IMACULADA CONCEIÇÃO DE NOSSA SENHORA
Festa de 1ª Classe- Missa Própria

“Tota pulchra es. Toda sois formosa, ó Maria, e não há em vós mácula original”. Este grito de espanto, que faz de portada ao ofício da Imaculada Conceição, corresponde bem aos sentimentos, que dominam a humanidade, ao ver-se presa da sordidez do mal, na presença da pureza irradiante da Virgem Santíssima. Decretara Deus, desde toda a eternidade, fazer de Maria a Mãe do Verbo Encarnado e, por essa razão, a revestiu com as galas da santidade e lhe tornou a alma morada digna para seu Filho. A redenção total, que desde a Conceição, preservava a Senhora do contágio do mal, não deve separar-se da nossa própria redenção operada por Jesus. Colocada no coração do Advento, a festa da Imaculada Conceição anuncia os esplendores da encarnação redentora. Instituiu-a Pio IX, depois da proclamação do dogma, em 8 de dezembro de 1864, mas esta solenidade tinha já, na história da Igreja, mais de um precedente.
Já no século VII se celebrava no Oriente a festa da Conceição da Virgem Santíssima e no IX e XI vamos encontrá-la respectivamente na Irlanda e na Inglaterra. Estas festas antigas são a voz da tradição a testemunhar, a respeito de Nossa Senhora, o culto ininterrupto da sua pureza imaculada, e Pio IX, definindo dogma a Imaculada Conceição, não fez mais que precisar, em termos teológicos, o que vinha sendo, através dos séculos, a fé constante da Igreja.
Páginas 917 a 921 do Missal Quotidiano.
Missa às 18:30 horas na Capela São Judas Tadeu.
LEITURAS
Epístola (Prov. 8, 22-35)
Poder e presença eterna na mente de Deus, solicitude com os interesses dos homens, que podem ouvindo-Lhe os conselhos, encontrar os caminhos da salvação, tais são os predicados da Sabedoria Eterna, que a Santa Igreja aplica a Nossa Senhora e igualmente a Jesus Cristo, tão intimamente ambos se associam na realização dos grandes desígnios de Deus.
Leitura do Livro da Sabedoria.
O Senhor me criou, como primícia de suas obras, desde o princípio, antes do começo da terra. Desde a eternidade fui formada, antes de suas obras dos tempos antigos. Ainda não havia abismo quando fui concebida, e ainda as fontes das águas não tinham brotado. Antes que assentados fossem os montes, antes dos outeiros, fui dada à luz; antes que fossem feitos a terra e os campos e os primeiros elementos da poeira do mundo. Quando ele preparava os céus, ali estava eu; quando traçou o horizonte na superfície do abismo, quando firmou as nuvens no alto, quando dominou as fontes do abismo, quando impôs regras ao mar, para que suas águas não transpusessem os limites, quando assentou os fundamentos da terra, junto a ele estava eu como artífice, brincando todo o tempo diante dele, brincando sobre o globo de sua terra, achando as minhas delícias junto aos filhos dos homens. E agora, meus filhos, escutai-me: felizes aqueles que guardam os meus caminhos. Ouvi minha instrução para serdes sábios, não a rejeiteis. Feliz o homem que me ouve e que vela todos os dias à minha porta e guarda os umbrais de minha casa! Pois quem me acha encontra a vida e alcança o favor do Senhor.
Evangelho (Lc 1, 26-28)
Da bela perícope de São Lucas, que refere a Anunciação, escolheu a Igreja, para hoje, a saudação do anjo, para no-la colocar nos lábios e nos convidar a meditar-lhe toda a profundidade do sentido.
Sequência do Santo Evangelho segundo Lucas.
Naquele tempo, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi e o nome da virgem era Maria. Entrando, o anjo disse-lhe: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo: Bendita és tu entre as mulheres”.