III PARTE
OS ESPINHOS DO CORAÇÃO DE JESUS
Os segundos consoladores do Coração de Jesus são as almas que sofrem pacientemente
Vinde Espírito Santo
Veni, Sancte Spíritus, reple tuórum corda fidélium, et tui amóris in eis ignem accénde.
V. – Emitte Spíritum tuum et creabuntur, ÓREMUS. Deus, qui corda fidélium Sancti Spiritus ilustratióne docuisti: da nóbis in eódem Spíritu recta sápere, et de ejus semper consolatióne gaudére. Per Christum Dóminum nostrum. Amen |
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo de vosso amor.
V. – Enviai o vosso Espírito e tudo será criado. OREMOS. Deus, que esclarecestes os corações dos vossos fiéis com as luzes do Espírito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espírito conhecer e amar o bem, e gozar sempre de suas divinas consolações. Por Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém |
Oração Preparatória
Senhor Jesus Cristo, unindo-me à divina intenção com que na terra pelo vosso Coração Sacratíssimo rendestes louvores a Deus e ainda agora os rendeis de continuo e em todo o mundo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos séculos, eu vos ofereço por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à imitação do Sagrado Coração da Bem-aventurada Maria sempre Virgem Imaculada, todas as minhas intenções e pensamentos, todos os meus afetos e desejos, todas as minhas obras e palavras. Amém.
Intenção do dia
Oremos pelos enfermos desamparados.
Pai Nosso
Pater Noster, qui es in cælis, sanctificetur nomen tuum. Adveniat regnum tuum. Fiat voluntas tua, sicut in cælo et in terra. Panem nostrum quotidianum da nobis hodie, et dimitte nobis debita nostra sicut et nos dimittimus debitoribus nostris. Et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo. Amen. | Pai Nosso, que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; e não nos deixeis cair em tentação: mas livrai-nos do mal. Amém. |
Ave-Maria
Ave Maria, gratia plena, Dominus tecum. Benedicta tu in mulieribus, et benedictus fructus ventris tui, Iesus. Sancta Maria, Mater Dei, ora pro nobis peccatoribus, nunc, et in hora mortis nostræ. Amen. | Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém. |
Glória ao Pai
Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto. Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in sæcula sæculorum. Amen. | Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre e por todos os séculos dos séculos. Amém. |
Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais
Meditação
Oh! como uma alma paciente em seus sofrimentos físicos ou morais consola o Coração de Jesus!
“Ele sofre”, mas bem sabe que o seu sofrimento vem de Deus… e submete-se com amor, resigna-se com a maior confiança! “Sofre” e por isso compreende mais vivamente as dores de Jesus, – e oferece as suas em compensação e consola seu Divino Mestre com maior sinceridade. “Sofre”; condoer-se-à, pois, com mais comiseração do seu próximo; – nunca se é tão compassivo como depois de se haver sofrido com paciência! Quanta virtude nessas almas!
Não me lastimarei quando Deus me enviar algum sofrimento.
EXEMPLO
Monsenhor Ségur, um dos mais ilustres e valorosos apóstolos da Igreja de França, foi também um fervorosíssimo devoto do Sagrado Coração. Nas muitas obras católicas que fundou e dirigiu, em suas pregações que eram incessantes, nos 70 opúsculos e livros que publicou sobre assuntos variadíssimos, a devoção ao Coração de Jesus ocupou sempre o seu pensamento e a sua palavra, e dela fez ardente propaganda o ano sacerdote. Salienta-o porém e o glorifica sobretudo um traço caraterístico dos perfeitos devotos do Sagrado Coração: o amor às cruzes da vida, a resignação ao sofrimento. Em sua primeira Missa, à hora da elevação, Gastão da Ségur pediu a Maria Santíssima que lhe concedesse uma enfermidade cruciante, mas que lhe não tolhesse o exercício do ministério: queria ter um lugar ao pé da cruz do Divino Mestre. Quando perdeu um dos olhos, exclamou: “A Santa Virgem mandou-o para o Purgatório, para lá fazer as minhas vezes.” Aos 34 anos de idade, cegando de todo, disse a um amigo: “Pedi ao Senhor que eu carregue dignamente sua santa cruz. Já não correrei mais. Ganham com isto os grandes pecadores, que terão menos acanhamento em confessar-se a quem lhes não vê um traço”. Foi instado a tentar a cura, que Nélaton lhe prometia, e sujeitou-se à baldada operação, fazendo o sinal da cruz e dizendo calmo: “Como Deus quiser”. Aconselharam-lhe que recorresse as orações de pessoas santas, e à virtude de imagens milagrosas: obedeceu muito dócil e buscou o venerado cura d’Ars, e M. Depont, o devoto da Santa Face. O santo homem de Tours dizia a Mons. Ségur: “Não é fácil obter de Deus uma graça corporal, quando não se a pede na forma do postulante do Evangelho: Dominet fac ut videam —Senhor, fazei que veja!” O piedoso sacerdote, porém, não pode conformar-se a dizer outra coisa senão a palavra do Pai Nosso: Faça-se a vossa vontade. Falhando também todos os pios recursos, Mons. Ségur aceitou por toda a vida a cegueira, bendizendo-a. Todavia, o Sagrado Coração, conservando-o preso à cruz, dava-lhe a virtude de comunicar a outros sua edificante resignação: o jovem cego Afonso Landais de irritadiço, turbulento e mau, se tornava com as suas exortações um exemplo de paciência e bondade. Mons. Ségur, foi mesmo favorecido com a graça de curar a um cego, e assim aconteceu, no ano de 1869, com o menino Felix Garé em Lorient: sua tia o levou à presença de Mons. Ségur para que o abençoasse, confiando em que isto o curaria. Monsenhor pôs-se quase de joelhos para se aproximar dele, abraçou-o carinhoso e o abençoou com um grande sinal da cruz. Na manhã seguinte, quando a tia de Felix entrou no quarto deste para levar-lhe o seu chocolate, e lho quis dar por suas mãos, ele o desviou docemente, dizendo: “Que faz, minha tia? eu a vejo bem, meus olhos estão curados!”. E, em vez de que a cegueira de Mons. Ségur lhe encurtasse em nada o exercício de seu santo ministério, este se manifestava, até o fim, tão ativo, contínuo e prodigioso, que a maioria dos operários da vinha do Senhor poderiam, sem nenhum desdouro, dizer dele com o santo cura d’Ars : Eis aí um cego que vê mais claro que nós.
