II PARTE
OS DESEJOS DO SAGRADO CORAÇÃO
O quarto desejo do Coração de Jesus é o livramento das almas do Purgatório
Vinde Espírito Santo
Veni, Sancte Spíritus, reple tuórum corda fidélium, et tui amóris in eis ignem accénde.
V. – Emitte Spíritum tuum et creabuntur, ÓREMUS. Deus, qui corda fidélium Sancti Spiritus ilustratióne docuisti: da nóbis in eódem Spíritu recta sápere, et de ejus semper consolatióne gaudére. Per Christum Dóminum nostrum. Amen |
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo de vosso amor.
V. – Enviai o vosso Espírito e tudo será criado. OREMOS. Deus, que esclarecestes os corações dos vossos fiéis com as luzes do Espírito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espírito conhecer e amar o bem, e gozar sempre de suas divinas consolações. Por Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém |
Oração Preparatória
Senhor Jesus Cristo, unindo-me à divina intenção com que na terra pelo vosso Coração Sacratíssimo rendestes louvores a Deus e ainda agora os rendeis de continuo e em todo o mundo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos séculos, eu vos ofereço por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à imitação do Sagrado Coração da Bem-aventurada Maria sempre Virgem Imaculada, todas as minhas intenções e pensamentos, todos os meus afetos e desejos, todas as minhas obras e palavras. Amém.
Intenção do dia
Oremos pelas almas do Purgatório, que são mais amadas pela SS, Virgem.
Pai Nosso
Pater Noster, qui es in cælis, sanctificetur nomen tuum. Adveniat regnum tuum. Fiat voluntas tua, sicut in cælo et in terra. Panem nostrum quotidianum da nobis hodie, et dimitte nobis debita nostra sicut et nos dimittimus debitoribus nostris. Et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo. Amen. | Pai Nosso, que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; e não nos deixeis cair em tentação: mas livrai-nos do mal. Amém. |
Ave-Maria
Ave Maria, gratia plena, Dominus tecum. Benedicta tu in mulieribus, et benedictus fructus ventris tui, Iesus. Sancta Maria, Mater Dei, ora pro nobis peccatoribus, nunc, et in hora mortis nostræ. Amen. | Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém. |
Glória ao Pai
Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto. Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in sæcula sæculorum. Amen. | Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre e por todos os séculos dos séculos. Amém. |
Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais
Meditação
Almas queridas de Jesus, almas muito amadas que Ele vê sofrer, e que, em respeito a sua justiça, ainda não pode livrar !
Estas almas chamam-no, desejam-no, dizem- lhe a cada instante: “Quando vos veremos, Senhor?”. E choram menos pelas dores que experimentam, que por se verem separadas de Jesus! Parece-me, dizia uma Santa, estar vendo Jesus que estende para mim uma de suas mãos, dizendo me: “Estas pobres almas devem-me orações, missas mal ouvidas, mortificações, esmolas que deveriam ter feito… Satisfaze por elas.” Sim, Jesus, quero começar hoje mesmo.
Darei de tempos a tempos uma esmola pelas almas do Purgatório.
EXEMPLO
Santa Margarida Maria recomendou vivamente, em suas instruções, o seguinte: “À noite dareis uma voltinha pelo Purgatório, em companhia do Sagrado Coração, consagrando-lhe tudo o que houverdes feito, e pedindo que se dignai aplicar os seus merecimentos às santas almas que padecem. E ao mesmo tempo lhes pedireis também, queiram interpor o seu poder para vos alcançarem a graça de viver e de morrer no amor e fidelidade ao Sagrado Coração de N. Senhor Jesus Cristo, correspondendo aos seus desejos de resistência.”
