
A Igreja fixou a celebração da festa do Corpo de Deus na quinta-feira que segue o primeiro domingo depois de pentecostes. Uma coincidência feliz colocou-a entre os dois domingos em que a epístola e o evangelho falam sobre a misericórdia divina e do dever da caridade fraterna que daí deriva para todos os homens. No evangelho do segundo domingo lemos que o reino dos céus é semelhante a um banquete nupcial. E nada pode simbolizar melhor, com efeito, a sagrada eucaristia, que é o banquete por excelência da união das almas com Jesus Cristo, seu esposo, e com todos os membros do corpo místico.
No breviário, a história de Samuel, destinado por Deus para a guarda da Arca do Senhor e sacerdote do Altíssimo, harmoniza-se perfeitamente com a liturgia eucarística. Naquele tempo diz o Breviário, a palavra do Senhor fez-se rara e não havia visões em Israel, porque Heli era orgulhoso e fraco e seus filhos infiéis e desleixados no serviço do Senhor. Então o Senhor manifestou-se a Samuel, menino ainda, e anunciou-lha ainda o castigo destinado a casa de Heli. E não tardou muito que a Arca fosse violada pelos filisteus e que Heli e seus filhos morressem. A censura mais amarga que a Sagrada Escritura repreende Heli é por ter colocado seus interesses particulares e a solicitude das coisas materiais acima do interesse e da solicitude das coisas do espírito.
Comentando a parábola do banquete São Gregório tem observações de fina penetração psicológica, quando, depois de notar que o homem é naturalmente inclinado a arrastar o coração pelas alegrias da terra, constata que, sempre que o faz, não tarda a sentir o tédio; ao passo que basta que prove as do espírito para nunca mais delas se saciar e crescer continuamente em si o desejo delas. Depois continua São Gregório a dizer: Provai e vede como o Senhor é bom. Não lhe podereis conhecer a suavidade se o não provais. Mas tocai com o paladar do coração o alimento da vida, para que, verificando o quanto é bom e suave, o passai realmente amar como convém. O homem quando pecou no paraíso, perdeu o direito e o prazer destas delícias, e saiu de lá, quando fechou a boca ao alimento das suavidades eternas. Donde nascidos neste exílio amargo, viemos já com fastio e ignoramos o que devemos desejar. O que é necessário é escutar o apelo do evangelho de e desprendermo-nos dos bens da terra para nos prendermos aos do Céu.
FOLHETO: II Domingo depois de Pentecostes
LEITURAS/LESSONS
Epístola (I Jo 3, 13-18)
Leitura da Epístola de São João Apóstolo .
Caríssimos: Não vos admireis, irmãos, se o mundo vos odeia. Nós sabemos que fomos trasladados da morte para a vida, porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte. Quem odeia seu irmão é assassino. E sabeis que a vida eterna não permanece em nenhum assassino. Nisto temos conhecido o amor: (Jesus) deu sua vida por nós. Também nós outros devemos dar a nossa vida pelos nossos irmãos. Quem possuir bens deste mundo e vir o seu irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como pode estar nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas por atos e em verdade.
Evangelho (Lc 14, 16-24)
Continuação do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo Segundo São Lucas.
Naquele tempo: Disse Jesus aos fariseus a seguinte parábola: Um homem deu uma grande ceia e convidou muitas pessoas. E à hora da ceia, enviou seu servo para dizer aos convidados: Vinde, tudo já está preparado. Mas todos, um a um, começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um terreno e preciso sair para vê-lo; rogo-te me dês por escusado. Disse outro: Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-las; rogo-te me dês por escusado. Disse também um outro: Casei-me e por isso não posso ir. Voltou o servo e referiu isto a seu senhor. Então, irado, o pai de família disse a seu servo: Sai, sem demora, pelas praças e pelas ruas da cidade e introduz aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos. Disse o servo: Senhor, está feito como ordenaste e ainda há lugar. O senhor ordenou: Sai pelos caminhos e atalhos e obriga todos a entrar, para que se encha a minha casa. Pois vos digo: nenhum daqueles homens, que foram convidados, provará a minha ceia.
In English
Epistle (I John 3: 13-18)
Lesson from the Epistle of Blessed John the Apostle.
Dearly beloved, Wonder not if the world hate you. We know that we have passed from death to life, because we love the brethren. He that loveth not, abideth in death. Whosoever hateth his brother is a murderer: and you know that no murderer hath eternal life abiding in himself. In this we have known the charity of God, because He hath laid down His life for us: and we ought to lay down our lives for the brethren. He that hath the substance of this world, and shall see his brethren in need, and shall shut up his bowels from him, how doth the charity of God abide in him? My little children, let us not love in word nor in tongue, but in deed and in truth.
Gospel (Luke 14: 16-24)
The continuation of the holy Gospel according to Matthew.
At that time Jesus spoke to the Pharisees this parable: “A certain man made a great supper, and invited many. And he sent his servant, at the hour of the supper, to say them that were invited, that they should come, for now all things were ready. And they began all at once to make excuse. The first said to him: I have bought a farm, and must needs go out, and see it: I pray thee hold me excused. And another said: I have bought five yoke of oxen, and I go to try them; I pray thee hold me excused And another said: I have married a wife, and therefore I cannot come. And the servant returning, told these things to his lord. Then the master of the house being angry, said to his servant: Go out quickly into the streets and lanes of the city, and bring in hither the poor, and the feeble, and the blind, and the lame. And the servant said: Lord, it is done as thou hast commanded, and yet there is room. And the lord said to the servant: Go out into the highways and hedges, and compel them to come in, that my house may be filled. But I say unto you, that none of these men that were invited shall taste of my supper.”
