COMEMORAÇÃO DOS FIÉIS DEFUNTOS
1ª Classe- Missa Própria

Muitas vezes, em suas Orações, lembra-se a Santa Igreja dos irmãos que já passaram desta vida para a eternidade, daqueles que ainda sofrem e se purificam de suas faltas, imperfeições e penas dos pecados. Por maior que seja a solenidade nunca se esquece deles nos Ofícios divinos e no Santo Sacrifício da Missa. No dia dedicado especialmente à memoria dos finados, todos os Sacerdotes celebram três Missas. Predominam nestas Missas pelos mortos, dois pensamentos principais: 1. a fé na ressurreição da carne (Introito, Epístola, Gradual, Evangelho e Prefácio); 2. o zelo pelas almas, pela libertação de suas penas (Oração, Trato, Sequência e Ofertório). O melhor meio de se ajudar a uma alma é mandar celebrar a Santa Missa ou assisti-la em sua intenção. Jesus, o Sumo Sacerdote, se oferece pela alma de uma maneira mística, para que sejam apagadas as suas culpas, mitigadas as suas dores e para que ela alcance a luz perpétua, a visão beatífica de Deus.
Páginas 1366, 1484 a 1487 do Missal Quotidiano.
Missa Cantada às 09:30 horas na Capela Nossa Senhora de Lourdes.
PRÓPRIO DO DIA
Introito (IV Es 2, 34.35; Sl 64, 2-3)
| Requiem æternam dona eis Domine : et lux perpetua luceat eis. Ps. Te decet hymnus Deus in Sion, et tibi reddetur votum in Jerusalem : exaudi orationem meam, ad te omnis caro veniet. Requiem æternam. | Descanso eterno daí-lhes, Senhor; e a luz perpétua os ilumine. Ps. A Vós, ó Deus, devemos dirigir o nosso louvor, em Sião,- a Vós pagaremos o voto, em Jerusalém. Ouvi a minha oração; a Vós virá toda a carne. (Repete-se:) Descanso eterno. |
Coleta
| Fidelium, Deus, omnium Conditor et Redemptor, animabus famulorum famularumque tuarum remissionem cunctorum tribue peccatorum: ut indulgentiam, quam semper optaverunt, piis supplicationibus consequantur : Qui vivis et regnas. | Ó Deus, Criador e Redentor de todos os fiéis, concedei às almas de vossos servos e servas, a remissão de todos os pecados, a fim de que alcancem o perdão que sempre esperaram de vossa misericórdia, pelas nossas humildes orações. Vós que, sendo Deus, viveis. |
Epístola (I Cor, 15, 51-57)
| Lectio Epistolæ beati Pauli Apostoli ad Corinthios.
Fratres : Ecce mysterium vobis dico : Omnes quidem resurgemus, sed non omnes immutabimur. In momento, in ictu oculi, in novissima tuba : canet enim tuba, et mortui resurgent incorrupti : et nos immutabimur. Oportet enim corruptibile hoc induere incorruptionen; et mortale hoc induere immortalitatem. Cum autem mortale hoc induerit immortalitatem, tunc fiet sermo qui scriptus est : Absorpta est mors in victoria. Ubi est mors victoria tua? Ubi est mors stimulus tuus? Stimulus autem mortis peccatum est : virtus vero peccati lex. Deo autem gratias, qui dedit nobis victoriam per Dominum nostrum Jesum Christum. |
Leitura da Epístola de São Paulo Apóstolo aos Coríntios.
Irmãos: Eis um mistério que vos revelo: Todos ressuscitaremos com certeza, porém não seremos todos transformados. Num momento isto se fará, em |
Gradual e Trato (IV Es 2, 34.35; Sl 111,7 | )
| Requiem æternam dona eis Domine : et lux perpetua luceat eis. V. In memoria æterna erit justus : ab auditione mala non timebit.