Noutro escrito que deixou, lê-se: “Numa noite de Quinta-feira Santa, tendo eu alcançado licença para passá-la diante do SS. Sacramento, estive uma parte do tempo como cercada destas almas pobres; e Nosso Senhor disse-me que me dava a elas todo este ano para lhes fazer todo o bem que pudesse. Desde então, vêm elas ter muitas vezes comigo; e não lhes dou outro nome senão o de minhas amigas penadas.” E pedia em favor delas sufrágios e aplicações de Missas, dizendo: “Muito mais obrigada vos fico pelo bem que lhes procurais do que ai a mim mesma o fizésseis.” Outras vezes, regozijava-se de terem saído livres pelas orações e penitencias que por elas fizera: “Esta manhã, domingo do Bom Pastor, duas das minhas boas amigas que sofrem, vieram dar-me um adeus; porque hoje é que o soberano Pastor as recebia no seu redil da eternidade, com outras que iam entoando cânticos de alegria que se não podem explicar”.
Pelas misteriosas comunicações que Deus estabelece entre os seus servos, muitas vezes mesmo sem que eles se apercebam, estes piedosos sentimentos de S. Margarida Maria se manifestavam também na mesma época numa Religiosa de alta virtude, Madre Vitoria da Encarnação do Convento de Clarissas da Bahia, cuja vida foi escrita pelo arcebispo D. Sebastião Monteiro. Era a santa freira fervorosíssima devota dos mistérios da Paixão de Nosso Senhor, e às sextas feiras fazia a via-sacra carregando uma pesada cruz e levando à cabeça uma coroa de espinhos, a disciplinar-se de modo que o sangue esguichava sobre as paredes ou corria pelo pavimento; assim, às vezes a se arrastar de joelhos, ia até o lugar das sepulturas e se prostrava sobre elas orando.
Tinha ainda uma particular devoção ao Arcanjo S. Miguel como o defensor das almas do Purgatório, para cujo alivio fazia muitos sufrágios e oferecia todas as obras de humildade que praticava. Por isso, escreve o seu ilustre biógrafo, elas a procuravam com toda a confiança: indo uma vez altas horas da noite ao coro fazer oração, ouviu lastimoso gemido de um defunto que, por chegar tarde à igreja, ficara por enterrar; cobrando animo perguntou o que queria, e ele respondeu, pedindo mandasse fazer sufrágios de que muito precisava; satisfez o pedido no dia imediato e o defunto mais tarde veio agradecer-lhe. Uma noite, viu a alma de uma sua serva que lhe falava, quando a companheira que dormia perto, despertando e vendo um clarão em sua cela ao tempo em que lhe ouvia a voz, gritou assustada, fazendo acordar toda a comunidade. Viu de outra vez a alma da Religiosa Madre Luzia, que subia ao céu. De uma feita, acabada a sua oração no coro retirava-se, mas a cercaram de tal sorte as almas, que ficou a orar até romper a aurora. Como para mostrar que não era isso feito de pura imaginação, permitiu Deus que lhe imprimissem as almas como três dedos de fogo num ombro, e viram-no várias Religiosas, a quem disse por graça: “As minhas amigas me cauterizaram; não quero mais brinquedos”. Por outro lado, elas lhe faziam carinhos e a serviam: em noite de excessivo calor, uma freira que lhe falava à porta da cela, sentiu uma suavíssima viração, e não a podendo explicar, perguntou donde vinha. Madre Vitoria respondeu: “São as minhas amigas que me estão abanando. Oh! que consolação é a de ver uma alma em salvação. Veio aqui nestes dias uma tão linda e resplandecente que excedia a luz do sol.” E, valendo-se delas, conseguiu a muitas pessoas acharem o perdido, saberem de pessoas ausentes muito longe ou de coisas futuras que se não poderiam conhecer naturalmente, e curarem-se prestes de moléstias antigas e graves. Madre Vitória morreu em 1715, numa sexta- feira às 3 horas da tarde, dando-se nesta ocasião, e depois, por muitas vezes, fatos extraordinários que confirmaram a reputação de santidade que já gozava em sua vida, e que tem uma longa e detida comemoração na Crônica da Ordem Seráfica.