Ladainha do Sagrado Coração de Jesus
Kyrie, eléison, Christe, eléison, Kyrie, eléison, . Christe, audi nos, Christe, exaudi nos, . Pater de cœlis, Deus, miserere nobis Fili Redemptor mundi, Deus, miserere nobis Spíritus Sancte, Deus, miserere nobis Sancta Trinitas, unus Deus, miserere nobis . Cor Iesu, Filii Patris æterni, miserére nobis. Cor Iesu, in sinu Virginis Matris a Spiritu Sancto formatum, miserére nobis. Cor Iesu, Verbo Dei substantialiter unitum, miserére nobis. Cor Iesu, maiestatis infinitæ, miserére nobis. Cor Iesu, templum Dei sanctum, miserére nobis. Cor Iesu, tabernaculum Altissimi, miserére nobis. Cor Iesu, domus Dei et porta cæli, miserére nobis. Cor Iesu, fornax ardens caritatis, miserére nobis. Cor Iesu, iustitiæ et amoris receptaculum, miserére nobis. Cor Iesu, bonitate et amore plenum, miserére nobis. Cor Iesu, virtutum omnium abyssus, miserére nobis. Cor Iesu, omni laude dignissimum, miserére nobis. Cor Iesu, rex et centrum omnium cordium, miserére nobis. Cor Iesu, in quo sunt omnes thesauri sapientiæ et scientiæ, miserére nobis. Cor Iesu, in quo habitat omnis plenitudo divinitatis, miserére nobis. Cor Iesu, in quo Pater sibi bene complacuit, miserére nobis. Cor Iesu, de cuius plenitude omnes nos accepimus, miserére nobis. Cor Iesu, desiderium collium æternorum, miserére nobis. Cor Iesu, patiens et multæ misericordiæ, miserére nobis. Cor Iesu, dives in omnes qui invocant te, miserére nobis. Cor Iesu, fons vitæ et sanctitatis, miserére nobis. Cor Iesu, propitiatio pro peccatis nostris, miserére nobis. Cor Iesu, saturatum opprobriis, miserére nobis. Cor Iesu, attritum propter scelera nostra, miserére nobis. Cor Iesu, usque ad mortem obediens factum, miserére nobis. Cor Iesu, lancea perforatum, miserére nobis. Cor Iesu, fons totius consolationis, miserére nobis. Cor Iesu, vita et resurrectio nostra, miserére nobis. Cor Iesu, pax et reconciliatio nostra, miserére nobis. Cor Iesu, victima peccatorum, miserére nobis. Cor Iesu, salus in te sperantium, miserére nobis. Cor Iesu, spes in te morientium, miserére nobis. Cor Iesu, deliciæ Sanctorum omnium, miserére nobis. . Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, parce nobis, Domine. Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, exaudi nos, Domine. Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, miserere nobis . V. – Iesu, mitis et humilis Corde. R. – Fac cor nostrum secundum Cor tuum. . ORÉMUS. Omnipotens sempiterne Deus, respice in Cor dilectissimi Filii tui, et in laudes et satisfactiones, quas in nomine peccatorum tibi persolvit, iisque misericordiam tuam petentibus, tu veniam concede placatus, in nomine eiusdem Filii tui Iesu Christi, qui tecum vivit et regnat in sæcula sæculorum. Amen. |
Senhor, tende piedade de nós. Jesus Cristo, tende piedade de nós. Senhor, tende piedade de nós. . Jesus Cristo, ouvi-nos. Jesus Cristo, atendei-nos. . Deus Pai dos céus, tende piedade de nós. Coração de Jesus, Filho do Pai Eterno, tende piedade de nós. |
Para concluir, recita-se a seguinte fórmula de consagração:
Recebei, Senhor, minha liberdade inteira. Aceitai a memória, a inteligência e a vontade do vosso servo. Tudo o que tenho ou possuo, vós me concedestes, e eu vo-lo restituo e entrego inteiramente à vossa vontade para que o empregueis. Dai-me só vosso amor e vossa graça, e serei bastante rico e nada mais vos solicitarei.
Doce Coração de Jesus, sede meu amor.
Doce Coração de Maria, sede a minha salvação.
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