Absolve, Domine, animas omnium fidelium defunctorum ab omni vinculo delictorum V. Et gratia tua illis succurrente, mereantur evadere judicium ultionis V. Et lucis æternæ beatitudine perfrui. |
Descanso eterno daí-lhes, Senhor; e a luz perpétua os ilumine. V. Em memória eterna estará o Justo; e não receará os maus ditos dos homens.
Absolvei, Senhor, as almas de todos os fiéis defuntos de todos os vínculos de seus delitos. V. E com o auxílio de vossa graça, concedei que mereçam escapar ao juízo da vingança. V. E gozem da bem-aventurança |
Sequência (Século XII-XIII)
É obrigatória em todas as missas cantadas e na missa principal em 2 de novembro.
| Dies iræ, dies illa, Solvet sæclum in favilla, Teste David cum Sibylla. Quantus tremor est futurus, Tuba mirum spargens sonum Mors stupebit et natura, Liber scriptus proferetur, Judex ergo cum sedebit, Quid sum miser tunc dicturus? Rex tremendæ majestatis, Recordáre, Jesu pie, Quærens me sedisti lassus, Juste judex ultionis, Ingemisco, tamquam reus, Qui Mariam absolvisti, Preces meæ non sunt dignæ, Inter oves locum præsta, Confutatis maledictis, Oro supplex et acclinis, Lacrimosa dies illa, Huic ergo parce Deus. Amen. |
Dia de ira, aquele dia: Tudo será cinza fria. Diz Davi, diz a Sibila. Quanto tremor há de haver, Correrão todos ao trono, A morte e o mundo se espantam: Um livro será trazido, Logo que o Juiz se ausente, Pobre de mim, que farei ? Rei de horrível majestade, Recordai, ó bom Jesus, A buscar-me, Vos cansastes, Juiz do justo castigo, O meu rosto se enrubesce A Maria perdoando Meu pedido não é digno, No rebanho, dai-me abrigo, Os malditos condenados Do meu coração contrito, Lacrimoso aquele dia, Poupai-o, então, Deus do céu: Amen. |
Evangelho (Jo 5, 25-29)
| Sequentia sancti Evangelii secundum Joannem.
In illo tempore : Dixit Jesus turbis Judæorum: Amen, amen dico vobis, quia venit hora, et nunc est, quando mortui audient vocem Filii Dei : et qui audierent, vivent. Sicut enim Pater habet vitam in semetipso, sic dedit et Filio habere vitam in semetipso : et potestatem dedit ei judicium facere, quia filius hominis est. Nolite mirari hoc, quia venit hora, in qua omnes, qui in monumentis sunt, audient vocem Filii Dei : et procedent, qui bona fecerunt, in resurrectionem vitæ : qui vero mala egerunt, in resurrectionem judicii. |
Sequência do Santo Evangelho segundo João.
