SEGUNDA-FEIRA DA OITAVA DA PÁSCOA
Festa de 1ª Classe- Missa Própria

A oitava da Páscoa, outrora de preceito, era uma festa contínua. A missa estacional dava ensejo aos neófitos de se reunirem todos os dias ostentando as vestes brancas, símbolo de vida nova.
Neste primeiro dia da semana, a estação é em São Pedro, no túmulo do chefe da Igreja, o primeiro apóstolo que viu o Senhor na manhã de Páscoa. A epístola faz-nos ouvir a sua voz. Depois de haver resumido a carreira de Jesus, Pedro dá testemunho da Ressurreição e apela para as profecias: é do Senhor que elas falavam; é a fé em Cristo ressuscitado que outorga aos homens a remissão dos pecados. Na aparição aos discípulos de Emaús, o próprio Jesus, “começando por Moisés e percorrendo todos os profetas”, havia de lembrar-lhes tudo o que a Ele se referia. Este duplo testemunho das Escrituras e dos Apóstolos confere à fé cristã um fundamento sólido, em que poderá apoiar-se sempre.
Obs.: Durante toda a semana, até o Sábado in Albis se cantará também a Sequência do Domingo: V”ictimae Paschali laudes”.
Páginas 476 a 481 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963).
LEITURAS
Leitura (At 10,37-43)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles dias, Pedro, estando no meio do povo disse: Vós sabeis como tudo isso aconteceu na Judéia, depois de ter começado na Galiléia, após o batismo que João pregou. Vós sabeis como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com o poder, como ele andou fazendo o bem e curando todos os oprimidos do demônio, porque Deus estava com ele. E nós somos testemunhas de tudo o que fez na terra dos judeus e em Jerusalém. Eles o mataram, suspendendo-o num madeiro. Mas Deus o ressuscitou ao terceiro dia e permitiu que aparecesse, não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus havia predestinado, a nós que comemos e bebemos com ele, depois que ressuscitou. Ele nos mandou pregar ao povo e testemunhar que é ele quem foi constituído por Deus juiz dos vivos e dos mortos. Dele todos os profetas dão testemunho, anunciando que todos os que nele crêem recebem o perdão dos
pecados por meio de seu nome.
Evangelho (Lc 24, 13-35)
Sequência do Santo Evangelho segundo Lucas.
Naquele tempo: Dois discípulos caminhavam para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. Iam falando um com o outro de tudo o que se tinha passado. Enquanto iam conversando e discorrendo entre si, o mesmo Jesus aproximou-se deles e caminhava com eles. Mas os olhos estavam-lhes como que vendados e não o reconheceram. Perguntou-lhes, então: De que estais falando pelo caminho, e por que estais tristes? Um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: És tu acaso o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu estes dias? Perguntou-lhes ele: Que foi? Disseram: A respeito de Jesus de Nazaré… Era um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo. Os nossos sumos sacerdotes e os nossos magistrados o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele quem havia de restaurar Israel e agora, além de tudo isto, é hoje o terceiro dia que essas coisas sucederam. É verdade que algumas mulheres dentre nós nos alarmaram. Elas foram ao sepulcro, antes do nascer do sol; e não tendo achado o seu corpo, voltaram, dizendo que tiveram uma visão de anjos, os quais asseguravam que está vivo. Alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam assim como as mulheres tinham dito, mas a ele mesmo não viram. Jesus lhes disse: Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas! Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na sua glória? E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras. Aproximaram-se da aldeia para onde iam e ele fez como se quisesse passar adiante. Mas eles forçaram-no a parar: Fica conosco, já é tarde e já declina o dia. Entrou então com eles. Aconteceu que, estando sentado conjuntamente à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lho. Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram… mas ele desapareceu. Diziam então um para o outro: Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras? Levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os Onze e os que com eles estavam. Todos diziam: O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão. Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão.
