

Seis dias antes da Páscoa, foi Jesus a Betânia, onde vivia Lázaro, que ele ressuscitara. Deram ali uma ceia em sua honra. Marta servia e Lázaro era um dos convivas. Tomando Maria uma libra de bálsamo de nardo puro, de grande preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa encheu-se do perfume do bálsamo. Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de trair, disse: Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres? Dizia isso não porque ele se interessasse pelos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, furtava o que nela lançavam. Jesus disse: Deixai-a; ela guardou este perfume para o dia da minha sepultura. Pois sempre tereis convosco os pobres, mas a mim nem sempre me tereis. Uma grande multidão de judeus veio a saber que Jesus lá estava; e chegou, não somente por causa de Jesus, mas ainda para ver Lázaro, que ele ressuscitara. Mas os príncipes dos sacerdotes resolveram tirar a vida também a Lázaro, porque muitos judeus, por causa dele, se afastavam e acreditavam em Jesus. No dia seguinte, uma grande multidão que tinha vindo à festa em Jerusalém ouviu dizer que Jesus se ia aproximando.

Liturgia – 03/04/2015 – Latim/Português/English

Passio Domini nostri Iesu Christi secundum Ioannem
Ioannes 18:1-40; 19:1-42
In illo tempore: Egressus est Iesus cum discipulis suis trans torrentem Cedron, ubi erat hortus, in quem introivit ipse, et discipuli eius Sciebat autem et Iudas, qui tradebat eum, locum: quia frequenter Iesus convenerat illuc cum discipulis suis. Iudas ergo cum accepisset cohortem, et a pontificibus et pharisaeis ministros, venit illuc cum laternis, et facibus, et armis. Iesus itaque sciens omnia quae ventura erant super eum, processit, et dixit eis: Quem quaeritis? Responderunt ei: Iesum Nazarenum. Dicit eis Iesus: Ego sum. Stabat autem et Iudas, qui tradebat eum, cum ipsis. Ut ergo dixit eis: Ego sum: abierunt retrorsum, et ceciderunt in terram. Iterum ergo interrogavit eos: Quem quaeritis? Illi autem dixerunt, Iesum Nazarenum. Respondit Iesus: Dixi vobis, quia ego sum: si ergo me quaeritis, sinite hos abire. Ut impleretur sermo, quem dixit: Quia quos dedisti mihi, non perdidi ex eis quemquam. Simon ergo Petrus habens gladium eduxit eum: et percussit pontificis servum: et abscidit auriculam eius dexteram. Erat autem nomen servo Malchus. Dixit ergo Iesus Petro: Mitte gladium tuum in vaginam. Calicem, quem didit mihi Pater, non bibam illum? Cohors ergo, et tribunus, et ministri Iudaeorum comprehenderunt Iesum, et ligaverunt eum: et adduxerunt eum ad Annam primum; erat autem socer Caiphae, qui erat pontifex anni illius. Erat autem Caiphas, quo consilium dederat Iudaeis: Quia expedit unum hominem mori pro populo. Sequebatur autem Iesum Simon Petrus, et alius discipulus. Discipulus autem ille erat notus pontifici, et introivit cum Iesu in atrium pontificis. Petrus autem stabat ad ostium foris. Exivit ergo discipulus alius, qui erat notus pontifici, et dixit ostiariae: et introduxit Petrum. Dicit ergo Petro ancilla ostiaria: Numquid et tu ex discipulis es hominis istius? Dicit ille: Non sum. Stabant autem servi, et ministri ad prunas, quia frigus erat, et calefaciebant se. Erat autem cum eis et Petrus stans, et califaciens se. Pontifex ergo interrogavit Iesum de discipulis suis, et de doctrina eius. Respondit ei Iesus: Ego palam locutus sum mundo: ego semper docui in synagoga, et in templo, quo omnes Iudaei conveniunt: et in occulto locutus sum nihil. Quid me interrogas? interroga eos, qui audierunt quid locutus sim ipsis: ecce hi sciunt quae dixerim ego. Haec autem cum dixisset, unus assistens ministrorum dedit alapam Iesu, dicens: Sic respondes pontifici? Respondit ei Iesus: Si male locutus sum, testimonium perhibe de malo: si autem bene, quid me caedis? Et misit eum Annas ligatum ad Caipham pontificem. Erat autem Simon Petrus stans, et calefaciens se. Dixerunt ergo ei: Numquid et tu ex discipulis eius es? Negavit ille, et dixerit: Non sum. Dicit ei unus ex servis pontificis, cognatus eius, cuius abscidit Petrus auriculam: Nonne ego te vidi in horto cum illo? Iterum ergo negavit Petrus: et statim gallus cantavit. Adducunt ergo Iesum a Caipha in praetorium. Erat autem mane: et ipsi non introierunt in praetorium, ut non contaminarentur, sed ut manducarent pascha. Exivit ergo Pilatus ad eos foras, et dixit: Quam accusationem affertis adversus hominem hunc? Responderunt, et dixerunt ei: Si non esset hic malefactor, non tibi tradidissemus eum. Dixit ergo eis Pilatus: Accipite eum vos, et secundum legem vestram iudicate eum. Dixerunt ergo ei Iudaei: Nobis non licet interficere quemquam. Ut sermo Iesu impleretur, quem dixit, significans qua morte esset moriturus. Introivit ergo iterum in praetorium Pilatus et vocavit Iesum, et dixit ei: Tu es Rex Iudaeorum? Respondit Iesus: A temetipso hoc dicis, an alii dixerunt tibi de me? Respondit Pilatus: Numquid ego Iudaeus sum? Gens tua, et pontifices tradiderunt te mihi: quid fecisti? Respondit Iesus: Regnum meum non est de hoc mundo. Si ex hoc mundo esset regnum meum, ministri mei utique decertarent ut non traderer Iudaeis: nun autem regnum meum non est hinc. Dixit itaque est Pilatus: Ergo Rex es tu? Respondit Iesus: Tu dicis quia Rex sum ego. Ego in hoc natus sum, et ad hoc veni in mundum, ut testimonium perhibeam veritati: omnis, qui est ex veritate, audit vocem meam. Dicit ei Pilatus: Quid est veritas? Et cum hoc dixisset, iterum exivit ad Iudaeos, et dicit eis: Ego nullam invenio in eo causam. Est autem consuetudo vobis ut unum dimittam vobis in Pasha: vultis ergo dimittam vobis Regem Iudaeorum? Clamverunt ergo rursum omnes, dicentes: Non hunc, sed Barabbam. Erat autem Barabbas latro. Tunc ergo apprehendit Pilatus Iesum, et flagellavit. Et milites plectentes coronam de spinis, imposuerunt capiti eius: et veste purpurea circumdederunt eum. Et veniebant ad eum, et dicebant: Ave Rex Iudaeorum. Et dabant ei alapas. Exivit ergo iterum Pilatus foras, et dicit eis: Ecce adduco vobis eum foras, ut cognoscatis quia nullam invenio in eo causam. Exivit ergo Iesus portans coronam spineam, et purpureum vestimentum. Et dicit eis: Ecce homo. Cum ergo vidissent cum pontifices et ministri, clamabant, dicentes: Crucifige, crucifige eum. Dicit eis Pilatus: Accpipte eum vos, et crucifigite: ego enim non invenio in eo causam. Responderunt ei Iudaei: Nos legem habemus, et secundum legem debet mori, quia Filium Dei se fecit. Cum ergo audisset Pilatus hunc sermonem, magis timuit. Et ingressus est praetorium iterum: et dixit ad Iesum: Unde es tu? Iesus autem responsum non dedit ei. Dicit ergo ei Pilatus: Mihi non loqueris? Nescis quia potestatem habeo crucifigere te, et potestatem habeo dimittere te? Respondit Iesus: Non haberes potestatem adversum me ullam, nisi tibi datum esset desuper. Propterea qui me tradidit tibi, maius peccatum habet. Et exinde quaerebat Pilatus dimittere eum. Iudaei autem clamabant, dicentes: Si hunc dimittis, non es amicus Caesaris. Omnis enim qui se regem facit, contradicit Caesari. Pilatus autem cum audisset hos sermones, adduxit foras Iesum, et sedit pro tribunali, in loco qui dicitur Lithostrotos, hebraice autem Gabbatha. Erat autem Parasceve Paschae, hora quasi sexta, et dicit Iudaeis: Ecce Rex vester. Illi autem clamabant: Tolle, tolle, crucifige eum. Dicit eis Pilatus: Regem vestrum crucifigam? Responderunt pontifices: Non habemus regem, nisi Caesarem. Tunc ergo tradidit eis illum ut crucifigeretur. Susceperunt autem Iesum, et eduxerunt. Et baiulans sibi crucem, exivit in eum, qui dicitur Calvariae, locum, hebraice autem Golgotha: ubi crucifixerunt eum, et cum eo alios duos hinc et hinc, medium autem Iesum. Scripsit autem et titulum Pilatus: et posuit super crucem. Erat autem scriptum: Iesus Nazarenus, Rex Iudaeorum. Hunc ergo titulum multi Iudaeorum legerunt, quia prope civitatem erat locus ubi crucifixus est Iesus. Et erat scriptum hebraice, graece et latine. Dicebant ergo Pilato pontifices Iudaeorum: Noli scribere, Rex Iudaeorum, sed quia ipse dixit: Rex sum Iudaeorum. Respondit Pilatus: Quod scripsi, scripsi. Milites ergo cum crucifixissent eum, acceperunt vestimenta eius et fecerunt quatuor partes: unicuique militi partem, et tunicam. Erat autem tunica inconsutilis, desuper contexta per totum. Dixerunt ergo ad invicem: Non scindamus eam, sed sortiamur de illa cuius sit. Ut Scriptura impleretur, dicens: Partiti sunt vestimenta mea sibi: et in vestem meam miserunt sortem. Et milites quidem haec fecerunt. Stabant autem iuxta crucem Iesu mater eius, et soror matris eius Maria Cleophae, et Maria Magdalene. Cum videsset ergo Iesus matrem, et discipulum stantem, quem diligebat, dicit matri suae: Mulier, ecce filius tuus. Deinde dicit discipulo: Ecce mater tua. Et ex illa hora accepit eam discipulus in sua. Postea sciens Iesus quia omnia consummata sunt, ut consummaretur Scriptura, dixit: Sitio. Vas ergo erat positum aceto plenum. Illi autem spongiam plenam aceto, hyssopo circumponentes, obtulerunt ori eius. Cum ergo accepisset Iesus acetum, dixit: Consummatum est. Et inclinato capite, tradidit spiritum.