Naquele tempo, disse Jesus às turbas dos judeus: Em verdade, em verdade, eu vos digo, vem a hora e já é chegada, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem terão vida. Assim como o Pai tem a vida em Si mesmo, assim deu ao Filho o poder de ter a vida em Si mesmo; e deu-Lhe o poder de julgar, porque é Filho do homem. Não vos surpreendais com isto, porque virá a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a voz do Filho de Deus; os que fizeram o bem, ressurgirão para |
Ofertório
| Domine Jesu Christe, Rex gloriæ, libera animas omnium fidelium defunctorum de pœnis inferni, et de profundo lacu : libera eas de ore leonis, ne absorbeat eas tartarus, ne cadant in obscurum : sed signifer sanctus Michael repræsentet eas in lucem sanctam : Quam olim Abrahæ promisisti, et semini ejus. V. Hostias et preces tibi Domine laudis offerimus : tu suscipe pro animabus illis, quarum hodie memoriam facimus : fac eas, Domine, de morte transire ad vitam. Quam olim Abrahæ promisisti, et semini ejus. |
Senhor Jesus Cristo, Rei da glória, livrai as almas de todos os fiéis defuntos das penas do inferno e do lago profundo. Livrai-as das fauces do leão; o abismo não as trague e não caíam nas profundezas tenebrosas, mas o Arcanjo S. Miguel, que empunha o estandarte divino, queira conduzi-las para a luz santa, que outrora prometestes a Abraão e à sua posteridade. V. Hóstias e preces de louvor, nós Vos oferecemos, Senhor; recebei-as pelas almas que hoje rememoramos; fazei-as passar, Senhor, da morte para a vida, que outrora prometestes a Abraão e à sua posteridade. |
Secreta
| Hostia, quæsumus, Domine, quas tibi pro animabus famulorum famularumque tuarum offerimus, propitiatus intende : ut quibus fidei Christianæ meritum contulisti, dones et præmium. Per D.N. | Nós Vos suplicamos, Senhor, aceitai, benigno, esta hóstia que Vos oferecemos, como sacrifício propiciatório, pelas almas de vossos servos e servas, a fim de que lhes concedais a recompensa, depois de lhes terdes outorgado o mérito da fé cristã. Por N. S. |
Prefácio (dos Defuntos)
| Vere dignum et justum est, æquum et salutare, nos tibi semper, et ubique gratias agere : Domine sancte, Pater omnipotens, æterne Deus : per Christum Dominum nostrum. In quo nobis spes beatæ resurrectionis effulsit : ut quos contristat certa moriendi conditio, eosdem consoletur futuræ immortalitatis promissio. Tuis enim fidelibus, Domine, vita mutatur, non tollitur : et dissoluta terrestris hujus incolatus domo, æterna in cælis habitatio comparatur. Et ideo cum Angelis et Archangelis, cum Thronis et Dominationibus, cumque omni militia cælestis exercitus, hymnum gloriæ tuæ canimus, sine fine dicentes :
Sanctus, Sanctus, Sanctus… |
Verdadeiramente é digno e justo, razoável e salutar, que sempre e em todo o lugar, Vos demos graças, ó Senhor santo, Pai onipotente e eterno Deus, por Jesus Cristo, Nosso Senhor. N’Ele é que brilha para nós a esperança da feliz ressurreição, de sorte que os mesmos que se entristecem na certeza da morte, sentem-se consolados com a promessa da imortalidade futura. A vossos fiéis servos, Senhor, a vida não é arrebatada, mas somente mudada, e, desfeita esta morada terrestre, adquirem uma eterna mansão nos céus. E por isso, com os Anjos e os Arcanjos, com os Tronos e as Dominações, e com toda a milícia do exército celestial cantamos hinos à vossa glória, dizendo sem fim: Santo, Santo, Santo… |
Comunhão (IV Es 2, 35.34)
| Lux æterna luceat eis, Domine : Cum sanctis tuis in æternum, quia pius es. V. Requiem æternam dona eis Domine, et lux perpetua luceat eis. Cum sanctis tuis in æternum, quia pius es. |
A luz eterna os ilumine, ó Senhor, com os vossos Santos, em todos os séculos; porque sois misericordioso. V. Descanso eterno, dai-lhes, Senhor, e a luz perpétua os ilumine. Com os vossos Santos, em todos os porque sois misericordioso. |
Pós-comunhão
| Animabus, quæsumus, Domine, famulorum famularumque tuarum oratio proficiat supplicantium : ut eas et a peccatis omnibus exuas, et tuæ redemptionis facias esse participes : Qui vivis et regnas cum Deo Patre. |
Concedei-nos, Senhor, sejam as nossas súplicas proveitosas às almas de vossos servos e servas, a fim de que, livres de seus pecados, possam participar dos frutos da redenção. Vós, que sendo Deus, viveis e reinais. |
* Traduções e comentários do Missal de D. Beda Keicksen (1947).
