Liturgia Diária- IV Domingo da Quaresma

Domingo de 1ª Classe- Missa Própria

“Laetare”. É o grito de júbilo, ao chegar o meio da Quaresma, antecipação da alegria pascal, que há de jorrar da Cruz. Em Roma, a estação congregava-se na igreja de Santa Cruz de Jerusalém, escolhida, propositadamente, para cantar as alegrias e as grandezas da nova Jerusalém, a Igreja terrestre e a Cidade celeste. 

No breviário, a Igreja propõe-nos a leitura da história de Moisés, que se resume em dois grandes acontecimentos. Por um lado, Moisés liberta o povo de Deus do cruel cativeiro do Egito, e fá-lo atravessar o Mar Vermelho. É a libertação, o termo da escravatura. Por outro lado, sustenta-o com maná, no deserto, dá-lhe a Lei do Sinai e o conduz para a terra prometida, onde se erguerá, um dia, a Cidade Santa de Jerusalém, à qual todas as tribos se dirigiam anualmente, para cantar a alegria de serem o povo privilegiado, escolhido por Deus.

A missa mostra a realização destas figuras. O verdadeiro Moisés é Cristo, que, tendo-nos libertado da escravidão de Satanás e do pecado, nos faz atravessar as águas do batismo, nos alimenta com a Eucaristia, nos introduz na sua Igreja, a verdadeira Jerusalém e antecipação do Céu, onde os eleitos entoarão, eternamente, o cântico dos resgatados. 

A Igreja sente-se imensamente feliz de possuir estas riquezas, de as ver renovadas incessantemente e de poder comunicá-las. É com este pensamento que, a meio caminho, olhos fitos na Páscoa, a mesma Santa Igreja nos convida a respirar a aragem refrigerante da graça. 

Os paramentos cor-de-rosa, o órgão, as flores do altar, são sinais da sua alegria, que as jubilosas melodias gregorianas vêm, ainda, sublimar. 


Páginas 259 a 264 do Missal Quotidiano.


Missa Rezada às 9:30 horas na Capela São Judas Tadeu e Missa Cantada às 15:30 horas na Catedral Diocesana.


PRÓPRIO DO DIA

Intróito (Isaías 66, 10.11; Salmo 121, 1)

Rejubila, Jerusalém, e vós todos os que a amais, reuni-vos para partilhar do seu júbilo. Regozijai-vos com ela de prazer, vós que tendes vivido na tristeza, porque sereis saciados de consolações abundantes. Sl. Alegrei-me naquilo que me foi dito: Iremos para a casa do Senhor. Glória ao Pai.

Coleta

Concedei, Senhor onipotente, que nós, que somos merecidamente castigados pela nossa má conduta, encontremos refrigério na paz da vossa graça. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Epístola (Gl 4, 22-31)


Em linguagem alegórica, em que Agar prefigura a Sinagoga, e Sara, a Igreja, São Paulo dá-nos a interpretação duma célebre do Gênesis (16;21,1-21), demostrando que, na economia da salvação, tudo depende do dom de Deus – “a Promessa”. Os herdeiros desta promessa são os que creem em Jesus, que é a sua realização.


Leitura da Epístola de São Paulo aos Gálatas.

Irmãos: A Escritura diz que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre. O da escrava, filho da natureza; e o da livre, filho da promessa. Nestes fatos há uma alegoria, visto que aquelas mulheres representam as duas alianças: uma, a do monte Sinai, que gera para a escravidão, é Agar. (O monte Sinai está na Arábia.) Corresponde à Jerusalém atual, que é escrava com seus filhos. Mas a Jerusalém lá do alto é livre e esta é a nossa mãe, porque está escrito: Alegra-te, ó estéril, que não davas à luz; rejubila e canta, tu que não tinhas dores de parto, pois são mais numerosos os filhos da abandonada do que daquela que tem marido (Is 54,1). Como Isaac, irmãos, vós sois filhos da promessa. Como naquele tempo o filho da natureza perseguia o filho da promessa, o mesmo se dá hoje. Que diz, porém, a Escritura? Lança fora a escrava e seu filho, porque o filho da escrava não será herdeiro com o filho da livre (Gn 21,10). Pelo que, irmãos, não somos filhos da escrava, mas sim da que é livre.

Gradual (Salmo 121, 1.7)

Alegrei-me com aquilo que me foi dito: Iremos para a casa do Senhor. Haja paz nas tuas muralhas, e abundância nos teus palácios.

Trato (Salmo 124, 1-2)

Aqueles que confiam no Senhor são como a montanha de Sião, porque não vacilará jamais o que habita em Jerusalém. Está cingida de montanhas, e o Senhor vela em volta do seu povo, agora e sempre. 

Evangelho (Jo 6,1-15)


A multiplicação dos pães é anúncio e símbolo da Eucaristia, que é, por excelência, o sacramento pascal, prometido aos batizados. “Os vossos pais comeram o maná, no deserto, e morreram. Eu sou o pão vivo, descido do céu; todo aquele que comer deste pão, viverá eternamente. E o pão, que Eu darei, é a minha carne, para a vida ao mundo”.


Sequência do Santo Evangelho segundo João.

Naquele tempo, Jesus atravessou o lago da Galiléia (que é o de Tiberíades.) Seguia-o uma grande multidão, porque via os milagres que fazia em beneficio dos enfermos. Jesus subiu a um monte e ali se sentou com seus discípulos. Aproximava-se a Páscoa, festa dos judeus. Jesus levantou os olhos sobre aquela grande multidão que vinha ter com ele e disse a Filipe: Onde compraremos pão para que todos estes tenham o que comer? Falava assim para o experimentar, pois bem sabia o que havia de fazer. Filipe respondeu-lhe: Duzentos denários de pão não lhes bastam, para que cada um receba um pedaço. Um dos seus discípulos, chamado André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe: Está aqui um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixes… mas que é isto para tanta gente? Disse Jesus: Fazei-os assentar. Ora, havia naquele lugar muita relva. Sentaram-se aqueles homens em número de uns cinco mil. Jesus tomou os pães e rendeu graças. Em seguida, distribuiu-os às pessoas que estavam sentadas, e igualmente dos peixes lhes deu quanto queriam. Estando eles saciados, disse aos discípulos: Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca. Eles os recolheram e, dos pedaços dos cinco pães de cevada que sobraram, encheram doze cestos. À vista desse milagre de Jesus, aquela gente dizia: Este é verdadeiramente o profeta que há de vir ao mundo. Jesus, percebendo que queriam arrebatá-lo e fazê-lo rei, tornou a retirar-se sozinho para o monte.

Ofertório (Salmo 134, 3.6)

Louvai o Senhor, porque é bom; cantai ao seu nome um salmo, porque é suave, e fez no Céu e na Terra tudo o que quis.

Secreta

Dignai-Vos olhar, Senhor, com bondade, para este sacrifício, e fazei que nos aproveite ao nosso progresso e à nossa salvação espiritual. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Comunhão (Salmo 121, 3-4)

A Jerusalém, cidade santa, cujas partes formam um todo admirável; lá sobem as tribos do Senhor para louvar o seu nome. 

Pós-comunhão

Concedei-nos, Deus de misericórdia, que celebremos com piedade sincera, e recebamos, de coração pura, aqueles santos mistérios, de que sem cessar nos alimentamos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. 


PARTITURAS E ÁUDIOS

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