(Here all kneel and pause a few moments)
Iudaei ergo quoniam Parasceve erat ut non remanerent in cruce corpora sabbato erat enim magnus dies ille sabbati) rogaverunt Pilaum, ut frangerentur eorum crura, et tollerentur. Venerunt ergo milites: et primi quidem fregerunt crura, et alterius qui crucifixus est cum eo. Ad Iesum autem cum venissent, ut viderunt eum iam mortuum, non fregerunt eius crura: sed unus militum lancea latus eius aperuit, et continuo exivit sanguis et aqua. Et qui vidit, testimonium perhibuit: et verum est testimonium eius. Et ille scit, quia vera dicit: ut et vos credatis. Facta sunt enim haec ut Scriptura impleretur: Os non comminuetis ex eo. Et iterum alia Scriptura dicit: Videbunt in quem transfixerunt. Post haec autem rogavit Pilatum Ioseph ab Arimathaea eo quod esset discipulus Iesu, occultus autem propter metum Iudaeorum, ut tolleret corpus Iesu. Et permisit Pilatus. Venit ergo, et tulit corpus Iesu. Venit autem et Nicodemus, qui venerat ad Iesum nocte primum, ferens mixturam myrrhae, et aloes, quasi libras centum. Acceperunt ergo corpus Iesu, et ligaverunt illud linteis cum aromatibus, sicut mos est Iudaeis sepelire. Erat autem in loco, ubi crucifixus est, hortus: et in horto monumentum novum, in quo nondum quisquam positus erat. Ibi ergo propter Parasceven Iudaeorum, quia iuxta erat monumentum, posuerunt Iesum.

Passio Domini nostri Iesu Christi secundum Ioannem
João 18:1-40; 19:1-42
Naquele tempo: Jesus saiu com os seus discípulos para além da torrente de Cedron, onde havia um jardim, no qual entrou com os seus discípulos. Judas, o traidor, conhecia também aquele lugar, porque Jesus ia freqüentemente para lá com os seus discípulos. Tomou então Judas a coorte e os guardas de serviço dos pontífices e dos fariseus, e chegaram ali com lanternas, tochas e armas. Como Jesus soubesse tudo o que havia de lhe acontecer, adiantou-se e perguntou-lhes: A quem buscais? Responderam: A Jesus de Nazaré. Sou eu, disse-lhes. (Também Judas, o traidor, estava com eles.) Quando lhes disse Sou eu, recuaram e caíram por terra. Perguntou-lhes ele, pela segunda vez: A quem buscais? Disseram: A Jesus de Nazaré. Replicou Jesus: Já vos disse que sou eu. Se é, pois, a mim que buscais, deixai ir estes. Assim se cumpriu a palavra que disse: Dos que me deste não perdi nenhum (Jo 17,12). Simão Pedro, que tinha uma espada, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha direita. (O servo chamava-se Malco.) Mas Jesus disse a Pedro: Enfia a tua espada na bainha! Não hei de beber eu o cálice que o Pai me deu? Então a coorte, o tribuno e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o ataram. Conduziram-no primeiro a Anás, por ser sogro de Caifás, que era o sumo sacerdote daquele ano. Caifás fora quem dera aos judeus o conselho: Convém que um só homem morra em lugar do povo. Simão Pedro seguia Jesus, e mais outro discípulo. Este discípulo era conhecido do sumo sacerdote e entrou com Jesus no pátio da casa do sumo sacerdote, porém Pedro ficou de fora, à porta. Mas o outro discípulo (que era conhecido do sumo sacerdote) saiu e falou à porteira, e esta deixou Pedro entrar. A porteira perguntou a Pedro: Não és acaso também tu dos discípulos desse homem? Não o sou, respondeu ele. Os servos e os guardas acenderam um fogo, porque fazia frio, e se aqueciam. Com eles estava também Pedro, de pé, aquecendo-se. O sumo sacerdote indagou de Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. Jesus respondeu-lhe: Falei publicamente ao mundo. Ensinei na sinagoga e no templo, onde se reúnem os judeus, e nada falei às ocultas. Por que me perguntas? Pergunta àqueles que ouviram o que lhes disse. Estes sabem o que ensinei. A estas palavras, um dos guardas presentes deu uma bofetada em Jesus, dizendo: É assim que respondes ao sumo sacerdote? Replicou-lhe Jesus: Se falei mal, prova-o, mas se falei bem, por que me bates? (Anás enviou-o preso ao sumo sacerdote Caifás.) Simão Pedro estava lá se aquecendo. Perguntaram-lhe: Não és porventura, também tu, dos seus discípulos? Negou-o, dizendo: Não! Disse-lhe um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha: Não te vi eu com ele no horto? Mas Pedro negou-o outra vez, e imediatamente o galo cantou. Da casa de Caifás conduziram Jesus ao pretório. Era de manhã cedo. Mas os judeus não entraram no pretório, para não se contaminarem e poderem comer a Páscoa. Saiu, por isso, Pilatos para ter com eles, e perguntou: Que acusação trazeis contra este homem? Responderam-lhe: Se este não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti. Disse, então, Pilatos: Tomai-o e julgai-o vós mesmos segundo a vossa lei. Responderam-lhe os judeus: Não nos é permitido matar ninguém. Assim se cumpria a palavra com a qual Jesus indicou de que gênero de morte havia de morrer (Mt 20,19). Pilatos entrou no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus? Jesus respondeu: Dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim? Disse Pilatos: Acaso sou eu judeu? A tua nação e os sumos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste? Respondeu Jesus: O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus súditos certamente teriam pelejado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu Reino não é deste mundo. Perguntou-lhe então Pilatos: És, portanto, rei? Respondeu Jesus: Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz. Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade?… Falando isso, saiu de novo, foi ter com os judeus e disse-lhes: Não acho nele crime algum. Mas é costume entre vós que pela Páscoa vos solte um preso. Quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus? Então todos gritaram novamente e disseram: Não! A este não! Mas a Barrabás! (Barrabás era um salteador.) Pilatos mandou então flagelar Jesus. Os soldados teceram de espinhos uma coroa e puseram-lha sobre a cabeça e cobriram-no com um manto de púrpura. Aproximavam-se dele e diziam: Salve, rei dos judeus! E davam-lhe bofetadas. Pilatos saiu outra vez e disse-lhes: Eis que vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele nenhum motivo de acusação. Apareceu então Jesus, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Pilatos disse: Eis o homem! Quando os pontífices e os guardas o viram, gritaram: Crucifica-o! Crucifica-o! Falou-lhes Pilatos: Tomai-o vós e crucificai-o, pois eu não acho nele culpa alguma. Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei, e segundo essa lei ele deve morrer, porque se declarou Filho de Deus. Estas palavras impressionaram Pilatos. Entrou novamente no pretório e perguntou a Jesus: De onde és tu? Mas Jesus não lhe respondeu. Pilatos então lhe disse: Tu não me respondes? Não sabes que tenho poder para te soltar e para te crucificar? Respondeu Jesus: Não terias poder algum sobre mim, se de cima não te fora dado. Por isso, quem me entregou a ti tem pecado maior. Desde então Pilatos procurava soltá-lo. Mas os judeus gritavam: Se o soltares, não és amigo do imperador, porque todo o que se faz rei se declara contra o imperador. Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Lajeado, em hebraico Gábata. (Era a Preparação para a Páscoa, cerca da hora sexta.) Pilatos disse aos judeus: Eis o vosso rei! Mas eles clamavam: Fora com ele! Fora com ele! Crucifica-o! Pilatos perguntou-lhes: Hei de crucificar o vosso rei? Os sumos sacerdotes responderam: Não temos outro rei senão César! Entregou-o então a eles para que fosse crucificado. Levaram então consigo Jesus. Ele próprio carregava a sua cruz para fora da cidade, em direção ao lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota. Ali o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. Pilatos redigiu também uma inscrição e a fixou por cima da cruz. Nela estava escrito: Jesus de Nazaré, rei dos judeus. Muitos dos judeus leram essa inscrição, porque Jesus foi crucificado perto da cidade e a inscrição era redigida em hebraico, em latim e em grego. Os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: Não escrevas: Rei dos judeus, mas sim: Este homem disse ser o rei dos judeus. Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi. Depois de os soldados crucificarem Jesus, tomaram as suas vestes e fizeram delas quatro partes, uma para cada soldado. A túnica, porém, toda tecida de alto a baixo, não tinha costura. Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas deitemos sorte sobre ela, para ver de quem será. Assim se cumpria a Escritura: Repartiram entre si as minhas vestes e deitaram sorte sobre a minha túnica (Sl 21,19). Isso fizeram os soldados. Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa. Em seguida, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir plenamente a Escritura, disse: Tenho sede. Havia ali um vaso cheio de vinagre. Os soldados encheram de vinagre uma esponja e, fixando-a numa vara de hissopo, chegaram-lhe à boca. Havendo Jesus tomado do vinagre, disse: Tudo está consumado. Inclinou a cabeça e rendeu o espírito. Os judeus temeram que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque já era a Preparação e esse sábado era particularmente solene. Rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. Vieram os soldados e quebraram as pernas do primeiro e do outro, que com ele foram crucificados. Chegando, porém, a Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água. O que foi testemunha desse fato o atesta (e o seu testemunho é digno de fé, e ele sabe que diz a verdade), a fim de que vós creiais. Assim se cumpriu a Escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado (Ex 12,46). E diz em outra parte a Escritura: Olharão para aquele que transpassaram (Zc 12,10). Depois disso, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus, mas ocultamente, por medo dos judeus, rogou a Pilatos a autorização para tirar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu. Foi, pois, e tirou o corpo de Jesus. Acompanhou-o Nicodemos (aquele que anteriormente fora de noite ter com Jesus), levando umas cem libras de uma mistura de mirra e aloés. Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no em panos com os aromas, como os judeus costumam sepultar. No lugar em que ele foi crucificado havia um jardim, e no jardim um sepulcro novo, em que ninguém ainda fora depositado. Foi ali que depositaram Jesus por causa da Preparação dos judeus e da proximidade do túmulo.

The Passion of Our Lord Jesus Christ according to St. John.
John 18:1-40; 19:1-42
At that time Jesus went forth with His disciples over the brook Cedron, where there was a garden, into which He entered with His disciples. And Judas also, who betrayed Him, knew the place: because Jesus had often resorted thither together with His disciples. Judas therefore having received a band of soldiers and servants from the chief priests and the Pharisees, cometh thither with lanterns and torches and weapons. Jesus therefore, knowing that all things that should come upon Him, went forth and said to them: Whom seek ye? They answered Him: Jesus of Nazareth. Jesus saith to them: I am He. And Judas also, who betrayed Him, stood with them. As soon therefore as He had said to them: I am He; they went backward and fell to the ground. Again therefore He asked them: Whom seek ye? And they said: Jesus of Nazareth. Jesus answered: I have told you that I am He. If therefore you seek Me, let these go their way; That the word might be fulfilled which He said: Of them whom Thou hast given Me, I have not lost anyone. Then Simon Peter, having a sword, drew it and struck the servant of the high priest and cut off his right ear. And the name of the servant was Malchus. Jesus therefore said to Peter: Put up thy sword in the scabbard. The chalice which My Father hath given Me, shall I not drink it? Then the band and the tribune and the servants of the Jews took Jesus, and bound Him. And they led Him away to Annas first, for he was father-in-law to Caiphas, who was the high priest that year. Now Caiphas was he who had given the counsel to the Jews: that it was expedient that one man should die for the people. And Simon Peter followed Jesus: and so did another disciple. And that disciple was known to the high priest and went in with Jesus into the court of the high priest. But Peter stood at the door without. The other disciple therefore, who was known to the high priest, went out and spoke to the portress and brought in Peter. The maid therefore that was portress saith to Peter: Art not thou also one of this man’s disciples? He saith: I am not. Now the servants and ministers stood at a fire of coals, because it was cold, and warmed themselves. And with them was Peter, also, standing and warming himself. The high priest therefore asked Jesus of His disciples and of His doctrine. Jesus answered him: I have spoken openly to the world. I have always taught in the synagogue and in the temple, whither all the Jews resort: and in secret I have spoken nothing. Why asketh thou Me? Ask them who have heard what I have spoken unto them. Behold they know what things I have said. And when He had said these things, one of the servants, standing by, gave Jesus a blow, saying: Answerest Thou the high priest so? Jesus answered him: If I have spoken evil, give testimony of the evil; but if well, why strikest thou Me? And Annas sent Him bound to Caiphas the high priest. And Simon Peter was standing and warming himself. They said therefore to him: Art not thou also one of His disciples? He denied it and said: I am not. One of the servants of the high priest a kinsman to him whose ear Peter cut off saith to him: Did I not see thee in the garden with Him? Again therefore Peter denied; and immediately the cock crew. Then they led Jesus from Caiphas to the governor’s hall. And it was morning; and they went not into the hall, that they might not be defiled, but that they might eat the Pasch. Pilate therefore went out to them, and said: What accusation bring you against this man? They answered and said to him: If He were not a malefactor, we would not have delivered Him up to thee. Pilate therefore said to them: Take Him you, and judge Him according to your law. The Jews therefore said to him: It is not lawful for us to put any man to death. That the word of Jesus might be fulfilled, which He said, signifying what death He should die. Pilate therefore went into the hall again and called Jesus and said to Him: Art Thou the King of the Jews? Jesus answered: Sayest thou this thing of thyself, or have other told it thee of Me? Pilate answered: Am I a Jew? Thine own nation and the chief priests have delivered Thee up to me. What hast Thou done? Jesus answered: My kingdom is not of this world. If My kingdom were of this world, My servants would certainly strive that I should not be delivered to the Jews: but now My kingdom is not from hence. Pilate therefore said to Him: Art Thou a King then? Jesus answered: Thou sayest I am a king. For this was I born, and for this came I into the world; that I should give testimony of the truth. Every one that is of the truth heareth My voice. Pilate saith to Him: What is truth? And when he had said this, he went out again to the Jews and saith to them: I find no cause in Him. But you have a custom that I should release one unto you at the Pasch. Will you, therefore, that I release unto you the King of the Jews? Then cried they all again, saying: Not this man, but Barabbas. Now Barabbas was a robber. Then therefore Pilate took Jesus and scourged Him. And the soldiers platting a crown of thorns, put it upon His head; and they put on Him a purple garment. And they came to Him and said: Hail, King of the Jews. And they gave Him blows. Pilate therefore went forth again and saith to them: Behold, I bring Him forth unto you, that you may know that I find no cause in Him. Jesus therefore came forth, bearing the crown of thorns and the purple garment. And he saith to them: Behold the man. When the chief priests, therefore, and the servants had seen Him, they cried out, saying: Crucify Him, crucify Him. Pilate saith to them: Take Him you, and crucify Him; for I find no cause in Him. The Jews answered him: We have a law, and according to the law He ought to die, because He made Himself the Son of God. When Pilate, therefore, had heard this saying, he feared