QUINTA-FEIRA DA 2ª SEMANA DA QUARESMA
Féria de 3ª Classe- Missa Própria – Estação em S. Maria além Tibre
A igreja da estação deste dia está situada perto no quarteirão dos judeus. Os Cristãos costumavam ver, nestes, a imagem dos ricos, e eles mesmos eram os pobres, como na realidade o eram os Cristãos que habitavam naquela região. A Epístola e o Evangelho mostram o caminho da salvação e da perdição. Podemos escolher, mas não nos enganemos com as aparências deste mundo. Deus “dará a cada um, segundo o caminho que seguir” (Epístola).
Páginas 208 a 212 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)
PRÓPRIO DO DIA
Introito (Sl 69, 2 e 3 | ib., 4)
Deus, in adjutórium meum inténde: Dómine, ad adjuvándum me festína: confundántur et revereántur inimíci mei, qui quærunt ánimam meam. Ps. Avertántur retrórsum et erubéscant: qui cógitant mihi mala. ℣. Gloria Patri. | Ó Deus, vinde em meu auxílio; Senhor, apressai-Vos em me socorrer: sejam confundidos e envergonhados os meus inimigos, que procuram tirar-me a vida. Sl. Voltem para trás e fiquem envergonhados os que me desejam o mal. ℣. Glória ao Pai. |
Coleta
Præsta nobis, quǽsumus, Dómine, auxílium grátiæ tuæ: ut, jejúniis et oratiónibus conveniénter inténti, liberémur ab hóstibus mentis et córporis. Per D.N. | Concedei-nos, Senhor, Vos pedimos, o auxílio de vossa graça, a fim de que, perseverando devidamente nos jejuns e nas orações, sejamos livres dos inimigos da alma e do corpo. Por N. S. |
2ª Coleta (de S. Casimiro)
Deus, qui inter regáles delicias et mundi illécebras sanctum Casimírum virtúte constantiæ roborásti: quǽsumus; ut ejus intercessióne fidéles tui terréna despíciant, et ad cœléstia semper aspírent. Per D.N. | Ó Deus, que no meio dos prazeres da côrte e dos atrativos do mundo fortalecestes a S. Casimiro com a virtude da constância, nós Vos pedimos que, por sua intercessão, vossos fiéis desprezem os bens da terra e aspirem sempre aos do céu. Por N. S. |
Epístola (Jr 17, 5-10)
Léctio Jeremíae Prophétae.
Hæc dicit Dóminus Deus: Maledíctus homo, qui confídit in hómine, et ponit carnem bráchium suum, et a Dómino recédit cor ejus. Erit enim quasi myrícæ in desérto, et non vidébit, cum vénerit bonum: sed habitábit in siccitáte in desérto, in terra salsúginis et inhabitábili. Benedíctus vir, qui confídit in Dómino, et erit Dóminus fidúcia ejus. Et erit quasi lignum, quod transplantátur super aquas, quod ad humórem mittit radíces suas: et non timébit, cum vénerit æstus. Et erit fólium ejus víride, et in témpore siccitátis non erit sollícitum, nec aliquándo de sinet fácere fructum. Pravum est cor ómnium et inscrutábile: quis cognóscet illud? Ego Dóminus scrutans cor, et probans renes: qui do unicuique juxta viam suam, et juxta fructum adinventiónum suárum: dicit Dóminus omnípotens. |
Leitura do Profeta Jeremias. Eis o que diz o Senhor Deus: Maldito o homem que confia em seu semelhante e se firma num braço carnal, e cujo coração se afasta do Senhor. Ele será como a tamargueira no deserto, e não verá chegar a felicidade: habitará, porém, na esterilidade do deserto, em uma terra salobra e inabitável. Bem-aventurado o homem que põe a sua confiança no Senhor e para o qual o Senhor é a esperança. Ele será como uma árvore transplantada para perto das águas, que à umidade estende suas raízes e que não terá receio do calor quando vier. Suas folhas serão sempre verdes e em tempo de seca, não ficará necessitada e nunca deixará de produzir frutos. Depravado é o coração dos homens, e impenetrável; quem o poderá conhecer? Eu, o Senhor, perscruto o coração e examino os rins. Dou a cada um, segundo o seu merecimento e conforme o fruto de suas obras, diz o Senhor onipotente. |
Gradual (Sl 78, 9 e 10)
