Neste domingo (1) se inicia o Tempo do Advento, preparação para o Natal do Senhor.
Mais que simples espera, a Igreja, por sua liturgia, nos convida a voltar nossos olhos à Redenção trazida por Nosso Senhor, e, tal como na Quaresma, a preparar-nos corretamente para celebrar esse Mistério.
Sob a meditação das figuras de Isaías, S. João Batista e Maria Santíssima, este tempo nos recorda do grande desejo do Salvador que devemos ter, pois Ele é o único capaz de conferir à humanidade a verdadeira felicidade e à Igreja a força necessária para agir como real corpo místico, para atrair todos ao Senhor.
Nessa preparação, caminhamos sob a guia de Maria Santíssima, cuja Imaculada Conceição já é celebrada poucos dias após o início deste Tempo, e que foi responsável por trazer Jesus ao mundo, como concretização do “sim” que a torna Mãe de Deus. E assim, como ela nos trouxe Jesus, também por ela seremos levados a Ele, nesta via firme, segura e perfeita entre o Salvador e a humanidade.
Esse tempo, no entanto, é também marcado pela penitência, ponto esquecido ao longo dos séculos, principalmente devido a retirada do jejum obrigatório, mantido apenas na Quaresma, e mais ainda nas últimas décadas. Como bem diz D. Beda Keickeisen (1962, p. 40), “a salvação só se aproximará de nós se afastarmos o pecado e o apego ao pecado, se fizermos penitência pelas faltas cometidas”, o que nos leva a buscar um espírito contrito e mortificado, próprio daqueles que esperam a Salvação e querem estar preparados para encontrar Aquele que se encarnou unicamente por nos amar e para mostrar que a santidade não é impossível, não é inalcançável, mas efeito de uma entrega total ao Deus que nos criou e, desde o princípio, nos quis Consigo.
Assim, sugere-se que nestas semanas de preparação para o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, faça-se alguma penitência, como jejum, esmola ou ainda uma abstinência, esta que não se dá apenas quanto aos alimentos e bebidas, mas também de algum bem ou prática lícitos, o que deverá ser escolhido em espírito de humildade, sem excessos (com práticas impossíveis ou que certamente serão descumpridas pela dificuldade elevada que traz no estágio em que se encontra o fiel) ou frivolidades (por atitudes que em nada contribuirão para a espiritualidade e nem gerarão no fiel o espírito de sacrifício próprio dos penitentes).
Um santo Advento a todos!