the more. And he entered into the hall again; and he said to Jesus: Whence art Thou? But Jesus gave him no answer. Pilate therefore saith to Him: Speakest Thou not to me? Knowest Thou not that I have power to crucify Thee, and I have power to release Thee? Jesus answered: Thou shouldst not have any power against Me, unless it were given thee from above. Therefore, he that hath delivered Me to thee hath a greater sin. And from henceforth Pilate sought to release Him. But the Jews cried out, saying: If thou release this Man, thou art not Caesar’s friend. For whosoever maketh himself a king speaketh against Caesar. Now when Pilate had heard these words, he brought Jesus forth and sat down in the judgment seat, in the place that is called Lithostrotos, and in Hebrew Gabbatha. And it was Parasceve of the Pasch, about the sixth hour; and he saith to the Jews: Behold your King. But they cried out: Away with Him. Away with Him: Crucify Him. Pilate saith to them: Shall I crucify your King? The chief priests answered: We have no king but Caesar. Then, therefore, he delivered Him to them to be crucified. And they took Jesus and led Him forth. And bearing His cross, He went forth to that place which is called Calvary but in Hebrew Golgotha.; where they crucified Him, and with Him two others, one on each side and Jesus in the midst. And Pilate wrote a title also: and he put it upon the cross. And the writing was: Jesus of Nazareth, the King of the Jews. This title therefore many of the Jews did read: because the place where Jesus was crucified was nigh to the city. And it was written in Hebrew, Greek, and in Latin. Then the chief priests of the Jews said to Pilate: Write not: The King of the Jews; but that He said: I am the King of the Jews. Pilate answered: What I have written, I have written. The soldiers therefore, when they had crucified Him, took His garments and they made four parts, to every soldier a part and also His coat. Now the coat was without seam, woven from the top throughout. They said then one to another: Let us not cut it, but let us cast lots for it, whose it shall be: that the Scripture might be fulfilled which saith: They have parted My garemnts among them, and upon My vesture they have cast lots. And the soldiers indeed did these things. Now there stood by the cross of Jesus His Mother, and His Mother’s sister, Mary of Cleophas, and Mary Magdalen. When Jesus therefore had seen His Mother and the disciple standing whom He loved, He saith to His Mother: Woman, behold thy son. After that, He saith to the disciple: Behold thy mother. And from that hour, the disciple took her to his own. Afterwards, Jesus, knowing that all things were now accomplished, that the Scripture might be fulfilled, said: I thirst. Now there was a vessel set there, full of vinegar. And they, putting a sponge full of vinegar about hyssop, put it to His mouth. Jesus therefore, when He had taken the vinegar, said: It is consummated. And bowing His head, He gave up the ghost.
(Here all kneel and pause a few moments)
Then the Jews because it was the Parasceve, that the bodies might not remain upon the cross on the Sabbath day for that was a great Sabbath day, besought Pilate that their legs might be broken and that they might be taken away. The soldiers therefore came, and they broke the legs of the first, and of the other that was crucified with Him. But after they were come to Jesus, when they saw that He was already dead, they did not break His legs. But one of the soldiers with a spear opened His side, and immediately there came out blood and water. And he that saw it hath given testimony: and his testimony is true. And he knoweth that he saith true: that you also may believe. For these things were done that the Scripture might be fulfilled: you shall not break a bone of Him. And again another Scripture saith: They shall look on Him whom they pierced. And after these things, Joseph of Arimathea because he was a disciple of Jesus, but secretly for fear of the Jews besought Pilate that he might take away the Body of Jesus. And Pilate gave leave. He came therefore and took away the Body of Jesus. And Nicodemus also came he who at the first came to Jesus by night, bringing a mixture of myrrh and aloes, about a hundred pound weight. They took therefore the Body of Jesus and bound it in linen cloths, with the spices, as the manner of the Jews is to bury. Now there was in the place where He was crucified a garden: and in the garden a new sepulchre, wherein no man yet had been laid. There, therefore, because of the Parasceve of the Jews, they laid Jesus, because the sepulchre was nigh at hand.

Liturgia – 01/04/2015 – Latim/Português/English

Pássio Dómini nostri Iesu Christi secúndum Lucam
Lucam 22:1-71; 23:1-53
In illo témpore: Appropinquábat dies festus azymórum, qui dícitur Pascha: et quærébant príncipes sacerdótum et scribæ, quómodo Iesum interfícerent: timébant vero plebem. Intrávit autem sátanas in Iudam, qui cognominabátur Iscariótes, unum de duódecim. Et ábiit, et locútus est cum princípibus sacerdótum et magistrátibus, quemádmodum illum tráderet eis. Et gavísi sunt, et pacti sunt pecúniam illi dare. Et spopóndit. Et quærébat opportunitátem, ut tráderet illum sine turbis. Venit autem dies azymórum, in qua necésse erat occídi pascha. Et misit Petrum et Ioánnem, dicens: Eúntes paráte nobis pascha, ut manducémus. At illi dixérunt: Ubi vis parémus? Et dixit ad eos: Ecce, introëúntibus vobis in civitátem, occúrret vobis homo quidam ámphoram aquæ portans: sequímini eum in domum, in quam intrat, et dicétis patrifamílias domus: Dicit tibi Magister: Ubi est diversórium, ubi pascha cum discípulis meis mandúcem? Et ipse osténdet vobis cenáculum magnum stratum, et ibi paráte. Eúntes autem invenérunt, sicut dixit illis, et paravérunt pascha. Et cum facta esset hora, discúbuit, et duódecim Apóstoli cum eo. Et ait illis: Desidério desiderávi hoc pascha manducáre vobíscum, ántequam pátiar. Dico enim vobis, quia ex hoc non manducábo illud, donec impleátur in regno Dei. Et accépto cálice, grátias egit, et dixit: Accípite, et divídite inter vos. Dico enim vobis, quod non bibam de generatióne vitis, donec regnum Dei véniat. Et accépto pane, grátias egit, et fregit, et dedit eis, dicens: Hoc est corpus meum, quod pro vobis datur: hoc fácite in meam commemoratiónem. Simíliter et cálicem, postquam cenávit, dicens: Hic est calix novum Testaméntum in sánguine meo, qui pro vobis fundétur. Verúmtamen ecce manus tradéntis me mecum est in mensa. Et quidem Fílius hóminis, secúndum quod definítum est, vadit: verúmtamen væ hómini illi, per quem tradétur. Et ipsi coepérunt quaerere inter se, quis esset ex eis, qui hoc factúrus esset. Facta est autem et conténtio inter eos, quis eórum viderétur esse maior. Dixit autem eis: Reges géntium dominántur eórum: et qui potestátem habent super eos, benéfici vocántur. Vos autem non sic: sed qui maior est in vobis, fiat sicut minor: et qui præcéssor est, sicut ministrátor. Nam quis maior est, qui recúmbit, an qui minístrat? nonne qui recúmbit? Ego autem in médio vestrum sum, sicut qui minístrat: vos autem estis, qui permansístis mecum in tentatiónibus meis. Et ego dispóno vobis, sicut dispósuit mihi Pater meus regnum, ut edátis et bibátis super mensam meam in regno meo: et sedeátis super thronos, iudicántes duódecim tribus Israël. Ait autem Dóminus: Simon, Simon, ecce, sátanas expetívit vos, ut cribráret sicut tríticum: ego autem rogávi pro te, ut non defíciat fides tua: et tu aliquándo convérsus confírma fratres tuos. Qui dixit ei: Dómine, tecum parátus sum, et in cárcerem et in mortem ire. At ille dixit: Dico tibi, Petre: Non cantábit hódie gallus, donec ter ábneges nosse me. Et dixit eis: Quando misi vos sine saeculo et pera et calceaméntis, numquid aliquid défuit vobis? At illi dixérunt: Nihil. Dixit ergo eis: Sed nunc, qui habet saeculum, tollat simíliter et peram: et qui non habet, vendat túnicam suam, et emat gládium: Dico enim vobis, quóniam adhuc hoc, quod scriptum est, oportet impléri in me: Et cum iníquis deputátus est. Etenim ea, quæ sunt de me, finem habent. At illi