Propítius esto, Dómine, peccátis nostris: ne quando dicant gentes: Ubi est Deus eórum? ℣. Adjuva nos, Deus, salutáris noster: et propter honórem nóminis tui, Dómine, líbera nos. |
Perdoai, Senhor, os nossos pecados, para que não digam os gentios: Onde está o Deus deles? ℣. Ajudai-nos, ó Deus, Salvador nosso, e pela glória de vosso Nome, livrai-nos, Senhor. |
Evangelho (Lc 16, 19-31)
Sequéntia sancti Evangélii secúndum Lucam. In illo témpore: Dixit Jesus pharisǽis: Homo quidam erat dives, qui induebátur púrpura et bysso: et epulabátur cotídie spléndide. Et erat quidam mendícus, nómine Lázarus, qui jacébat ad jánuam ejus, ulcéribus plenus, cúpiens saturári de micis, quæ cadébant de mensa dívitis, et nemo illi dabat: sed et canes veniébant et lingébant úlcera ejus. Factum est autem, ut morerétur mendícus, et portarétur ab Angelis in sinum Abrahæ. Mórtuus est autem et dives, et sepúltus est in inférno. Elevans autem óculos suos, cum esset in torméntis, vidit Abraham a longe, et Lázarum in sinu ejus: et ipse clamans, dixit: Pater Abraham, miserére mei, et mitte Lázarum, ut intíngat extrémum dígiti sui in aquam, ut refrígeret linguam meam, quia crúcior in hac flamma. Et dixit illi Abraham: Fili, recordáre, quia recepísti bona in vita tua, et Lázarus simíliter mala: nunc autem hic consolátur, tu vero cruciáris. Et in his ómnibus, inter nos et vos chaos magnum firmátum est: ut hi, qui volunt hinc transíre ad vos, non possint, neque inde huc transmeáre. Et ait: Rogo ergo te, pater, ut mittas eum in domum patris mei. Hábeo enim quinque fratres, ut testétur illis, ne et ipsi véniant in hunc locum tormentórum. Et ait illi Abraham: Habent Móysen et Prophétas: áudiant illos. At ille dixit: Non, pater Abraham: sed si quis ex mórtuis íerit ad eos, pæniténtiam agent. Ait autem illi: Si Móysen et Prophétas non áudiunt, neque si quis ex mórtuis resurréxerit, credent. |
Sequência do Santo Evangelho segundo Lucas. Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino e dava, cada dia, esplêndidos festins. E havia também um mendigo chamado Lázaro, que jazia em sua porta, coberto de úlceras, desejoso de saciar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; mas ninguém lhas dava. Os cães vinham também e lambiam suas feridas. Aconteceu que morreu o mendigo e foi conduzido pelos Anjos ao seio de Abraão. Também morreu o rico, mas no inferno foi sepultado. Elevando seus olhos, quando estava nos tormentos, viu de longe a Abraão, e a seu lado, Lázaro. E clamou, dizendo: Pai Abraão, tende compaixão de mim e enviai Lázaro para que toque com a extremidade de seu dedo em água, a fim de refrescar minha língua, porque estou abrasado nesta chama. E disse-lhe Abraão: Filho, lembra-te que recebeste bens em tua vida e Lázaro só recebeu males. Agora ele está consolado e tu estás atormentado. Aliás, entre vós e nós, há um grande abismo. Por isso aqueles que desejassem passar daqui para lá e de lá vir para nós, não o poderiam fazer. E o rico diz: Eu vos suplico, ó pai, de o enviardes à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos, a fim de que ele os previna destas coisas, para que não venham também eles a este lugar de tormentos. E Abraão lhe respondeu: Eles têm Moisés e os Profetas: devem ouvi-los. Ele replicou: Não, pai Abraão; mas se algum dos mortos for a eles, farão penitência. Abraão lhe disse: Se não ouvirem a Moisés e aos Profetas, mesmo que um desses mortos ressuscitasse, eles não haveriam de crer. |
Ofertório (Ex. 32, 11, 13 e 14)
