Féria de 1ª Classe – Missa Própria, com comemoração de S. Isidoro, Bispo, Confessor e Doutor – Estação em S. Prisca
Os primeiros Cristãos reuniam-se outrora provavelmente em casa de Santa Prisca, no Monte Aventino (igreja estacionai). Conforme a tradição, era o próprio S. Pedro quem presidia essas reuniões. S. Marcos, o discípulo do primeiro Papa, nos descreve a Paixão de Jesus e fala particularmente da negação de S. Pedro, que assim, humildemente, confessa a sua culpa. A Cruz de Jesus Cristo é para nós motivo de glória (Introito).
Sobre o santo mártir: Natural de Cartagena, na Espanha (560) foi mais tarde, sucessor de S. Leandro (seu irmão mais velho), na Sé episcopal de Sevilha. Por seus escritos que atestam o seu grande saber, foi enumerado entre os Doutores da Igreja.
Páginas 353 a 364; 1030 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963).
Missa rezada às 7:00 na Capela do Colégio Santo Tomás de Aquino.
PRÓPRIO DO DIA
Introito (Gl 6, 14 | Sl. 66, 2)
Nos autem gloriári oportet in Cruce Dómini nostri Jesu Christi: in quo est salus, vita et resurréctio nostra: per quem salváti et liberáti sumus. Ps. 66, 2. Deus misereátur nostri, et benedícat nobis: illúminet vultum suum super nos, et misereátur nostri — Júdica, Dómine… | Quanto a nós, devemos gloriar-nos na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. N’Ele está nossa salvação, vida e ressurreição. Por Ele fomos salvos e livres. Sl. Deus tenha piedade de nós e nos abençoe, faça resplandecer sobre nós a sua Face e se compadeça de nós. — Quanto a nós… |
Coleta
Omnípotens sempitérne Deus: da nobis ita Domínicæ passiónis sacraménta perágere; ut indulgéntiam percípere mereámur. Per eúndem D.N. | Ó Deus onipotente e eterno, concedei-nos celebrar os Mistérios da Paixão do Senhor, de tal sorte que mereçamos alcançar a remissão de nossos pecados. Pelo mesmo J. C. |
2ª Coleta (de S. Isidoro)
Deus, qui pópulo tuo ætérnæ salútis beátum Isidorum minístrum tribuísti: præsta, quǽsumus; ut, quem Doctórem vitæ habúimus in terris, intercessórem habére mereámur in cœlis. Per D.N. | Ó Deus, que a vosso povo destes S. Isidoro, para ministro de sua eterna salvação, concedei, nós Vos rogamos, que mereçamos tê-lo como nosso intercessor no céu, assim como o tínhamos na terra, como Mestre de nossa vida. Por N.S. |
Epístola (Jr 11, 18-20)
Léctio Jeremíæ Prophétæ.
In diébus illis: Dixit Jeremías: Dómine, demonstrásti mihi, et cognóvi: tunc ostendísti mihi stúdia eórum. Et ego quasi agnus mansúetus, qui portátur ad víctimam: et non cognóvi, quia cogitavérunt super me consília, dicéntes: Mittámus lignum in panem ejus, et eradámus eum de terra vivéntium, et nomen ejus non memorétur ámplius. Tu autem, Dómine Sábaoth, qui júdicas juste et probas renes et corda, vídeam ultiónem tuam ex eis: tibi enim revelávi causam meam, Dómine, Deus meus. |
Leitura do Profeta Jeremias.