dixérunt: Dómine, ecce duo gládii hic. At ille dixit eis: Satis est. Et egréssus ibat secúndum consuetúdinem in montem Olivárum. Secúti sunt autem illum et discípuli. Et cum pervenísset ad locum, dixit illis: Oráte, ne intrétis in tentatiónem. Et ipse avúlsus est ab eis, quantum iactus est lápidis, et pósitis génibus orábat, dicens: Pater, si vis, transfer cálicem istum a me: verúmtamen non mea volúntas, sed tua fiat. Appáruit autem illi Angelus de coelo, ccnfórtans eum. Et factus in agónia, prolíxius orábat. Et factus est sudor eius, sicut guttæ sánguinis decurréntis in terram. Et cum surrexísset ab oratióne, et venísset ad discípulos suos, invénit eos dormiéntes præ tristítia. Et ait illis: I.Quid dormítis? súrgite, oráte, ne intrétis in tentatiónem. Adhuc eo loquénte, ecce turba: et qui vocabátur Iudas, unus de duódecim, antecedébat eos: et appropinquávit Iesu, ut oscularétur eum. Iesus autem dixit illi: Iuda, ósculo Fílium hóminis tradis? Vidéntes autem hi, qui circa ipsum erant, quod futúrum erat, dixérunt ei: Dómine, si percútimus in gladio? Et percússit unus ex illis servum príncipis sacerdótum, et amputávit aurículam eius déxteram. Respóndens autem Iesus, ait: Sínite usque huc. Et cum tetigísset aurículam eius, sanávit eum. Dixit autem Iesus ad eos, qui vénerant ad se, príncipes sacerdótum et magistrátus templi et senióres: Quasi ad latrónem exístis cum gládiis et fústibus? Cum cotídie vobíscum fúerim in templo, non extendístis manus in me: sed hæc est hora vestra et potéstas tenebrárum. Comprehendéntes autem eum, duxérunt ad domum príncipis sacerdótum: Petrus vero sequebátur a longe. Accénso autem igne in médio átrii, et circumsedéntibus illis, erat Petrus in médio eórum. Quem cum vidísset ancílla quædam sedéntem ad lumen, et eum fuísset intúita, dixit: Et hic cum illo erat. At ille negávit eum, dicens: Múlier, non novi illum. Et post pusíllum álius videns eum, dixit: Et tu de illis es. Petrus vero ait: O homo, non sum. Et intervállo facto quasi horæ uníus, álius quidam affirmábat, dicens: Vere et hic cum illo erat: nam et Galilaeus est. Et ait Petrus: Homo, néscio, quid dicis. Et contínuo adhuc illo loquénte cantávit gallus. Et convérsus Dóminus respéxit Petrum. Et recordátus est Petrus verbi Dómini, sicut díxerat: Quia priúsquam gallus cantet, ter me negábis. Et egréssus foras Petrus flevit amáre. Et viri, qui tenébant illum, illudébant ei, cædéntes. Et velavérunt eum et percutiébant fáciem eius: et interrogábant eum, dicéntes: Prophetíza, quis est, qui te percússit? Et alia multa blasphemántes dicébant in eum. Et ut factus est dies, convenérunt senióres plebis et príncipes sacerdótum et scribæ, et duxérunt illum in concílium suum, dicente? Si tu es Christus, dic nobis. Et ait illis: Si vobis díxero, non credétis mihi: si autem et interrogávero, non respondébitis mihi, neque dimítte ti Ex hoc autem erit Fílius hóminis sedens a dextris virtútis Dei. Dixérunt autem omnes: Tu ergo es Fílius Dei? Qui ait: Vos dicitis, quia ego sum. At illi dixérunt: Quid adhuc desiderámus te stimónium ? Ipsi enim audívimus de ore eius. Et surgens omnis multitúdo eórum, duxérunt illum ad Pilátum. Coepérunt autem illum accusáre, dicéntes: Hunc invénimus subverténtem gentem nostram, et prohibéntem tribúta dare Caesari, et dicéntem se Christum regem esse. Pilátus autem interrogávit eum, dicens: Tu es Rex Iudæórum? At ille respóndens, ait: Tu dicis. Ait autem Pilátus ad príncipes sacerdótum et turbas: Nihil invénio causæ in hoc hómine. At illi invalescébant, dicéntes: Cómmovet pópulum, docens per univérsam Iudaeam, incípiens a Galilaea usque huc. Pilátus autem áudiens Galilaeam, interrogávit, si homo Galilaeus esset. Et ut cognóvit, quod de Heródis potestáte esset, remísit eum ad Heródem, qui et ipse Ierosólymis erat illis diébus. Heródes autem, viso Iesu, gavísus est valde. Erat enim cúpiens ex multo témpore vidére eum, eo quod audíerat multa de eo, et sperábat signum áliquod vidére ab eo fíeri. Interrogábat autem eum multis sermónibus. At ipse nihil illi respondébat. Stabant autem príncipes sacerdótum et scribæ, constánter accusántes eum. Sprevit autem illum Heródes cum exércitu suo: et illúsit indútum veste alba, et remísit ad Pilátum. Et facti sunt amíci Heródes et Pilátus in ipsa die: nam ántea inimíci erant ad ínvicem. Pilátus autem, convocátis princípibus sacerdótum et magistrátibus et plebe, dixit ad illos: Obtulístis mihi hunc hóminem, quasi averténtem pópulum, et ecce, ego coram vobis intérrogans, nullam causam invéni in hómine isto ex his, in quibus eum accusátis. Sed neque Heródes: nam remísi vos ad illum, et ecce, nihil dignum morte actum est ei. Emendátum ergo illum dimíttam. Necésse autem habébat dimíttere eis per diem festum, unum. Exclamávit autem simul univérsa turba, dicens: Tolle hunc, et dimítte nobis Barábbam. Qui erat propter seditiónem quandam fáciam in civitáte et homicídium missus in cárcerem. Iterum autem Pilátus locútus est ad eos, volens dimíttere Iesum. At illi succlamábant, dicéntes: Crucifíge, crucifíge eum. Ille autem tértio dixit ad illos: Quid enim mali fecit iste? Nullam causam mortis invénio in eo: corrípiam ergo illum et dimíttam. At illi instábant vócibus magnis, postulántes, ut crucifigerétur. Et invalescébant voces eórum. Et Pilátus adiudicávit fíeri petitiónem eórum. Dimísit autem illis eum, qui propter homicídium et seditiónem missus fúerat in cárcerem, quem petébant: Iesum vero trádidit voluntáti eórum. Et cum dúcerent eum, apprehendérunt Simónem quendam Cyrenénsem, veniéntem de villa: et imposuérunt illi crucem portáre post Iesum. Sequebátur autem illum multa turba pópuli, et mulíerum, quæ plangébant et lamentabántur eum. Convérsus autem ad illas Iesus dixit: Filiæ Ierúsalem, nolíte flere super me, sed super vos ipsas flete et super fílios vestros. Quóniam ecce vénient dies, in quibus dicent: Beátæ stériles, et veníres, qui non genuérunt, et úbera, quæ non lactavérunt. Tunc incípient dícere móntibus: Cádite super nos; et cóllibus: Operíte nos. Quia si in víridi ligno hæc fáciunt, in árido quid fiet? Ducebántur autem et alii duo nequam cum eo, ut interficeréntur. Et postquam venérunt in locum, qui vocátur Calváriæ, ibi crucifixérunt eum: et latrónes, unum a dextris et álterum a sinístris. Iesus autem dicebat: Pater, dimítte illis: non enim sciunt, quid fáciunt. Dividéntes vero vestiménta eius, misérunt sortes. Et stabat pópulus spectans, et deridébant eum príncipes cum eis, dicéntes: Alios salvos fecit: se salvum fáciat, si hic est Christus Dei electus. Illudébant autem ei et mílites accedéntes, et acétum offeréntes ei, et dicéntes: Si tu es Rex Iudæórum, salvum te fac. Erat autem et superscríptio scripta super eum lítteris græcis et latínis et hebráicis: Hic est Rex Iudæórum. Unus autem de his, qui pendébant, latrónibus, blasphemábat eum, dicens: Si tu es Christus, salvum fac temetípsum, et nos. Respóndens autem alter increpábat eum, dicens: Neque tu times Deum, quod in eadem damnatióne es. Et nos quidem iuste, nam digna factis recípimus: hic vero nihil mali gessit. Et dicebat ad Iesum: Dómine, meménto mei, cum véneris in regnum tuum. Et dixit illi Iesus: Amen, dico tibi: Hódie mecum eris in paradíso. Erat autem fere hora sexta, et ténebræ factæ sunt in univérsam terram usque in horam nonam. Et obscurátus est sol: et velum templi scissum est médium. Et clamans voce magna Iesus, ait: Pater, in manus tuas comméndo spíritum meum. Et hæc dicens, exspirávit. (Hic genuflectitur, et pausatur aliquántulum) Videns autem centúrio quod factum fúerat, glorificávit Deum, dicens: Vere hic homo iustus erat. Et omnis turba eórum, qui simul áderant ad spectáculum istud et vidébant, quæ fiébant, percutiéntes péctora sua revertebántur. Stabant autem omnes noti eius a longe, et mulíeres, quæ secútæ eum erant a Galilaea, hæc vidéntes. Et ecce, vir nómine Ioseph, qui erat decúrio, vir bonus et iustus: hic non consénserat consílio et áctibus eórum, ab Arimathaea civitáte Iudaeæ, qui exspectábat et ipse regnum Dei. Hic accéssit ad Pilátum et pétiit corpus Iesu: et depósitum invólvit síndone, et pósuit eum in monuménto excíso, in quo nondum quisquam pósitus fúerat.

Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Lucas
Lucas 22:1-71; 23:1-53
Naquele tempo: Aproximava-se a festa dos pães sem fermento, chamada Páscoa. Os príncipes dos sacerdotes e os escribas buscavam um meio de matar Jesus, mas temiam o povo. Entretanto, Satanás entrou em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, um dos Doze. Judas foi procurar os príncipes dos sacerdotes e os oficiais para se entender com eles sobre o modo de lho entregar. Eles se alegraram com isso, e concordaram em lhe dar dinheiro. Também ele se obrigou. E buscava ocasião oportuna para o trair, sem que a multidão o soubesse. Raiou o dia dos pães sem fermento, em que se devia imolar a Páscoa. Jesus enviou Pedro e João, dizendo: Ide e preparai-nos a ceia da Páscoa. Perguntaram-lhe eles: Onde queres que a preparemos? Ele respondeu: Ao entrardes na cidade, encontrareis um homem carregando uma bilha de água; segui-o até a casa em que ele entrar, e direis ao dono da casa: O Mestre pergunta-te: Onde está a sala em que comerei a Páscoa com os meus discípulos? Ele vos mostrará no andar superior uma grande sala mobiliada, e ali fazei os preparativos. Foram, pois, e acharam tudo como Jesus lhes dissera; e prepararam a Páscoa. Chegada que foi a hora, Jesus pôs-se à mesa, e com ele os apóstolos. Disse-lhes: Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de sofrer. Pois vos digo: não tornarei a comê-la, até que ela se cumpra no Reino de Deus. Pegando o cálice, deu graças e disse: Tomai este cálice e distribuí-o entre vós. Pois vos digo: já não tornarei a beber do fruto da videira, até que venha o Reino de Deus. Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo tomou também o cálice, depois de cear, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós… Entretanto, eis que a mão de quem me trai está à mesa comigo. O Filho do Homem vai, segundo o que está determinado, mas ai daquele homem por quem ele é traído! Perguntavam então os discípulos entre si quem deles seria o que tal haveria de fazer. Surgiu também entre eles uma discussão: qual deles seria o maior. E Jesus disse-lhes: Os reis dos pagãos dominam como senhores, e os que exercem sobre eles autoridade chamam-se benfeitores. Que não seja assim entre vós; mas o que entre vós é o maior, torne-se como o último; e o que governa seja como o servo. Pois qual é o maior: o que está sentado à mesa ou o que serve? Não é aquele que está sentado à mesa? Todavia, eu estou no meio de vós, como aquele que serve. E vós tendes permanecido comigo nas minhas provações; eu, pois, disponho do Reino a vosso favor, assim como meu Pai o dispôs a meu favor, para que comais e bebais à minha mesa no meu Reino e vos senteis em tronos, para julgar as doze tribos de Israel. Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como o trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua confiança não desfaleça; e tu, por tua vez, confirma os teus irmãos. Pedro disse-lhe: Senhor, estou pronto a ir contigo tanto para a prisão como para a morte. Jesus respondeu-lhe: Digo-te, Pedro, não cantará hoje o galo, até que três vezes hajas negado que me conheces. Depois ajuntou: Quando vos mandei sem bolsa, sem mochila e sem calçado, faltou-vos porventura alguma coisa? Eles responderam: Nada. Mas agora, disse-lhes ele, aquele que tem uma bolsa, tome-a; aquele que tem uma mochila, tome-a igualmente; e aquele que não tiver uma espada, venda sua capa para comprar uma. Pois vos digo: é necessário que se cumpra em mim ainda este oráculo: E foi contado entre os malfeitores (Is 53,12). Com efeito, aquilo que me diz respeito está próximo de se cumprir. Eles replicaram: Senhor, eis aqui duas espadas. Basta, respondeu ele. Conforme o seu costume, Jesus saiu dali e dirigiu-se para o monte das Oliveiras, seguido dos seus discípulos. Ao chegar àquele lugar, disse-lhes: Orai para que não caiais em tentação. Depois se afastou deles à distância de um tiro de pedra e, ajoelhando-se, orava: Pai, se é de teu agrado, afasta de mim este cálice! Não se faça, todavia, a minha vontade, mas sim a tua. Apareceu-lhe então um anjo do céu para confortá-lo. Ele entrou em agonia e orava ainda com mais instância, e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra. Depois de ter rezado, levantou-se, foi ter com os discípulos e achou-os adormecidos de tristeza. Disse-lhes: Por que dormis? Levantai-vos, orai, para não cairdes em tentação. Ele ainda falava, quando apareceu uma multidão de gente; e à testa deles vinha um dos Doze, que se chamava Judas. Achegou-se de Jesus para o beijar. Jesus perguntou-lhe: Judas, com um beijo trais o Filho do Homem! Os que estavam ao redor dele, vendo o que ia acontecer, perguntaram: Senhor, devemos atacá-los à espada? E um deles feriu o servo do príncipe dos sacerdotes, decepando-lhe a orelha direita. Mas Jesus interveio: Deixai, basta. E, tocando na orelha daquele homem, curou-o. Voltando-se para os príncipes dos sacerdotes, para os oficiais do templo e para os anciãos que tinham vindo contra ele, disse-lhes: Saístes armados de espadas e cacetes, como se viésseis contra um ladrão. Entretanto, eu estava todos os dias convosco no templo, e não estendestes as mãos contra mim; mas esta é a vossa hora e do poder das trevas. Prenderam-no então e conduziram-no à casa do príncipe dos sacerdotes. Pedro seguia-o de longe. Acenderam um fogo no meio do pátio, e sentaram-se em redor. Pedro veio sentar-se com eles. Uma criada percebeu-o sentado junto ao fogo, encarou-o de perto e disse: Também este homem estava com ele. Mas ele negou-o: Mulher, não o conheço. Pouco depois, viu-o outro e disse-lhe: Também tu és um deles. Pedro respondeu: Não, eu não o sou. Passada quase uma hora, afirmava um outro: Certamente também este homem estava com ele, pois também é galileu. Mas Pedro disse: Meu amigo, não sei o que queres dizer. E no mesmo instante, quando ainda falava, cantou o galo. Voltando-se o Senhor, olhou para Pedro. Então Pedro se lembrou da palavra do Senhor: Hoje, antes que o galo cante, negar-me-ás