Precátus est Móyses in conspéctu Dómini, Dei sui, et dixit: Quare, Dómine, irascéris in pópulo tuo? parce iræ ánimæ tuæ: meménto Abraham, Isaac et Jacob, quibus jurásti dare terram fluéntem lac et mel. Et placátus est Dóminus de malignitáte, quam dixit fácere pópulo suo. | Orou Moisés, na presença do Senhor, seu Deus, e disse: Por que Vos irritais, Senhor, contra o vosso povo? Abrandai o vosso furor; lembrai-Vos de Abraão, de Isaac e de Jacó, aos quais jurastes dar uma terra, onde corre o leite e o mel. Então o Senhor se aplacou e afastou os males com que havia ameaçado o seu povo. |
Secreta
Præsénti sacrifício, nómini tuo nos, Dómine, jejúnia dicáta sanctíficent: ut, quod observántia nostra profitétur extérius, intérius operétur efféctu. Per D.N. | Os jejuns consagrados pelo presente sacrifício à glória de vosso Nome nos santifiquem, Senhor, a fim de que consigamos em frutos interiores o que a nossa observância demonstra no exterior. Por N.S. |
Prefácio (da Quaresma)
℣. Dóminus vobíscum. ℞. Et cum spíritu tuo. ℣. Sursum corda. ℞. Habémus ad Dóminum. ℣. Grátias agámus Dómino Deo nostro. ℞. Dignum et iustum est. Vere dignum et iustum est, æquum et salutáre, nos tibi semper, et ubíque grátias agere: Dómine, sancte Pater, omnípotens ætérne Deus: Qui corporáli ieiúnio vítia cómprimis, mentem élevas, virtútem largíris et prǽmia: per Christum Dóminum nostrum. Per quem maiestátem tuam laudant Angeli, adórant Dominatiónes, tremunt Potestátes. Cæli cælorúmque Virtútes, ac beáta Séraphim, sócia exsultatióne concélebrant. Cum quibus et nostras voces, ut admitti iúbeas, deprecámur, súpplici confessióne dicentes: Sanctus, Sanctus, Sanctus… |
℣. O Senhor seja convosco. ℞. E com o vosso espírito, ℣. Para o alto os corações. ℞. Já os temos para o Senhor, ℣. Demos graças ao Senhor, nosso Deus. ℞. É digno e justo. Verdadeiramente é digno e justo, razoável e salutar, que, sempre e em todo o lugar, Vos demos graças, ó Senhor santo, Pai onipotente, eterno Deus, que pelo jejum corporal reprimis os vícios, elevais a inteligência, concedeis a virtude e o prêmio dela, por Jesus Cristo, Nosso Senhor. Por Ele louvam os Anjos a vossa Majestade, as Dominações a adoram, tremem as Potestades. Os Céus, as Virtudes dos Céus e os bem-aventurados Serafins a celebram com recíproca alegria. As suas vozes, nós Vos rogamos mandeis que se unam as nossas, quando, em humilde confissão, Vos dizemos: Santo, Santo, Santo… |
Comunhão (Jo 6, 57)
Qui mandúcat meam carnem, et bibit meum sánguinem, in me manet, et ego in eo, dicit Dóminus. | Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue, fica em Mim e eu nele, diz o Senhor. |
Pós-comunhão
Grátia tua nos, quǽsumus, Dómine, non derelínquat: quæ et sacræ nos déditos fáciat servitúti, et tuam nobis opem semper acquírat. Per D.N. | Nós Vos pedimos, Senhor, nunca nos falte a vossa graça que nos torne dedicados ao vosso santo serviço e nos obtenha sempre o vosso auxílio. Por N. S. |
2ª Pós-comunhão (de S. Casimiro)
Refécti cibo potúque caelésti, Deus noster, te súpplices exorámus: ut, in cujus haec commemoratióne percépimus, ejus muniámur et précibus. Per D. N. | Fortalecidos com este alimento e com esta bebida celestiais, humildemente Vos rogamos, ó Deus nosso, que nos defendam as preces do Santo em cuja memória os recebemos. Por N. S. |
Oração
Super populum: Orémus. Humiliáte cápita vestra Deo.
Adésto, Dómine, fámulis tuis, et perpétuam benignitátem largíre poscéntibus: ut iis, qui te auctóre et gubernatóre gloriántur, ei congregáta restáures et restauráta consérves. Per D.N. |
Sobre o povo: Oremos. Humilhai as vossas cabeças diante de Deus.
Favorecei, Senhor, aos vossos servos e concedei-lhes a misericórdia perpétua que Vos imploram; renovai naqueles que se gloriam de Vos ter como Criador e Guia, as graças que alcançaram e conservai-lhes as que renovaram. Por N. S. |
Traduções e comentários extraídos do Missal Quotidiano de D. Beda (1947/1962).