Ladainha do Sagrado Coração de Jesus
Kyrie, eléison, Christe, eléison, Kyrie, eléison, . Christe, audi nos, Christe, exaudi nos, . Pater de cœlis, Deus, miserere nobis Fili Redemptor mundi, Deus, miserere nobis Spíritus Sancte, Deus, miserere nobis Sancta Trinitas, unus Deus, miserere nobis . Cor Iesu, Filii Patris æterni, miserére nobis. Cor Iesu, in sinu Virginis Matris a Spiritu Sancto formatum, miserére nobis. Cor Iesu, Verbo Dei substantialiter unitum, miserére nobis. Cor Iesu, maiestatis infinitæ, miserére nobis. Cor Iesu, templum Dei sanctum, miserére nobis. Cor Iesu, tabernaculum Altissimi, miserére nobis. Cor Iesu, domus Dei et porta cæli, miserére nobis. Cor Iesu, fornax ardens caritatis, miserére nobis. Cor Iesu, iustitiæ et amoris receptaculum, miserére nobis. Cor Iesu, bonitate et amore plenum, miserére nobis. Cor Iesu, virtutum omnium abyssus, miserére nobis. Cor Iesu, omni laude dignissimum, miserére nobis. Cor Iesu, rex et centrum omnium cordium, miserére nobis. Cor Iesu, in quo sunt omnes thesauri sapientiæ et scientiæ, miserére nobis. Cor Iesu, in quo habitat omnis plenitudo divinitatis, miserére nobis. Cor Iesu, in quo Pater sibi bene complacuit, miserére nobis. Cor Iesu, de cuius plenitude omnes nos accepimus, miserére nobis. Cor Iesu, desiderium collium æternorum, miserére nobis. Cor Iesu, patiens et multæ misericordiæ, miserére nobis. Cor Iesu, dives in omnes qui invocant te, miserére nobis. Cor Iesu, fons vitæ et sanctitatis, miserére nobis. Cor Iesu, propitiatio pro peccatis nostris, miserére nobis. Cor Iesu, saturatum opprobriis, miserére nobis. Cor Iesu, attritum propter scelera nostra, miserére nobis. Cor Iesu, usque ad mortem obediens factum, miserére nobis. Cor Iesu, lancea perforatum, miserére nobis. Cor Iesu, fons totius consolationis, miserére nobis. Cor Iesu, vita et resurrectio nostra, miserére nobis. Cor Iesu, pax et reconciliatio nostra, miserére nobis. Cor Iesu, victima peccatorum, miserére nobis. Cor Iesu, salus in te sperantium, miserére nobis. Cor Iesu, spes in te morientium, miserére nobis. Cor Iesu, deliciæ Sanctorum omnium, miserére nobis. . Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, parce nobis, Domine. Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, exaudi nos, Domine. Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, miserere nobis . V. – Iesu, mitis et humilis Corde. R. – Fac cor nostrum secundum Cor tuum. . ORÉMUS. Omnipotens sempiterne Deus, respice in Cor dilectissimi Filii tui, et in laudes et satisfactiones, quas in nomine peccatorum tibi persolvit, iisque misericordiam tuam petentibus, tu veniam concede placatus, in nomine eiusdem Filii tui Iesu Christi, qui tecum vivit et regnat in sæcula sæculorum. Amen. |
Senhor, tende piedade de nós. Jesus Cristo, tende piedade de nós. Senhor, tende piedade de nós. . Jesus Cristo, ouvi-nos. Jesus Cristo, atendei-nos. . Deus Pai dos céus, tende piedade de nós. Coração de Jesus, Filho do Pai Eterno, tende piedade de nós. |
Para concluir, recita-se a seguinte fórmula de consagração:
Recebei, Senhor, minha liberdade inteira. Aceitai a memória, a inteligência e a vontade do vosso servo. Tudo o que tenho ou possuo, vós me concedestes, e eu vo-lo restituo e entrego inteiramente à vossa vontade para que o empregueis. Dai-me só vosso amor e vossa graça, e serei bastante rico e nada mais vos solicitarei.
Doce Coração de Jesus, sede meu amor.
Doce Coração de Maria, sede a minha salvação.
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