Naqueles dias, assim disse Jeremias: Ó Senhor, Vós me fizestes conhecer e eu o compreendi; e então Vós me revelastes os seus planos. Eu era |
Gradual (Sl 34, 13 e 1-2)
Ego autem, dum mihi molésti essent, induébam me cilício, et humiliábam in jejúnio ánimam meam: et orátio mea in sinu meo convertétur. ℣. Júdica, Dómine, nocéntes me, expúgna impugnántes me: apprehénde arma et scutum, et exsúrge in adjutórium mihi. |
Eu porém, quando me molestavam, me revestia com o cilicio, humilhava com jejum a minha alma e curvando-me [a cabeça] sobre o peito, assim fazia a minha oração: ℣. Julgai, Senhor, aos que me fazem mal; vencei aqueles que me? combatem. Tomai as armas e o escudo e erguei-Vos em meu auxílio. |
Paixão (Mc 14, 32-72 e 15, 1-46)
✠ – Cristo | C. – Cronista | S. – Sinagoga e Singular
Pássio Dómini nostri Jesu Christi secúndum Marcum. In illo témpore: Jesus et discípuli ejus véniunt in prǽdium, cui nomen Gethsémani. Et ait discípulis suis: ✠ Sedéte hic, donec orem. C. Et assúmit Petrum et Jacóbum et Joánnem secum: et cœpit pavére et tædére. Et ait illis: ✠ Tristis est anima mea usque ad mortem: sustinéte hic, et vigiláte. C. Et cum processísset páululum, prócidit super terram: et orábat, ut, si fíeri posset, transíret ab eo hora: et dixit: ✠ Abba, Pater, ómnia tibi possibília sunt, transfer cálicem hunc a me: sed non quod ego volo, sed quod tu. C. Et venit et invénit eos dormiéntes. Et ait Petro: ✠ Simon, dormis? non potuísti una hora vigiláre? Vigilate et oráte, ut non intrétis in |
Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Marcos. Naquele tempo: Jesus e seus discípulos foram para um horto, cujo nome era Getsémani. E Jesus disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto faço oração. E tomou consigo a Pedro, Tiago e João; e começou a ter medo e a afligir-se. E disse-lhes: Triste até à morte está minha alma; ficai aqui e vigiai. Tendo dado alguns passos, caiu em terra. E orava para que, se possível, fosse afastada de Si aquela hora. E disse: Abba, Pai, tudo Te é possível; aparta de mim este cálice; não se faça porém como eu quero, e sim como Tu queres. E veio a seus discípulos, achando-os a dormir. E disse a Pedro: Simão, dormes? Não pudeste velar uma hora comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. O espírito realmente está pronto, mas a carne é fraca. E afastando-se novamente, orou, repetindo as mesmas palavras. Voltando, encontrou-os ainda a dormir (porque os seus olhos estavam pesados de sono) e eles ão sabiam o que Lhe responder. E Ele voltou pela terceira vez e lhes disse: Dormi agora, e repousai. Basta; é chegada a hora. Eis que o Filho do homem vai ser entregue às mãos dos pecadores. Levantai-vos, vamos; o que me vai trair próximo já está. E falava Ele ainda, quando chegou Judas Iscariotes, um dos doze, e com ele uma grande multidão com espadas e paus, mandada pelos príncipes dos sacerdotes, escribas e anciãos. Dera-lhes o que O traía, um sinal dizendo: Aquele a quem eu beijar, Esse é; segurai-O e levai-O com cuidado. Tendo chegado; aproximou-se logo d’Ele, e disse-Lhe: Salve, Mestre. E beijou-O. Então eles puseram a mão em Jesus e O agarraram. Um dos que estavam presentes [Pedro], tirando a sua espada, feriu o servo do sumo sacerdote e lhe cortou a orelha. E Jesus, tomando a palavra, lhes disse: Viestes como se fora contra um ladrão, armados com espadas e paus para me prender? Todos os dias estava eu no meio de vós, ensinando no templo e não me prendestes. Mas devem ser cumpridas as Escrituras. Então os seus discípulos O abandonaram, fugindo todos. Um jovem, que O seguia coberto com um lençol, foi por eles agarrado. Ele porém, abandonou o lençol, e fugiu, nu, de suas mãos. E conduziram Jesus ao sumo sacerdote; e ali estavam reunidos todos os sacerdotes, escribas e anciãos. Pedro, no entanto, O seguiu de longe, até dentro do pátio do sumo sacerdote; e sentou-se com os servos, junto ao fogo, para se aquecer. Os príncipes dos sacerdotes e todo o