três vezes. Saiu dali e chorou amargamente. Entretanto, os homens que guardavam Jesus escarneciam dele e davam-lhe bofetadas. Cobriam-lhe o rosto e diziam: Adivinha quem te bateu! E injuriavam-no ainda de outros modos. Ao amanhecer, reuniram-se os anciãos do povo, os príncipes dos sacerdotes e os escribas, e mandaram trazer Jesus ao seu conselho. Perguntaram-lhe: Dize-nos se és o Cristo! Respondeu-lhes ele: Se eu vo-lo disser, não me acreditareis; e se vos fizer qualquer pergunta, não me respondereis. Mas, doravante, o Filho do Homem estará sentado à direita do poder de Deus. Então perguntaram todos: Logo, tu és o Filho de Deus? Respondeu: Sim, eu sou. Eles então exclamaram: Temos nós ainda necessidade de testemunho? Nós mesmos o ouvimos da sua boca. Levantou-se a sessão e conduziram Jesus diante de Pilatos, e puseram-se a acusá-lo: Temos encontrado este homem excitando o povo à revolta, proibindo pagar imposto ao imperador e dizendo-se Messias e rei. Pilatos perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus? Jesus respondeu: Sim. Declarou Pilatos aos príncipes dos sacerdotes e ao povo: Eu não acho neste homem culpa alguma. Mas eles insistiam fortemente: Ele revoluciona o povo ensinando por toda a Judéia, a começar da Galiléia até aqui. A estas palavras, Pilatos perguntou se ele era galileu. E, quando soube que era da jurisdição de Herodes, enviou-o a Herodes, pois justamente naqueles dias se achava em Jerusalém. Herodes alegrou-se muito em ver Jesus, pois de longo tempo desejava vê-lo, por ter ouvido falar dele muitas coisas, e esperava presenciar algum milagre operado por ele. Dirigiu-lhe muitas perguntas, mas Jesus nada respondeu. Ali estavam os príncipes dos sacerdotes e os escribas, acusando-o com violência. Herodes, com a sua guarda, tratou-o com desprezo, escarneceu dele, mandou revesti-lo de uma túnica branca e reenviou-o a Pilatos. Naquele mesmo dia, Pilatos e Herodes fizeram as pazes, pois antes eram inimigos um do outro. Pilatos convocou então os príncipes dos sacerdotes, os magistrados e o povo, e disse-lhes: Apresentastes-me este homem como agitador do povo, mas, interrogando-o eu diante de vós, não o achei culpado de nenhum dos crimes de que o acusais. Nem tampouco Herodes, pois no-lo devolveu. Portanto, ele nada fez que mereça a morte. Por isso, soltá-lo-ei depois de o castigar. [Acontecia que em cada festa ele era obrigado a soltar-lhes um preso.] Todo o povo gritou a uma voz: À morte com este, e solta-nos Barrabás. (Este homem fora lançado ao cárcere devido a uma revolta levantada na cidade, por causa de um homicídio.) Pilatos, porém, querendo soltar Jesus, falou-lhes de novo, mas eles vociferavam: Crucifica-o! Crucifica-o! Pela terceira vez, Pilatos ainda interveio: Mas que mal fez ele, então? Não achei nele nada que mereça a morte; irei, portanto, castigá-lo e, depois, o soltarei. Mas eles instavam, reclamando em altas vozes que fosse crucificado, e os seus clamores recrudesciam. Pilatos pronunciou então a sentença que lhes satisfazia o desejo. Soltou-lhes aquele que eles reclamavam e que havia sido lançado ao cárcere por causa do homicídio e da revolta, e entregou Jesus à vontade deles. Enquanto o conduziam, detiveram um certo Simão de Cirene, que voltava do campo, e impuseram-lhe a cruz para que a carregasse atrás de Jesus. Seguia-o uma grande multidão de povo e de mulheres, que batiam no peito e o lamentavam. Voltando-se para elas, Jesus disse: Filhas de Jerusalém, não choreis sobre mim, mas chorai sobre vós mesmas e sobre vossos filhos. Porque virão dias em que se dirá: Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram! Então dirão aos montes: Caí sobre nós! E aos outeiros: Cobri-nos! Porque, se eles fazem isto ao lenho verde, que acontecerá ao seco? Eram conduzidos ao mesmo tempo dois malfeitores para serem mortos com Jesus. Chegados que foram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, como também os ladrões, um à direita e outro à esquerda. E Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem. Eles dividiram as suas vestes e as sortearam. A multidão conservava-se lá e observava. Os príncipes dos sacerdotes escarneciam de Jesus, dizendo: Salvou a outros, que se salve a si próprio, se é o Cristo, o escolhido de Deus! Do mesmo modo zombavam dele os soldados. Aproximavam-se dele, ofereciam-lhe vinagre e diziam: Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo. Por cima de sua cabeça pendia esta inscrição: Este é o rei dos judeus. Um dos malfeitores, ali crucificados, blasfemava contra ele: Se és o Cristo, salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós! Mas o outro o repreendeu: Nem sequer temes a Deus, tu que sofres no mesmo suplício? Para nós isto é justo: recebemos o que mereceram os nossos crimes, mas este não fez mal algum. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim, quando tiveres entrado no teu Reino! Jesus respondeu-lhe: Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso. Era quase à hora sexta e em toda a terra houve trevas até a hora nona. Escureceu-se o sol e o véu do templo rasgou-se pelo meio. Jesus deu então um grande brado e disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, dizendo isso, expirou. (Genuflexão e fazer uma pausa de alguns instantes) Vendo o centurião o que acontecia, deu glória a Deus e disse: Na verdade, este homem era um justo. E toda a multidão dos que assistiam a este espetáculo e viam o que se passava, voltou batendo no peito. Os amigos de Jesus, como também as mulheres que o tinham seguido desde a Galiléia, conservavam-se a certa distância, e observavam estas coisas. Havia um homem, por nome José, membro do conselho, homem reto e justo. Ele não havia concordado com a decisão dos outros nem com os atos deles. Originário de Arimatéia, cidade da Judéia, esperava ele o Reino de Deus. Foi ter com Pilatos e lhe pediu o corpo de Jesus. Ele o desceu da cruz, envolveu-o num pano de linho e colocou-o num sepulcro, escavado na rocha, onde ainda ninguém havia sido depositado.