conselho, entretanto, procuravam um testemunho contra Jesus, para O condenar à morte, mas não o encontravam. Porque muitos apresentavam falsos testemunhos contra Ele, mas não estavam de acordo. Alguns, afinal, levantando-se, apresentaram um falso testemunho contra Ele, dizendo: Nós O ouvimos dizer: Eu destruirei este templo, feito pela mão do homem e em três dias eu construirei um outro, não feito por mão de homem. Seus depoimentos, porém, não concordavam. Levantou-se então o sumo sacerdote no meio da assembléia e interrogou a Jesus, dizendo: Não respondes coisa alguma ao que estes depõem contra Ti? Mas Jesus se calava e nada respondeu. Novamente o sumo sacerdote O interrogou, e Lhe disse: Tu és o Cristo, o Filho de Deus, o Bendito ? Jesus lhe respondeu: Eu o sou. E vereis o Filho do homem, assentado à direita do poder de Deus, e vindo sobre as nuvens do céu. Então o sumo sacerdote, rasgando as suas vestes, disse: Que testemunhas precisaremos ainda? Ouvistes a blasfêmia; que vos parece? E todos condenaram a Jesus, como sendo réu de morte. Então começaram a cuspir sobre Ele, velando-Lhe o rosto, dando-Lhe punhadas, e dizendo-Lhe: Adivinha. E os servos Lhe davam bofetadas. Enquanto Pedro estava no pátio, em baixo, apareceu uma das criadas do sumo sacerdote, e vendo Pedro a aquecer-se, o encarou e disse: Também tu estavas com Jesus Nazareno. Ele porém negou, dizendo: Não sei, nem compreendo o que dizes. E indo para fora do pátio, o galo cantou. Vendo-o novamente, a criada pôs-se a dizer aos presentes: Este é um deles. E Pedro de novo negou. Pouco depois, alguns dos que ali estavam diziam a Pedro: Certamente és um deles,: porque és também galileu. Ele porém começou a praguejar e a jurar: Não conheço este homem de quem falais. E neste momento o galo cantou segunda vez. Lembrou-se então Pedro da palavra que Jesus lhe dissera: Antes que o galo cante segunda vez, três vezes tu me negarás. E começou a chorar. Logo ao amanhecer, fazendo uma reunião, deliberaram os príncipes dos sacerdotes, os anciãos, os escribas e todo o conselho; e amarrando a Jesus, O levaram e O entregaram a Pilatos. E interrogou-O Pilatos: Tu és o Rei dos judeus? E ele, em resposta, lhe disse: Sim, eu o sou. Os príncipes dos sacerdotes O acusavam de muitas coisas. Pilatos O interrogou novamente, dizendo: Não respondes coisa alguma? Ouve de quanto Te acusam! Jesus porém, nada mais respondeu, o que encheu de admiração a Pilatos. Ora, no dia da festa, era costume soltar-lhes um dos presos, qualquer que fosse pedido por eles. Havia então um, chamado Barrabás, que fora preso com revoltosos, porque num motim, fizera um homicídio. Tendo subido, a multidão começou a rogar-lhe que lhes concedesse o que era de costume. Pilatos lhes respondeu e disse: Quereis que vos solte o Rei dos judeus? Porque ele sabia que fora por inveja que os príncipes dos sacerdotes O haviam entregado. Os pontífices, porém, aconselharam à turba, a que, de preferência, fizesse soltar a Barrabás. Pilatos, tomando novamente a palavra, lhes disse: Que quereis que eu faça ao Rei dos judeus? E eles gritavam com mais força ainda: Crucifica-O. Pilatos, porém, lhes dizia: Que mal entretanto fez Ele? E ainda mais vociferavam: Crucifica-O. Pilatos, querendo satisfazer ao povo, entregou-lhes Barrabás e após ter feito flagelar a Jesus, O entregou para ser crucificado. Então os soldados O conduziram ao pátio do pretório, e reunida toda a corte, O revestiram com a púrpura, pondo em sua cabeça uma corôa que haviam tecido com espinhos. E em seguida O saudavam: Salve, Rei dos judeus. Batiam-Lhe então na cabeça com uma cana e cuspiam sobre Ele; e dobrando os joelhos, eles O adoravam. Após terem assim zombado d’Ele, O despojaram da púrpura e Lhe puseram as suas vestes. E depois O levaram para O crucificar. Arranjaram então um certo homem que passava, vindo do campo, Simão, de Cirene, pai de Alexandre e de Rufo, para levar a cruz de Jesus. E O conduziram ao lugar chamado Gólgota, que significa lugar do Calvário. E davam-Lhe a beber vinho com mirra. Ele porém, não o tomou. Após O terem crucificado, eles partilharam as suas vestes, fazendo sortes sobre elas para ver o que caberia a cada um. Era a hora terceira, quando O crucificaram. E a inscrição sobre a causa de sua morte era: Rei |