Tradução: Bíblia Ave Maria

The Passion of Our Lord Jesus Christ according to Luke
Luke 22:1-71; 23:1-53
Now the feast of unleavened bread, which is called the pasch, was at hand. And the chief priests and the scribes sought how they might put Jesus to death: but they feared the people. And Satan entered into Judas, who was surnamed Iscariot, one of the twelve. And he went, and discoursed with the chief priests and the magistrates, how he might betray him to them. And they were glad, and covenanted to give him money. And he promised. And he sought opportunity to betray him in the absence of the multitude. And the day of the unleavened bread came, on which it was necessary that the pasch should be killed. And he sent Peter and John, saying: Go, and prepare for us the pasch, that we may eat. But they said: Where wilt thou that we prepare? And he said to them: Behold, as you go into the city, there shall meet you a man carrying a pitcher of water: follow him into the house where he entereth in. And you shall say to the goodman of the house: The master saith to thee, Where is the guest chamber, where I may eat the pasch with my disciples? And he will shew you a large dining room, furnished; and there prepare. And they going, found as he had said to them, and made ready the pasch. And when the hour was come, he sat down, and the twelve apostles with him. And he said to them: With desire I have desired to eat this pasch with you, before I suffer. For I say to you, that from this time I will not eat it, till it be fulfilled in the kingdom of God. And having taken the chalice, he gave thanks, and said: Take, and divide it among you: For I say to you, that I will not drink of the fruit of the vine, till the kingdom of God come. And taking bread, he gave thanks, and brake; and gave to them, saying: This is my body, which is given for you. Do this for a commemoration of me. In like manner the chalice also, after he had supped, saying: This is the chalice, the new testament in my blood, which shall be shed for you. But yet behold, the hand of him that betrayeth me is with me on the table. And the Son of man indeed goeth, according to that which is determined: but yet, woe to that man by whom he shall be betrayed. And they began to inquire among themselves, which of them it was that should do this thing. And there was also a strife amongst them, which of them should seem to be the greater. And he said to them: The kings of the Gentiles lord it over them; and they that have power over them, are called beneficent. But you not so: but he that is the greater among you, let him become as the younger; and he that is the leader, as he that serveth. For which is greater, he that sitteth at table, or he that serveth? Is it not he that sitteth at table? But I am in the midst of you, as he that serveth: And you are they who have continued with me in my temptations: And I dispose to you, as my Father hath disposed to me, a kingdom; That you may eat and drink at my table, in my kingdom: and may sit upon thrones, judging the twelve tribes of Israel. And the Lord said: Simon, Simon, behold Satan hath desired to have you, that he may sift you as wheat: But I have prayed for thee, that thy faith fail not: and thou, being once converted, confirm thy brethren. Who said to him: Lord, I am ready to go with thee, both into prison, and to death. And he said: I say to thee, Peter, the cock shall not crow this day, till thou thrice deniest that thou knowest me. And he said to them: When I sent you without purse, and scrip, and shoes, did you want anything? But they said: Nothing. Then said he unto them: But now he that hath a purse, let him take it, and likewise a scrip; and he that hath not, let him sell his coat, and buy a sword. For I say to you, that this that is written must yet be fulfilled in me: And with the wicked was he reckoned. For the things concerning me have an end. But they said: Lord, behold here are two swords. And he said to them, It is enough. And going out, he went, according to his custom, to the mount of Olives. And his disciples also followed him. And when he was come to the place, he said to them: Pray, lest ye enter into temptation. And he was withdrawn away from them a stone’s cast; and kneeling down, he prayed, Saying: Father, if thou wilt, remove this chalice from me: but yet not my will, but thine be done. And there appeared to him an angel from heaven, strengthening him. And being in an agony, he prayed the longer. And his sweat became as drops of blood, trickling down upon the ground. And when he rose up from prayer, and was come to his disciples, he found them sleeping for sorrow. And he said to them: Why sleep you? arise, pray, lest you enter into temptation. As he was yet speaking, behold a multitude; and he that was called Judas, one of the twelve, went before them, and drew near to Jesus, for to kiss him. And Jesus said to him: Judas, dost thou betray the Son of man with a kiss? And they that were about him, seeing what would follow, said to him: Lord, shall we strike with the sword? And one of them struck the servant of the high priest, and cut off his right ear. But Jesus answering, said: Suffer ye thus far. And when he had touched his ear, he healed him. And Jesus said to the chief priests, and magistrates of the temple, and the ancients, that were come unto him: Are ye come out, as it were against a thief, with swords and clubs? When I was daily with you in the temple, you did not stretch forth your hands against me: but this is your hour, and the power of darkness. And apprehending him, they led him to the high priest’s house. But Peter followed afar off. And when they had kindled a fire in the midst of the hall, and were sitting about it, Peter was in the midst of them. Whom when a certain servant maid had seen sitting at the light, and had earnestly beheld him, she said: This man also was with him. But he denied him, saying: Woman, I know him not. And after a little while, another seeing him, said: Thou also art one of them. But Peter said: O man, I am not. And after the space, as it were of one hour, another certain man affirmed, saying: Of a truth, this man was also with him; for he is also a Galilean. And Peter said: Man, I know not what thou sayest. And immediately, as he was yet speaking, the cock crew. And the Lord turning looked on Peter. And Peter remembered the word of the Lord, as he had said: Before the cock crow, thou shalt deny me thrice. And Peter going out, wept bitterly. And the men that held him, mocked him, and struck him. And they blindfolded him, and smote his face. And they asked him, saying: Prophesy, who is it that struck thee? And blaspheming, many other things they said against him. And as soon as it was day, the ancients of the people, and the chief priests and scribes, cane together; and they brought him into their council, saying: If thou be the Christ, tell us. And he saith to them: If I shall tell you, you will not believe me. And if I shall also ask you, you will not answer me, nor let me go. But hereafter the Son of man shall be sitting on the right hand of the power of God. Then said they all: Art thou then the Son of God? Who said: You say that I am. And they said: What need we any further testimony? for we ourselves have heard it from his own mouth. AND the whole multitude of them rising up, led him to Pilate. And they began to accuse him, saying: We have found this man perverting our nation, and forbidding to give tribute to Caesar, and saying that he is Christ the king. And Pilate asked him, saying: Art thou the king of the Jews? But he answering, said: Thou sayest it. And Pilate said to the chief priests and to the multitudes: I find no cause in this man. But they were more earnest, saying: He stirreth up the people, teaching throughout all Judea, beginning from Galilee to this place. But Pilate hearing Galilee, asked if the man were of Galilee? And when he understood that he was of Herod’s jurisdiction, he sent him away to Herod, who was also himself at Jerusalem, in those days. And Herod, seeing Jesus, was very glad; for he was desirous of a long time to see him, because he had heard many things of him; and he hoped to see some sign wrought by him. And he questioned him in many words. But he answered him nothing. And the chief priests and the scribes stood by, earnestly accusing him. And Herod with his army set him at nought, and mocked him, putting on him a white garment, and sent him back to Pilate. And Herod and Pilate were made friends, that same day; for before they were enemies one to another. And Pilate, calling together the chief priests, and the magistrates, and the people, Said to them: You have presented unto me this man, as one that perverteth the people; and behold I, having examined him before you, find no cause in this man, in those things wherein you accuse him. No, nor Herod neither. For I sent you to him, and behold, nothing worthy of death is done to him. I will chastise him therefore, and release him. Now of necessity he was to release unto them one upon the feast day. But the whole multitude together cried out, saying: Away with this man, and release unto us Barabbas: Who, for a certain sedition made in the city, and for a murder, was cast into prison. And Pilate again spoke to them, desiring to release Jesus. But they cried again, saying: Crucify him, crucify him. And he said to them the third time: Why, what evil hath this man done? I find no cause of death in him. I will chastise him therefore, and let him go. But they were instant with loud voices, requiring that he might be crucified; and their voices prevailed. And Pilate gave sentence that it should be as they required. And he released unto them him who for murder and sedition, had been cast into prison, whom they had desired; but Jesus he delivered up to their will. And as they led him away, they laid hold of one Simon of Cyrene, coming from the country; and they laid the cross on him to carry after Jesus. And there followed him a great multitude of people, and of women, who bewailed and lamented him. But Jesus turning to them, said: Daughters of Jerusalem, weep not over me; but weep for yourselves, and for your children. For behold, the days shall come, wherein they will say: Blessed are the barren, and the wombs that have not borne, and the paps that have not given suck. Then shall they begin to say to the mountains: Fall upon us; and to the hills: Cover us. For if in the green wood they do these things, what shall be done in the dry? And there were also two other malefactors led with him to be put to death. And when they were come to the place which is called Calvary, they crucified him there; and the robbers, one on the right hand, and the other on the left. And Jesus said: Father, forgive them, for they know not what they do. But they, dividing his garments, cast lots. And the people stood beholding, and the rulers with them derided him, saying: He saved others; let him save himself, if he be Christ, the elect of God. And the soldiers also mocked him, coming to him, and offering him vinegar, And saying: If thou be the king of the Jews, save thyself. And there was also a superscription written over him in letters of Greek, and Latin, and Hebrew: THIS IS THE KING OF THE JEWS. And one of those robbers who were hanged, blasphemed him, saying: If thou be Christ, save thyself and us. But the other answering, rebuked him, saying: Neither dost thou fear God, seeing thou art condemned under the same condemnation? And we indeed justly, for we receive the due reward of our deeds; but this man hath done no evil. And he said to Jesus: Lord, remember me when thou shalt come into thy kingdom. And Jesus said to him: Amen I say to thee, this day thou shalt be with me in paradise. And it was almost the sixth hour; and there was darkness over all the earth until the ninth hour. And the sun was darkened, and the veil of the temple was rent in the midst. And Jesus crying out with a loud voice, said: Father, into thy hands I commend my spirit. And saying this, he gave up the ghost. (Here kneel, and pause a few moments) Now the centurion, seeing what was done, glorified God, saying: Indeed this was a just man. And all the multitude of them that were come together to that sight, and saw the things that were done, returned striking their breasts. And all his acquaintance, and the women that had followed him from Galilee, stood afar off, beholding these things. And behold there was a man named Joseph, who was a counsellor, a good and just man, The same had not consented to their counsel and doings; of Arimathea, a city of Judea; who also himself looked for the kingdom of God. This man went to Pilate, and begged the body of Jesus. And taking him down, he wrapped him in fine linen, and laid him in a sepulchre that was hewed in stone, wherein never yet any man had been laid.