Ofertório (Sl 139, 5)
Custódi me, Dómine, de manu peccatóris: et ab homínibus iníquis éripe me | Preservai-me, Senhor, da mão do pecador, e livrai-me dos homens iníquos. |
Secreta
Sacrifícia nos, quǽsumus, Dómine, propénsius ista restáurent: quæ medicinálibus sunt institúta jejúniis. Per D.N. | Nós Vos suplicamos, Senhor, que estes sacrifícios por serem acompanhados de jejuns salutares, tanto mais eficazmente restaurem as nossas almas. Por N.S. |
2ª Secreta (de S. Isidoro)
Sancti Isidori Pontíficis tui at que Doctóris nobis, Dómine, pia non desit orátio: quæ et múnera nostra concíliet; et tuam nobis indulgéntiam semper obtíneat. Per D.N. | Não nos falte, Senhor, a piedosa intercessão de S. Isidoro, vosso Pontífice e Doutor, ela Vos torne agradáveis os nossos dons e nos alcance sempre a vossa indulgência. Por N. S. |
Prefácio (da Santa Cruz)
℣. Dóminus vobíscum. Vere dignum et justum est, æquum et salutáre, nos tibi semper et ubíque grátias ágere: Dómine sancte, Pater omnípotens, ætérne Deus: Qui salútem humáni géneris in ligno Crucis constituísti: ut, unde mors oriebátur, inde vita resúrgeret: et, qui in ligno vincébat, in ligno quoque vincerétur: per Christum, Dóminum nostrum. Per quem majestátem tuam laudant Angeli, adórant Dominatiónes, tremunt Potestátes. Cœli cœlorúmque Virtútes ac beáta Séraphim sócia exsultatióne concélebrant. Cum quibus et nostras voces ut admítti júbeas, deprecámur, súpplici confessióne dicéntes: Sanctus, Sanctus, Sanctus… |
℣. O Senhor seja convosco. Verdadeiramente é digno e justo, razoável e salutar, que sempre e em todo o lugar, Vos demos graças, ó Senhor santo, Pai onipotente, eterno Deus, que estabelecestes no madeiro da Cruz a salvação do gênero humano, para que renascesse a vida de onde se originara a morte, e o que no lenho vencera, no lenho fosse vencido por Jesus Cristo, Nosso Senhor. Por Ele louvam os Anjos a vossa Majestade, as Dominações a adoram, tremem as Potestades. Os Céus, as Virtudes dos Céus, e os bem-aventurados Serafins a celebram com recíproca alegria. As suas vozes, nós Vos rogamos, mandeis que se unam as nossas, quando, em humilde confissão, Vos dizemos: Santo, Santo, Santo… |
Comunhão (Sl 68, 13-14)
Advérsum me exercebántur, qui sedébant in porta: et in me psallébant, qui bibébant vinum: ego vero oratiónem meam ad te, Dómine: tempus benepláciti, Deus, in multitúdine misericórdiæ tuæ. | Falam contra mim os que se sentam à porta e enquanto bebem vinho, entoam canções contra mim. Eu, porém, Senhor, Vos dirijo a minha oração. Ó Deus, o tempo da graça chegou agora, pela abundância de vossa misericórdia. |
Pós-comunhão
Sanctificatiónibus tuis, omnípotens Deus: et vitia nostra curéntur, et remédia nobis sempitérna provéniant. Per D.N. | Ó Deus onipotente, por, vossos santos Mistérios sejamos purificados de nossos vícios e nos venham os remédios da salvação eterna. Por N. S. |
2ª Pós-comunhão (de S. Isidoro)
Ut nobis, Dómine, tua sacrifícia dent salútem: beátus Isidorus Póntifex tuus et Doctor egrégius, quǽsumus, precátor accédat. Per D.N. | Senhor, seja intercessor nosso, S. Isidoro, vosso Pontífice (ou Confessor) e egrégio Doutor, a fim de que vossos santos Sacrifícios nos valham para a salvação. Por N. S. |
Oração
Super populum: Orémus. Humiliáte cápita vestra Deo.
Tua nos misericórdia, Deus, et ab omni subreptióne vetustátis expúrget, et capáces sanctæ novitátis effíciat. Per D.N. |
Sobre o povo: Oremos. Humilhai as vossas cabeças diante de Deus.
Vossa misericórdia, ó Deus, nos purifique de todas as tendências más do homem velho, e nos torne capazes de recebermos a Vida nova da santidade. Por N. S. |
Traduções e comentários extraídos do Missal Quotidiano de D. Beda (1947/1962).